Neste 31 de maio o PSTU está organizando um “Dia Global de Solidariedade com a Revolução Síria” cujo eixo é reivindicar armas pesadas, tanques e aviões para os “rebeldes” apoiados pelas potências capitalistas em sua luta contra o governo Assad e o povo sírio. Nesta mesma data, no Brasil, Joe Biden, vice-presidente dos EUA, estará em Brasília para uma reunião com a presidente Dilma a fim de discutir a entrega do petróleo brasileiro às transnacionais ianques e pressionar para que o Palácio do Planalto compre os jatos norte-americanos. Enquanto o site da LIT, do PSTU e da CSP-Conlutas dão amplo destaque à jornada em defesa dos “rebeldes” pró-OTAN, silencia totalmente sobre a presença do subcarniceiro imperialista em nosso país, que chegou desde o dia 29 de maio, passando pelo Rio de Janeiro, quando se reuniu com a presidente da Petrobrás, a entreguista Graça Foster. O PSTU-LIT optou por calar-se diante da presença de Biden no Brasil porque a Casa Branca patrocina os “rebeldes” na Síria, os terroristas cinicamente apresentados como “amantes da liberdade e da democracia” pela mídia murdochiana e a esquerda “revisionista”! Para aqueles que chegaram a dizer que a LBI “exagerava” quando denunciou que o PSTU estava recebendo uma “pontinha” do Departamento de Estado ianque para fazer o jogo da Casa Branca no interior da esquerda ao defender posições abertamente pró-imperialistas, agora, mais uma vez, a história nos dá razão, afinal como afirmou sabiamente Lenin: “A prática é o critério da verdade”! Para que não reste nenhuma dúvida de que o PSTU negou-se a organizar atividades para denunciar a presença de Biden no Brasil para não desagradar seu aliado na Síria, esclarecemos que os companheiros do SINDPETRO-RJ realizaram no dia 29/05 em frente ao Centro de Pesquisa da Petrobrás (CENPES) no campus do Fundão da UFRJ, uma pequena, mas combativa manifestação contra a presença do representante ianque em nosso país quando este se reunia com Graça Foster (Ver Foto). Desta forma, o SINDPETRO-RJ atendeu a um chamado realizado pela LBI, que um dia antes da manifestação, enviou para os camaradas o artigo “Biden vem esta semana ao Brasil para acelerar a entrega do petróleo nacional às multis ianques. Fora o imperialismo da América Latina!” em que concluímos dizendo “Desde as modestas forças militantes da LBI, convocamos o combativo movimento de massas do Rio de Janeiro a organizar emergencialmente um grande ato político de repúdio a estadia de Binden no estado. Em particular recai sobre os ombros dos companheiros do SINDPETRO fluminense (que recentemente construíram uma aguerrida jornada de denúncias da 11ª Rodada os leilões da ANP, inclusive ocupando a sede da Agência) a tarefa de vanguarda desta atividade anti-imperialista” (Blog da LBI, 28/05). Com um grande acerto político os companheiros do SINDPETRO-RJ realizaram um protesto contra presença de Biden, mas o PSTU não só não compareceu à mobilização como não tomou nenhuma iniciativa para organizar qualquer manifestação nos outros dias da permanência do subcarniceiro imperialista em nosso país e, muito menos neste 31/05, quando ele se reúne com a presidente Dilma em Brasília!
Manifestação contra Biden convocada emergencialmente
pelo Sindpetro/RJ na porta do Centro de pesquisas da Petrobras
pelo Sindpetro/RJ na porta do Centro de pesquisas da Petrobras
Não resta dúvida de que
estamos diante de uma ação consciente da direção nacional do PSTU em boicotar a
realização de protestos contra Biden no Brasil, até porque o “Dia Global de
Solidariedade com a Revolução Síria” tem como centro pedir armas pesadas a
Obama, que tem no vice-presidente ianque seu conselheiro direto em assuntos
internacionais. Lembremos que a LIT, ao convocar a solidariedade aos
“rebeldes”, solicita literalmente que “todos os governos do mundo, começando
por aqueles países da região que são parte da revolução, como Egito, Tunísia e
Líbia, que rompam relações diplomáticas e comerciais com a ditadura de Assad e
que enviem aviões, tanques e armas pesadas, medicamentos, alimentos e todo tipo
de apoio material para as milícias rebeldes, para que estas possam derrotar e
acabar com este regime que oprime o povo sírio” (Cercar a Revolução Síria com
solidariedade ativa - Suplemento Correio Internacional, 22/05), ou seja, tal
chamada está voltada centralmente para os EUA, a maior máquina de guerra do
planeta. No seu artigo a LIT também declara: “Estamos contra o criminoso
embargo de armas para os combatentes rebeldes na Síria, imposto pela União
Europeia e pela ONU” (Idem). Não por coincidência, na última semana a União
Europeia decidiu pelo fim do embargo de armas aos “rebeldes” e logo a
Inglaterra anunciou que imediatamente forneceria tanques e armas pesadas para
os mercenários pró-OTAN. Tamanha “presteza” do governo Cameron deve-se a que o
Pentágono, que de fato controla o exército britânico, orientou que a Inglaterra
tomasse a iniciativa de fornecer prontamente armamento para os opositores de
Assad, enquanto a Casa Branca publicamente se dedica a doar dinheiro, “medicamentos,
alimentos e todo tipo de apoio material para as milícias rebeldes” como pede a
LIT!
Cartaz do “Global Day” em solidariedade
aos “revolucionários” da OTAN na Síria
aos “revolucionários” da OTAN na Síria