Para estender a
vitoriosa luta dos professores do Rio, construir a greve nacional dos
trabalhadores em educação!
Neste dia 15 de outubro,
dia do professor, o país foi tomado por manifestações em defesa da educação
pública e gratuita. Particularmente no Rio de Janeiro, milhares de ativistas e
lutadores saíram às ruas mais uma vez em apoio à greve dos professores da rede
municipal de ensino, paralisados desde 8 de agosto. Outras cidades, como São
Paulo, Brasília e Porto Alegre foram palcos de marchas contra os ataques aos
direitos dos trabalhadores em educação e da juventude, nas quais vários
lutadores presos. Como na manifestação anterior na capital fluminense, a
polícia reprimiu duramente o protesto, que vem ganhando amplo apoio popular. O
alvo principal da sanha fascistizante da PM de Cabral e Eduardo Paes foram os
chamados “Black Bloc”, mas a repressão tem como objetivo intimidar o conjunto
do ativismo classista. A força do movimento fez com que o STF decidisse na
própria terça-feira (15) suspender o corte do ponto dos professores da rede
estadual que estão em greve no estado do Rio de Janeiro, decisão que abre precedente
para o mesmo valer para a prefeitura carioca. A justiça estadual, por sua vez,
aceitou o pedido de liminar impetrado pelo sindicato dos professores (SEPE) e
cancelou a seção da Câmara Municipal que aprovou o famigerado Plano de Cargos e
Salários, na verdade um pacote de maldade encomendado por Eduardo Paes. A
vitória do movimento depende exclusivamente da força de sua
mobilização, por esta razão, mais do que nunca, é necessário estender esta luta
ao resto do país de forma unificada através da construção de uma greve nacional
dos trabalhadores em educação!
A greve dos
trabalhadores em educação da rede municipal do Rio de Janeiro chegou a seu
ápice 69 dias após o início da paralisação. Os governos do PMDB, que contam com
a participação do PT e PCdoB, desejam derrotar o movimento nos próximos dias,
seja através da repressão ou do corte de ponto, não estando descartada
inclusive a prisão do comando de greve caso as mobilizações se radicalizem. A
desocupação pela PM do plenário da Câmara dos Vereadores com extrema violência
e prisão dos “Blacs Block” que apoiam o movimento mostrou o caminho
fascistizante adotada por Paes e Cabral. Para barrar a repressão e fortalecer o
movimento é necessário que a categoria entre nacionalmente em luta, já que está
previsto um ataque aos trabalhadores em educação no começo do ano com o
rebaixamento do índice de reajuste do piso salarial nacional dos professores,
planejado anteriormente para ser em torno de 19% (custo-aluno), mas que os
governadores de todos os partidos burgueses desejam reduzir para no máximo 8%!
Com a derrota da greve dos bancários e dos trabalhadores dos correios, a
paralisação dos professores do Rio de Janeiro é neste momento o único ponto de
apoio para a intervenção classista do movimento operário, sendo fundamental que
este movimento ganhe contorno nacional justamente para dar continuidade, pela
esquerda, para as chamadas “Jornadas de Junho”.
Em São Paulo, mais de 50
lutadores foram detidos pela PM no curso da marcha em solidariedade a luta dos
estudantes e professores das universidades estaduais paulista. A justiça
burguesa deu 60 dias para que os estudantes desocupem o prédio da Reitoria da
USP, ameaçando o movimento com a intervenção da PM. A repressão à manifestação
deste dia 15 de outubro foi maior que na marcha anterior, justamente porque a
fragilidade do governo Alckmin se acentua mergulhado no escândalo do metrô. Não
por acaso, três carros do Consórcio Via Quatro, responsável pela Linha
4-Amarela do Metrô, foram alvos da justa ira popular, assim como várias
agências bancárias. Em várias cidades do país ocorreram manifestações cuja
marca foi a complete ausência dos grandes aparatos sindicais (CUT, CTB,
Conlutas), que declaram solidariedade à greve do Rio e a ocupação da reitoria
da USP, mas de fato se negam a chamar atos e mobilizações em apoio concreto a
esta luta, principalmente porque o PT e o PCdoB estão nos governo do PMDB no
Rio de Janeiro. A própria direção do SEPE, ligada ao PSOL e PSTU, declarou que
a marcha na capital fluminense terminou as 20hs e não se responsabilizava pelos
atos praticados pelos “Black Bloc” em uma clara tentativa de impedir a
radicalização do movimento e a unidade de ação para barrar a repressão
policial. A burocracia sindical de “esquerda” e de “direita” não vê com simpatia
a presença da juventude rebelde e dos “Blacks Blocs” nas manifestações,
consideram como “sagrado” o respeito à “ordem pública” e à “propriedade
privada”. Frente a esta conduta escandalosa é necessário que o movimento
discuta sua própria forma de autodefesa (contra a PM e os Nazifascistas) ao
invés de fugir deste debate para depois facilmente “carimbar” os “Black Blocs”
de “vanguardismo inconsequente” como faz o PSTU!
A construção de uma
greve nacional da educação é uma tarefa colocada na ordem do dia, quando a luta
dos professores da rede municipal do Rio de Janeiro tem destaque nacional e
pode determinar os rumos do movimento de massas no próximo período, sendo um
ponto de apoio para campanhas salariais em curso como metalúrgicos e
petroleiros, no sentido que elas tenham um destino diferente dos bancários e
correios, que foram derrotadas. A mobilização nacional dos professores deve se
unificar com a luta contra o leilão do Campo de Libra marcado para o dia 21 de
outubro. A CUT, CTB, Conlutas e Intersindical devem se colocar a frente deste
chamado, mobilizando seus sindicatos para organizar uma ação unificada. A
tarefa colocada neste momento, onde a burguesia desencadeia uma nova onda
repressiva contra o movimento de massas, é redobrar as mobilizações e cobrir de
solidariedade todos os segmentos que estão na luta, independente de nossas
diferenças programáticas. A manifestação popular ocorrida neste dia 15 reflete
uma tendência de continuidade das mobilizações de esquerda, até então
bloqueadas pela política de colaboração de classes de suas direções, sendo
necessário romper esta camisa de força desde as bases em luta e colocando os
sindicatos a serviço da unificação do movimento!
Nota aprovada na
plenária da Oposição de Luta dos Trabalhadores em Educação – Ceará
15 de outubro de 2013