quarta-feira, 9 de outubro de 2013


Mobilização multitudinária em apoio à greve dos professores do Rio sofre repressão do PIG, da assassina PM “Cabralística” e dos revisionistas do PSOL/PSTU

O centro do Rio de Janeiro foi novamente tomado por milhares de manifestantes, cerca de 50 mil, que saíram às ruas para mostrar sua solidariedade ativa com a greve dos professores do município que travam uma dura batalha contra a intransigência do prefeito Eduardo Paes e a truculência assassina do governador Sérgio “Caveirão”. A população trabalhadora do Rio demonstrou que está farta da política de repressão e assassinatos contra a população pobre desta dupla de corruptos instalados no PMDB, que ainda contam com o apoio da presidenta Dilma Rousseff. Além da participação massiva dos professores a passeata que tomou completamente a Av. Rio Branco contou com a presença de outras categorias que estão em luta como bancários, trabalhadores dos Correios e petroleiros gritando um sonoro “NÃO” a entrega do campo de Libra para as transnacionais piratas. Vale destacar o comparecimento de combativas colunas de organizações da juventude, como os Black Blocs, trazendo a fraternidade e rebeldia dos jovens em apoio ao proletariado. A manifestação popular foi a maior ocorrida nacionalmente desde as “jornadas de junho”, refletindo uma tendência de continuidade das mobilizações de esquerda, bloqueadas pela política de colaboração de classes, pactuada entre o PT/CUT e o PIG. Mas a mídia “murdochiana” não perdeu tempo e voltou à carga contra o movimento de massas, desconsiderando a presença de milhares de pessoas nas ruas, acusou de vandalismo e agora até de terrorismo os ativistas que resistiam corajosamente à ofensiva policial. Desta vez o PIG contou com a ajuda dos revisionistas do PSOL/PSTU, que covardemente acusaram os Black Blocs: “As ações do Black Bloc, no entanto, acabaram possibilitando a brutal repressão policial, que teve reflexos para os moradores da Lapa, Bairro de Fátima e região” (sítio do PSTU, 08/10).

A canalhice do PIG mostrou que não tem limites, primeiro nivelou as manifestações do Rio e São Paulo como se estas tivessem o mesmo afluxo de pessoas (Rio contou com 50 mil e São Paulo pouco mais de mil), depois desatou uma furiosa campanha contra os “vândalos e baderneiros” que destruíram um carro de polícia em Sampa e no Rio atacaram legitimamente símbolos da reação, como a antiga embaixada dos EUA no Brasil (hoje consulado) e a sede do “Clube Militar” dos torturadores genocidas. O governador bandido Alckmin, que deveria estar preso por assalto aos cofres do estado, liberou o uso das semiletais balas de borracha e mandou processar manifestantes com base na Lei de Segurança Nacional, a mesma que encarcerou militantes da esquerda na época do regime militar. Já no Rio, o assassino Cabral está prendendo de forma generalizada os ativistas sociais, acusados agora de participarem de “organização criminosa”, talvez por confundi-los com membros de seu partido, o PMDB.

É bem verdade que a burocracia sindical não vê com simpatia a presença da juventude rebelde e dos Blacks Blocs nas manifestações, consideram como “sagrado” o respeito à “ordem pública” e à “propriedade privada”. No último dia 07 quando a passeata chegou à Cinelândia, a direção do SEPE orientou a dispersão dos manifestantes, justamente temendo atos mais radicalizados da juventude contra a polícia militar. Se houveram algumas ações incorretas, como atacar lotações ainda ocupadas por trabalhadores, estas estão subordinadas à dinâmica geral do movimento de massas, correta no combate frontal aos “monumentos” da classe dominante. Somente revisionistas do pior naipe podem afirmar que “A repressão é acionada em função das ações isoladas e radicalizadas”... de um setor que está do nosso lado na barricada da luta de classes.

A tarefa colocada neste momento, onde a burguesia desencadeia um nova onda repressiva contra o movimento de massas, é redobrar as mobilizações e cobrir de solidariedade todos os segmentos que estão na luta, independente de nossas diferenças programáticas. Desde o governo petista do Rio Grande, passando pelos Tucanos em São Paulo até chegar à máfia do PMDB no Rio de Janeiro, há um acordo geral de criminalizar os militantes de esquerda e ativistas sociais como “formadores de quadrilha”. Este grave precedente foi aberto em pleno julgamento farsa do chamado “mensalão”, quando os dirigentes petistas (degenerados ou não) foram acusados pela corte patronal de “formação de quadrilha”. Na época alertamos para o risco de setores da esquerda legitimarem este espetaculoso julgamento em nome da tese reformista da “ética” na política. Outra grande manifestação já está marcada no Rio para o próximo dia 15/10, será necessário que o movimento discuta sua própria forma de autodefesa (contra a PM e os Nazifascistas), ao invés de fugir deste debate para depois facilmente “carimbar” os Black Blocs de “vanguardismo inconsequente”. Seria cômico se não fosse trágico, o comportamento do PSTU, reivindicando da assassina policia militar proteção para o movimento de esquerda em relação aos ataques dos bandos neonazistas.