terça-feira, 28 de maio de 2013


Biden vem esta semana ao Brasil para acelerar a entrega do petróleo nacional às multis ianques. Fora o imperialismo da América Latina!

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, chega ao Brasil nesta quarta-feira (29/05) desembarcando no Rio de Janeiro para uma série de reuniões com a diretoria da Petrobras. Biden será recebido diretamente pela presidenta da estatal, Graça Foster, que representará Dilma nas “boas vindas” ao representante político das transnacionais ianques do setor energético. Depois o vice de Obama irá a Brasília para “debater” com o governo da Frente Popular sobre as “vantagens” da compra de 36 jatos militares, fabricados pela Boeing, para a utilização da FAB. É obvio que não se trata de uma mera coincidência a chegada ao Brasil do “número 2” do imperialismo no mesmo período em que a ANP realizou o 11º leilão de privatização de cerca de 300 blocos de petróleo em mar e terra. Binden não tratou de dissimular os objetivos de sua “cordial visita”, elogiando o fato de o governo Dilma ter autorizado a antecipação do primeiro leilão de exploração do chamado “Pré-Sal”, até então anunciado pelo PT como o caminho para a “redenção” do subdesenvolvimento do país. A Petrobras está sob fogo cerrado do PIG e da oposição conservadora, agentes diretos da Casa Branca, depois de uma gestão que privilegiou investimentos “desastrosos” no exterior. Com uma capacidade muito reduzida de refino do óleo cru, extraído majoritariamente de nossas plataformas marítimas, a Petrobras atravessa uma crise financeira em função da adoção de uma política de subordinação aos trustes imperialistas. Com menos de dez refinarias em funcionamento no país (todas sucateadas e com mais de trinta anos) fica evidente que a produção nacional de petróleo tem que ser vendida como simples commodity mineral e depois comprada das multis como Diesel e Nafta (e demais derivados), com alto valor agregado. Por sinal, esta “lógica” econômica de subordinação aos interesses do império também se aplica na extração do minério de ferro, onde exportamos cerca de 10% da produção mundial e produzimos somente 0,2% de aço laminado do planeta. O governo Obama tem grande interesse em demonstrar a “falência” da Petrobras para acelerar o processo de privatização de nossas reservas minerais em favor das multis ianques.


Para não “perder a viagem” ao Brasil Biden vai tentar convencer o governo Dilma a fechar o negócio da compra dos caças F16, emperrado na gestão Lula em função da negativa do Pentágono em transferir a FAB a tecnologia de operação e manutenção dos jatos militares. Na prática, os EUA querem vender aviões ao Brasil que seriam controlados eletronicamente desde o Pentágono, ou seja, não poderiam realizar operações militares que não fossem autorizadas diretamente pelo Tio Sam. Com a avançada tecnologia bélica de nada adianta possuir jatos dos quais não são controlados pelas Forças Armadas nacionais, fato que ocorreu recentemente na guerra da Líbia, onde os jatos Raphales comprados à França não puderam nem sequer decolar do solo para combater a aviação da OTAN. Na Turquia, o governo capacho de Erdogan acaba de comprar “modernos” caças da União Europeia que não tem a capacidade de atacar as forças militares do gendarme de Israel e tampouco da OTAN, por uma “simples” questão de programação de seus computadores de bordo. O único país que ofereceu ao Brasil a possibilidade de transferência de tecnologia militar de seus jatos (Saab Gripen) foi a Suécia, mas o governo submisso do PT (apesar do parecer favorável da FAB) parece que prefere seguir o caminho turco, e continuar negociando a compra com os EUA e França.

O Mito da “defesa da soberania nacional” por parte dos governos da Frente Popular não consegue se manter de pé, seja na abordagem da questão tecno-científica, energética ou propriamente militar. Um país que não tem capacidade sequer de produzir querosene para sua aviação, civil ou militar, e tampouco possui caças com autonomia de combate ao imperialismo, não pode ser realmente independente. Não só os governos Tucanos se mostraram fiéis serviçais do “grande amo do norte”, assinando um tratado internacional que proíbe o Brasil de desenvolver tecnologia bélica atômica, mas os “neopetistas” seguem na mesma direção entregando os recursos naturais mais estratégicos do país para o capital financeiro e suas empresas transnacionais. Os acordos comerciais e militares que serão pré-firmados entre Dilma e o “subcarniceiro” Biden devem ser denunciados como atos de absoluto entreguismo neoliberal, acobertados sob a maquiagem “democrática” da centro esquerda burguesa. Dilma prepara sua viagem de “estado” aos EUA no final do ano, onde espera concluir as negociações do “pacote” completo de submissão nacional ao imperialismo ianque, recebendo em troca a chancela da Casa Branca para mais um mandato “gerencial”.

Desde as modestas forças militantes da LBI, convocamos o combativo movimento de massas do Rio de Janeiro a organizar emergencialmente um grande ato político de repúdio a estadia de Binden no estado. Em particular recai sobre os ombros dos companheiros do SINDPETRO fluminense (que recentemente construíram uma aguerrida jornada de denúncias da 11ª Rodada os leilões da ANP, inclusive ocupando a sede da Agência) a tarefa de vanguarda desta atividade anti-imperialista. A esquerda marxista revolucionária que não se dobrou à cantilena de cooptação da Frente Popular e também mantém-se íntegra politicamente no combate às intervenções armadas do imperialismo contra as nações oprimidas, como ocorreu recentemente na Líbia pela OTAN, joga um papel decisivo (apesar de sua inferioridade numérica) na atual conjuntura mundial de ofensiva do capital sobre as conquistas históricas da classe operária.