Mobilização
multitudinária em apoio à greve dos professores do Rio sofre repressão do PIG,
da assassina PM “Cabralística” e dos revisionistas do PSOL/PSTU
O centro do Rio de
Janeiro foi novamente tomado por milhares de manifestantes, cerca de 50 mil,
que saíram às ruas para mostrar sua solidariedade ativa com a greve dos
professores do município que travam uma dura batalha contra a intransigência do
prefeito Eduardo Paes e a truculência assassina do governador Sérgio “Caveirão”.
A população trabalhadora do Rio demonstrou que está farta da política de
repressão e assassinatos contra a população pobre desta dupla de corruptos
instalados no PMDB, que ainda contam com o apoio da presidenta Dilma Rousseff.
Além da participação massiva dos professores a passeata que tomou completamente
a Av. Rio Branco contou com a presença de outras categorias que estão em luta
como bancários, trabalhadores dos Correios e petroleiros gritando um sonoro “NÃO”
a entrega do campo de Libra para as transnacionais piratas. Vale destacar o
comparecimento de combativas colunas de organizações da juventude, como os
Black Blocs, trazendo a fraternidade e rebeldia dos jovens em apoio ao proletariado.
A manifestação popular foi a maior ocorrida nacionalmente desde as “jornadas de
junho”, refletindo uma tendência de continuidade das mobilizações de esquerda,
bloqueadas pela política de colaboração de classes, pactuada entre o PT/CUT e o
PIG. Mas a mídia “murdochiana” não perdeu tempo e voltou à carga contra o
movimento de massas, desconsiderando a presença de milhares de pessoas nas
ruas, acusou de vandalismo e agora até de terrorismo os ativistas que resistiam
corajosamente à ofensiva policial. Desta vez o PIG contou com a ajuda dos
revisionistas do PSOL/PSTU, que covardemente acusaram os Black Blocs: “As ações
do Black Bloc, no entanto, acabaram possibilitando a brutal repressão policial,
que teve reflexos para os moradores da Lapa, Bairro de Fátima e região” (sítio
do PSTU, 08/10).
A canalhice do PIG mostrou que não tem limites, primeiro nivelou as manifestações do Rio e São Paulo como se estas tivessem o mesmo afluxo de pessoas (Rio contou com 50 mil e São Paulo pouco mais de mil), depois desatou uma furiosa campanha contra os “vândalos e baderneiros” que destruíram um carro de polícia em Sampa e no Rio atacaram legitimamente símbolos da reação, como a antiga embaixada dos EUA no Brasil (hoje consulado) e a sede do “Clube Militar” dos torturadores genocidas. O governador bandido Alckmin, que deveria estar preso por assalto aos cofres do estado, liberou o uso das semiletais balas de borracha e mandou processar manifestantes com base na Lei de Segurança Nacional, a mesma que encarcerou militantes da esquerda na época do regime militar. Já no Rio, o assassino Cabral está prendendo de forma generalizada os ativistas sociais, acusados agora de participarem de “organização criminosa”, talvez por confundi-los com membros de seu partido, o PMDB.
É bem verdade que a
burocracia sindical não vê com simpatia a presença da juventude rebelde e dos
Blacks Blocs nas manifestações, consideram como “sagrado” o respeito à “ordem
pública” e à “propriedade privada”. No último dia 07 quando a passeata chegou à
Cinelândia, a direção do SEPE orientou a dispersão dos manifestantes,
justamente temendo atos mais radicalizados da juventude contra a polícia
militar. Se houveram algumas ações incorretas, como atacar lotações ainda
ocupadas por trabalhadores, estas estão subordinadas à dinâmica geral do
movimento de massas, correta no combate frontal aos “monumentos” da classe
dominante. Somente revisionistas do pior naipe podem afirmar que “A repressão é
acionada em função das ações isoladas e radicalizadas”... de um setor que está
do nosso lado na barricada da luta de classes.
A tarefa colocada neste
momento, onde a burguesia desencadeia um nova onda repressiva contra o
movimento de massas, é redobrar as mobilizações e cobrir de solidariedade todos
os segmentos que estão na luta, independente de nossas diferenças programáticas.
Desde o governo petista do Rio Grande, passando pelos Tucanos em São Paulo até
chegar à máfia do PMDB no Rio de Janeiro, há um acordo geral de criminalizar os
militantes de esquerda e ativistas sociais como “formadores de quadrilha”. Este
grave precedente foi aberto em pleno julgamento farsa do chamado “mensalão”,
quando os dirigentes petistas (degenerados ou não) foram acusados pela corte
patronal de “formação de quadrilha”. Na época alertamos para o risco de setores
da esquerda legitimarem este espetaculoso julgamento em nome da tese reformista
da “ética” na política. Outra grande manifestação já está marcada no Rio para o
próximo dia 15/10, será necessário que o movimento discuta sua própria forma de
autodefesa (contra a PM e os Nazifascistas), ao invés de fugir deste debate
para depois facilmente “carimbar” os Black Blocs de “vanguardismo inconsequente”.
Seria cômico se não fosse trágico, o comportamento do PSTU, reivindicando da
assassina policia militar proteção para o movimento de esquerda em relação aos
ataques dos bandos neonazistas.