PSOL e PSTU embarcam de “carona” na balsa reacionária da VEJA e GLOBO em defesa da suposta “ameaça petista” ao STF
Agora foi a vez do PSOL, na figura do senador Randolfe Rodrigues, integrar a corte dos senadores da oposição conservadora que foram “beijar os pés” do ultrarreacionário ministro togado Gilmar Mendes, agora apresentado pelo PIG como “mártir da luta democrática” contra as “investidas autoritárias” dos parlamentares petistas. A comitiva de senadores que foi demonstrar completa servilidade às decisões da “Suprema Corte” foi encabeçada por nada menos que Álvaro Dias e Aluysio Nunes (Tucanalha) e Pedro Taques de mudança para o MD (ex-PPS), este último não dissimulou os objetivos da visita e pediu ao “democrata” Gilmar que “coloque o congresso nos eixos” (O GLOBO, 29/04). O psolista Randolfe é sem sombra de dúvidas um “perfeito exemplar” da pior vigarice política que impera no Congresso Nacional, primeiro para conseguir uma vaga na cobiçada CCJ do Senado ingressou na base aliada do governo Dilma e agora para agradar a mídia “murdochiana” acompanha a comitiva de bandidos que entregaram o país (privataria) para bajular o líder da Tucanalha no STF. Segundo o PIG, o “equilíbrio” dos poderes constitucionais está ameaçado pela série de projetos do PT no Parlamento, agora o foco da “grita” direitista concentra-se na suposta tentativa de controle do STF pelo Congresso, mais uma escandalosa mentira repetida à exaustão pelas “famiglias” Civita e Marinho. Para se credenciar junto ao bloco burguês opositor, constituído informalmente ente o REDE, MD, PSB e Tucanos, o PSTU (mesmo sem possuir parlamentares) saiu na defesa do STF lançando um artigo onde afirma que: “O objetivo da PEC, na prática, é limitar poderes do Supremo, submetendo suas decisões ao corrupto e desgastado Congresso Nacional" (Sítio do PSTU, 29/04). Parece inacreditável, mas os Morenistas em seu afã de embelezar o STF combatem a tímida proposta do deputado petista do Piauí em tentar amenizar o poder monocrático (herança da monarquia) do STF, para o PSTU é um absurdo que na PEC 33 as: “decisões do STF devem ser avalizadas pelo Congresso Nacional, que em caso de deliberação contrária a Corte, passariam pelo crivo de uma consulta popular” (idem). Quem diria que o outrora “combativo” PSTU ficaria à direita do próprio PT na defesa ideológica de uma instituição patronal como o STF, criticando até mesmo a introdução do mecanismo da “consulta popular” em caso de decisões esdrúxulas de uma “suprema” justiça capitalista. Mas, para quem já falsificou grosseiramente os fatos de uma guerra afirmando que as bombas da OTAN contra o governo Kadaffi eram produto da ação revolucionária dos “rebeldes”, deve ser “café pequeno” mentir compulsivamente e declarar que: “Com a recente aprovação de novas regras eleitorais que aprofundam as já graves discriminações a partidos políticos ideológicos como o PSTU e PCB, diminuindo o já restrito tempo de propaganda no rádio e na TV” (idem). Tanta distorção e falsificação fariam corar até o próprio Stalin, que do túmulo diria ...que nunca caluniou tanto assim ninguém... Mas é a própria ex-senadora Marina (REDE) que agradeceu a Deus e a Gilmar por barrar o projeto que inibe o troca-troca parlamentar, não deixando dúvidas de quem será mesmo prejudicado caso o Senado consiga votar a lei já aprovada na Câmara dos Deputados. Fica a pergunta por que o PSTU e PSOL “tomaram as dores” do MD, REDE, PSB e PSDB na apologia da “portabilidade dos mandatos”, se não é para postular a entrada (pela porta dos fundos) em um dos Blocos eleitorais da oposição conservadora? Quanto ao reduzidíssimo tempo de TV gratuito do PSTU, PCB e PCO (omitido pelos Morenistas) em nada será alterado caso o STF permita que o Congresso cumpra sua função burguesa constitucional de legislar.
É verdade que no recente caso da formação do PSD (ex-prefeito Kassab) o PT e seu governo Dilma nada fizeram para inibir o “troca-troca” partidário, ao contrário incentivou e patrocinou a migração de parlamentares para a nova legenda governista. Mas não é por isso que agora se justifica a “oposição de esquerda” adulterar a realidade e afirmar que sairá prejudicada com as novas regras, que visam dificultar a vida do REDE e do MD, ambos a serviço dos interesses ainda mais privatistas do imperialismo ianque. Também no caso da intromissão do STF na vida legislativa, a serviço da oposição Demo-tucana, trata-se de uma ação cristalinamente absolutista e antidemocrática, ainda que o Congresso Nacional em nada represente os interesses dos trabalhadores e do povo pobre. Enquanto os ministros do STF são indicados pelo governo, sob o crivo do Senado Federal, sem receberem um único voto da população, os congressistas são eleitos sob o patrocínio de grandes empresas, fortunas pessoais e apoio da mídia capitalista. São ambas instituições pilares do Estado burguês, sendo que a Corte Suprema, no formato monocrático que se encontra é um resquício da monarquia e o Congresso a expressão republicana do regime da democracia dos ricos.
Muitos ativistas de esquerda perguntam como é possível que sendo a atual composição dos ministros do Supremo uma indicação majoritária dos governos petistas, esta mesma instituição se volte contra seu partido e os parcos direitos democráticos adquiridos através da luta direta das massas? Acontece que as instituições do Estado burguês estão bem acima dos governos de turno, seguem a lógica das classes capitalistas dominantes e seus instrumentos de comunicação social. Este também é o caso das Forças Armadas, que mesmo tendo seus altos comandantes nomeados pelo “gerente de plantão”, seguem as ordens dos capitalistas segundo seus próprios interesses de classe, foi assim no golpe militar de 64 e está sendo assim no julgamento farsa do chamado “mensalão”. Quando Lula assumiu o governo central em 2002, nós marxistas da LBI alertamos que o PT não estava “tomando o poder”, este continuava nas mãos da burguesia através do controle absoluto das instituições do estado. Para os revisionistas do Trotsquismo, como o PSTU, não se trata de caracterizar a fundo o caráter de classe da Corte máxima do país, mas apenas de: “Não ter a menor ilusão de que o Supremo Tribunal Federal atenda aos interesses da classe trabalhadora e do povo pobre” (Deputados do PT ao PSDB propõe controle das decisões do STF, sítio do PSTU). Enquanto os revisionistas bradam (corretamente) que o “Congresso é corrupto”, no caso do STF suavizam... e aconselham que não deveríamos ter ilusões...
Outro elemento que não se pode esconder e que pesou no espetaculoso julgamento dos petistas históricos foi o interesse do próprio governo neopetista de Dilma em “rifar” as lideranças da antiga corrente “Articulação”, como Dirceu e Delúbio. Nesta confluência de interesses onde a indicação a reeleição de Dilma estava em jogo, o relator da ação penal 470 e depois presidente do STF, foi catapultado pelo PIG a condição de herói nacional, o novo “caçador de corruptos” ao estilo Collor. Talvez seja por isso que até o PSTU para tentar amealhar alguns votos nas camadas mais atrasadas da população reclama da lentidão na prisão dos dirigentes petistas: “Por se tratar de um momento em que não se efetivaram ainda as prisões de petistas condenados por formação de quadrilha e outros crimes no processo do mensalão, é justificável a preocupação de grande parte da população ao temer uma improvável anulação nas condenações dos mensaleiros" (idem). Quanto a quadrilha Tucana de FHC, Serra e CIA que “vendeu” o pais ao capital financeiro nenhuma palavra forte do PSTU exigindo cadeia, no máximo uma cobrança “ingênua” pelo julgamento do “mensalão mineiro”, pedindo a “cabeça” do hoje insignificante deputado federal Eduardo Azeredo.
A conduta política da “oposição de esquerda”, servindo como um apêndice para legitimar a ofensiva ideológica do capital contra os militantes históricos do movimento de massas, já não surpreende a nenhum combatente anti-imperialista. Depois que o PSTU estabeleceu a defesa da intervenção militar da OTAN na Líbia e agora na Síria, além de proteger a “blogueira” cubana agente da CIA, nada mais é de se estranhar vindo de um grupo político decomposto moralmente e integrado materialmente as instituições do Estado burguês. A atuação do revisionismo no Brasil também é similar ao que fazem de “porcaria” na Venezuela e Argentina, apoiando cada passo da direita pró-ianque contra as tímidas medidas dos governos nacionalistas ou da centro-esquerda burguesa. A proposta da presidente Cristina de alterar minimamente o regimento do arcaico sistema judiciário argentino, foi furiosamente combatida pela mídia “murdochiana” que mobilizou a classe média nas ruas em nome da “democracia”, ironicamente o mesmo periódico Clarín que deu aberto suporte político a ditadura militar genocida. Não por coincidência, no Brasil é a mafiosa Rede GLOBO (e similares menores que encobriram mortes e torturas nos governos militares) quem posa de arauta dos “direitos e garantias constitucionais”, supostamente sob risco na gestão estatal da frente popular. Na sinistra trupe da Globo e VEJA pode-se adicionar no momento o PSTU e PSOL, tão “preocupados e zelosos” pelo destino político do REDE e radicalmente contrários as manobras do PT contra a dupla de arrivistas (Freire e Serra) que impulsiona o MD. Para os marxistas revolucionários se é criminoso politicamente claudicar diante do arco social da frente popular, não é menos repugnante e ridículo tentar maquiar a direita reacionária (incluindo seus “funcionários” togados) com pinceladas de “democracia” e “respeito aos direitos constitucionais”. Na acirrada disputa interburguesa em curso pré-eleitoral, a vanguarda classista deve tomar bastante distancia da chamada “oposição de esquerda” (ou será de direita?), agora batizada de “terceiro campo” com a entrada do REDE, assim também com a mesma simetria do campo governista da frente popular. Ao proletariado e seus aliados históricos só interessa a construção de uma verdadeira alternativa revolucionária de poder, baseada na mobilização e ação direta e radical das massas exploradas.