Ato político em São Paulo
contra o leilão do campo de Libra denuncia governo Dilma e sua política de
privatização da Petrobras
Ocorreu no final da
tarde deste dia 03 de outubro na Avenida Paulista, em frente à sede da
Petrobras, um importante ato político contra o leilão do campo de Libra. Mais
de 500 ativistas participaram da atividade, que agregou carteiros, professores,
petroleiros, estudantes e dezenas de bancários que terminavam os piquetes no
mais importante corredor financeiro do país. O camarada Marco Queiroz,
dirigente nacional da LBI, interveio no caminhão de som denunciando a política
privatista do governo Dilma que, enquanto entrega os recursos naturais do país
às transnacionais, arrocha os salários dos trabalhadores, particularmente dos
correios (ECT) e dos bancos públicos como BB e CEF. A intervenção da LBI
destoou das demais que apenas cobravam que a gerentona petista “cumprisse o que
prometeu em campanha”, quando esta declarou na disputa de 2010 que era contra a
privatização do pré-sal. Além da LBI estiveram presentes outras organizações
políticas como LER-QI, TPOR, PCR, PCdoB, PSTU e o conjunto das centrais
sindicais, estas se limitando a pressionar o governo Dilma a cancelar o leilão.
Longe de patrocinar ilusões do governo da frente popular comandado pelo PT, pontuamos que a privatização da Petrobras já era uma realidade, tanto por grande parte da empresa já se encontrar nas mãos do capital privado como pela remessa de 40% de seus lucros para o exterior. Os leilões em curso são apenas a ponta do iceberg deste processo predatório, que tem tornado a Petrobras refém da agiotagem internacional. Por conta dessa realidade, o representante da LBI defendeu a luta por uma Petrobrás 100% estatal sob controle dos trabalhadores e a ruptura completa com os tubarões rentistas que rapinam a empresa.
Um ponto importante do
ato foi a presença de diversas categorias em luta que, apesar do controle
burocrático do caminhão de som, restringindo as falas, fecharam por quase 30
minutos uma das vias da Av. Paulista, mesmo contrariando a orientação dos
sindicatos cutistas e das centrais pelegas “amarelas” que a todo tempo
declaravam ter a atividade um caráter “ordeiro e pacífico”. Tamanha insistência
visava justamente conter a radicalidade dos ativistas presentes que se chocavam
diretamente com a política de arrocho e privatizações do governo Dilma.
No dia que a Petrobras
completa 60 anos, esteve mais claro do que nunca que o chamado
“neodesenvolvimentismo” defendido pelo PT não passa de uma farsa para amortecer
a luta de classes pela via de sua política de conciliação enquanto segue
fielmente entregando nossas estatais e as riquezas do país às transnacionais e
aos tubarões rentistas. Contra esta política criminosa é necessário unificar as
categorias em luta para realizar uma verdadeira greve no dia 21 de outubro
contra a realização do leilão, ocupando as refinarias e as sedes da Petrobras
em todo o país, não só para forçar o governo Dilma a recuar na entrega de nosso
petróleo, mas fundamentalmente para por um fim à verdadeira orgia financeira
que torna a Petrobras refém dos piratas da especulação financeira!