quarta-feira, 8 de maio de 2013


PC Farias: Um “ladrão de galinhas” diante da Privataria Tucana e da “generosidade” petista no BNDES

A sanha “moralizadora” da Justiça brasileira destampou mais um episódio da república tupiniquim e continua a ganhar destaque na mídia “murdochiana” como um “grande espetáculo”. Através das manchetes de jornais e chamadas na TV “exumou-se” das profundezas empoeiradas do judiciário o caso PC Farias, morto em 1996, o ex-tesoureiro de Fernando Collor de Melo na campanha presidencial de 1989. Passados 17 anos do crime que vitimou PC Farias e sua namorada, vão a julgamento os quatro ex-seguranças do empresário acusados pela promotoria de “queima de arquivo”. À época o chamado “esquema PC” consistia em doações de empresários à campanha eleitoral de Collor em contraposição à candidatura de Lula através de contas bancárias criadas em nome de “laranjas” e depois, já no governo, desvios dos cofres públicos, envio de dinheiro para bancos estrangeiros e propinas em negociatas nos bastidores do Estado. Este “esquema” plantado pela opinião pública burguesa detonou o processo de impeachment do então presidente Collor que já não dava garantias de estabilidade ao regime político. Sua queda ocorreu graças a “descoberta” de propina recebida de seu braço direito, PC Farias, um Fiat Elba e pequenas comissões que foram para os bolsos de seu “chefe”! Entre doações de campanha e os “esquemas” de propinas montados nas entranhas do Estado burguês na Era Collor a quantia açambarcada dos cofres públicos chegou a 2,5 bilhões de reais. Uma verdadeira piada se comparada aos esquemas da Privataria Tucana no governo FHC e nas negociatas do BNDES operadas pelos neopetistas da frente popular. A farra das privatizações na era FHC e as “generosidades” do governo Dilma para os grandes capitalistas faz de PC Farias um reles “ladrão de galinhas”.
 
As privatizações das teles (Embratel, Telebras) renderam bilhões a seus executores, no caso FHC, Sérgio Motta, José Serra (o operador central da lavagem de dinheiro da privataria nos “offshores” ou paraísos fiscais) e um oceano de dinheiro para os monopólios privados de telefonia fixa e móvel, todas concentradas nas mãos de multinacionais, que as arremataram a “preço de banana” graças às facilidades e maracutaias da “privataria” tucana. As benesses e as “generosidades” para os grandes capitalistas não são exclusividade dos peessedebistas de alta plumagem, elas estão em pleno vigor de forma aperfeiçoada através de financiamentos a rodo do governo Dilma à custa da abertura das torneiras dos cofres do BNDES, como os megaempréstimo a Eike Batista ou a “ajuda” para a formação do JBS-Friboi. A “privataria” tucana minou o país de 1990 até 2002 quando empresas públicas produtoras como a Companhia Vale do Rio Doce (a segunda maior mineradora do mundo), a Light, o Banespa, as teles foram entregues de bandeja a preços muito abaixo do que realmente valiam, e com financiamento estatal e títulos da dívida pública, as conhecidas “moedas podres”! Para tanto, sucateavam, elevando os preços dos serviços, abatendo dívidas e demitindo funcionários a fim de atrair possíveis “compradores”. Logo após a privatização as tarifas das teles aumentaram cerca de 500% e as tarifas da energia elétrica em torno de 150% para a alegria dos “novos” proprietários! O modus operandi do processo de privatizações esteve sempre eivado de denúncias de corrupção pela qual, por exemplo, a CVRD foi vendida por 3,3 bilhões de reais, um preço equivalente apenas ao faturamento anual da gigantesca mineradora. Da mesma forma, o consórcio liderado pelo Banco Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou as teles se valeu de espionagem, suborno, tráfico de influência, crimes fiscais e assassinatos, e tantos outros atos ilícitos.

Tanta “generosidade” para o capital não é peculiaridade dos tucanos. O governo Dilma vem se notabilizando por ser aquele que mais tem “emprestado” dinheiro público para grandes empresários privados e ricaços do calibre de Eike Batista. Só para ilustrar, para um único projeto privado, o Planalto irá injetar através do BNDES R$ 118,7 milhões para uma indústria farmacêutica no interior de Minas Gerais, a Biomm: “Segundo o BNDES, trata-se de um dos primeiros projetos privados no Brasil de produção de fármaco” (Valor Econômico, 16/4). Ou então destinará à “utilíssima” cogeração de energia (biomassa) a partir do eucalipto, uma picaretagem privada a “modesta” quantia de R$ 210,7 milhões para a ERB Aratinga (complexo petroquímico da multinacional Dow no Brasil) em Candeias-Bahia. No entanto, o campeão de financiamento público pelo governo dos neopetistas tem sido até agora Elke Batista, o dono da MMX, quem teve em suas mãos quase 1 bilhão de reais destinados à construção do Superporto do Sudeste, além de se valer de um esquema criminoso para abocanhar o estádio do Maracanã. Todo este montante, diga-se de passagem, pouco ou nada foi aplicado nas obras às quais estava destinado. Dilma verga-se também para as grandes empreiteiras principalmente em obras destinadas à Copa do Mundo e às olimpíadas em suas Parcerias Públicos Privadas. Além de suculentas subvenções do BNDES, a gerentona promove isenções para os grandes empresários, reduz taxas e desonera impostos para latifundiários e rentistas a fim de promover a acumulação capitalista a um pequeno punhado de emergentes burgueses simpáticos à política da frente popular de conciliação de classes e contenção do movimento operário. Não só subvenções, mas o que toda a “blogosfera” chapa branca tenta ocultar são as privatizações que o governo da frente popular não só dá continuidade, como encobre politicamente toda a teia de corrupção tecida anteriormente sob a gestão dos tucanos, em particular na “inviolabilidade” dos atos jurídicos e institucionais que permitiram a entrega das estatais ao capital financeiro. Assim, os governos Lula/Dilma levaram a cabo as privatizações dos bancos estaduais, dos aeroportos, rodovias, a infraestrutura portuária e agora os leilões do petróleo com o objetivo de preservar sua influência no seio do imperialismo, patrono da estratégia de debilitar o Estado burguês nacional. Não a toa o “neoliberal” Collor é hoje um expoente da base aliada do governo da frente popular no parlamento burguês!!!

Como se pode comprovar, PC Farias e sua gangue são meros escroques amadores se comparados à “privataria” tucana e as extensas generosidades abertas pelos neopetistas ao grande capital financeiro nacional e estrangeiro. Suas trapalhadas logo os colocaram fora dos interesses das oligarquias capitalistas que trataram de articular com a mídia “murdochiana” a derrubada do lumpen burguês do PRN, Collor de Melo, incapaz de levar adiante as privatizações. Um novo governo era necessário para abrir uma ofensiva neoliberal sobre as massas através de um presidente com legitimidade popular se valendo de um governo de “união nacional”, o de Itamar Franco, na realidade um tubo de ensaio para as primeiras investidas antioperárias sob a ilusão do “resgate da democracia” no país, posteriormente levada a cabo pelo tucanato e a frente popular encabeçada pelo PT.