Biden vem esta semana ao Brasil para acelerar a entrega do petróleo nacional às multis ianques. Fora o imperialismo da América Latina!
O vice-presidente dos
EUA, Joe Biden, chega ao Brasil nesta quarta-feira (29/05) desembarcando no
Rio de Janeiro para uma série de reuniões com a diretoria da Petrobras. Biden
será recebido diretamente pela presidenta da estatal, Graça Foster, que representará
Dilma nas “boas vindas” ao representante político das transnacionais ianques do
setor energético. Depois o vice de Obama irá a Brasília para “debater” com o
governo da Frente Popular sobre as “vantagens” da compra de 36 jatos militares,
fabricados pela Boeing, para a utilização da FAB. É obvio que não se trata de
uma mera coincidência a chegada ao Brasil do “número 2” do imperialismo no
mesmo período em que a ANP realizou o 11º leilão de privatização de cerca de
300 blocos de petróleo em mar e terra. Binden não tratou de dissimular os
objetivos de sua “cordial visita”, elogiando o fato de o governo Dilma ter
autorizado a antecipação do primeiro leilão de exploração do chamado “Pré-Sal”,
até então anunciado pelo PT como o caminho para a “redenção” do
subdesenvolvimento do país. A Petrobras está sob fogo cerrado do PIG e da
oposição conservadora, agentes diretos da Casa Branca, depois de uma gestão que
privilegiou investimentos “desastrosos” no exterior. Com uma capacidade muito
reduzida de refino do óleo cru, extraído majoritariamente de nossas plataformas
marítimas, a Petrobras atravessa uma crise financeira em função da adoção de
uma política de subordinação aos trustes imperialistas. Com menos de dez refinarias
em funcionamento no país (todas sucateadas e com mais de trinta anos) fica
evidente que a produção nacional de petróleo tem que ser vendida como simples
commodity mineral e depois comprada das multis como Diesel e Nafta (e demais
derivados), com alto valor agregado. Por sinal, esta “lógica” econômica de
subordinação aos interesses do império também se aplica na extração do minério
de ferro, onde exportamos cerca de 10% da produção mundial e produzimos somente
0,2% de aço laminado do planeta. O governo Obama tem grande interesse em
demonstrar a “falência” da Petrobras para acelerar o processo de privatização
de nossas reservas minerais em favor das multis ianques.
Para não “perder a
viagem” ao Brasil Biden vai tentar convencer o governo Dilma a fechar o
negócio da compra dos caças F16, emperrado na gestão Lula em função da negativa
do Pentágono em transferir a FAB a tecnologia de operação e manutenção dos
jatos militares. Na prática, os EUA querem vender aviões ao Brasil que seriam
controlados eletronicamente desde o Pentágono, ou seja, não poderiam realizar
operações militares que não fossem autorizadas diretamente pelo Tio Sam. Com a
avançada tecnologia bélica de nada adianta possuir jatos dos quais não são
controlados pelas Forças Armadas nacionais, fato que ocorreu recentemente na
guerra da Líbia, onde os jatos Raphales comprados à França não puderam nem
sequer decolar do solo para combater a aviação da OTAN. Na Turquia, o governo
capacho de Erdogan acaba de comprar “modernos” caças da União Europeia que não
tem a capacidade de atacar as forças militares do gendarme de Israel e tampouco
da OTAN, por uma “simples” questão de programação de seus computadores de
bordo. O único país que ofereceu ao Brasil a possibilidade de transferência de
tecnologia militar de seus jatos (Saab Gripen) foi a Suécia, mas o governo
submisso do PT (apesar do parecer favorável da FAB) parece que prefere seguir o
caminho turco, e continuar negociando a compra com os EUA e França.
O Mito da “defesa da
soberania nacional” por parte dos governos da Frente Popular não consegue se
manter de pé, seja na abordagem da questão tecno-científica, energética ou
propriamente militar. Um país que não tem capacidade sequer de produzir
querosene para sua aviação, civil ou militar, e tampouco possui caças com autonomia
de combate ao imperialismo, não pode ser realmente independente. Não só os
governos Tucanos se mostraram fiéis serviçais do “grande amo do norte”,
assinando um tratado internacional que proíbe o Brasil de desenvolver
tecnologia bélica atômica, mas os “neopetistas” seguem na mesma direção
entregando os recursos naturais mais estratégicos do país para o capital
financeiro e suas empresas transnacionais. Os acordos comerciais e militares
que serão pré-firmados entre Dilma e o “subcarniceiro” Biden devem ser
denunciados como atos de absoluto entreguismo neoliberal, acobertados sob a
maquiagem “democrática” da centro esquerda burguesa. Dilma prepara sua viagem
de “estado” aos EUA no final do ano, onde espera concluir as negociações do “pacote”
completo de submissão nacional ao imperialismo ianque, recebendo em troca a
chancela da Casa Branca para mais um mandato “gerencial”.
Desde as modestas forças
militantes da LBI, convocamos o combativo movimento de massas do Rio de Janeiro
a organizar emergencialmente um grande ato político de repúdio a estadia de
Binden no estado. Em particular recai sobre os ombros dos companheiros do SINDPETRO
fluminense (que recentemente construíram uma aguerrida jornada de denúncias da
11ª Rodada os leilões da ANP, inclusive ocupando a sede da Agência) a tarefa de
vanguarda desta atividade anti-imperialista. A esquerda marxista revolucionária
que não se dobrou à cantilena de cooptação da Frente Popular e também mantém-se
íntegra politicamente no combate às intervenções armadas do imperialismo contra
as nações oprimidas, como ocorreu recentemente na Líbia pela OTAN, joga um
papel decisivo (apesar de sua inferioridade numérica) na atual conjuntura
mundial de ofensiva do capital sobre as conquistas históricas da classe
operária.