Grito dos Excluídos - Rio de Janeiro: Um “07 de Setembro” às
vésperas do circo eleitoral exigindo Liberdade Política!
Ocorreu na manhã deste domingo, 07 de setembro, o “Grito dos
Excluídos” em todo o país. No Rio de Janeiro, o eixo da atividade foi a luta
pela liberdade dos presos políticos do governo Pezão/Dilma e a denúncia da
repressão estatal de ontem e de hoje. Mais de 500 ativistas participaram da
atividade, representando diversas correntes e grupos políticos. Entre eles se
fizeram presentes a LBI, LQB, MEPR, FIP, FIST que conformaram um bloco político
mais combativo a frente da passeata. Na retaguarda se concentraram PSOL, PSTU e
PCB em uma divisão política que expressa a própria política da “Frente de
Esquerda” de dividir o movimento e acusar os setores mais à esquerda de provocarem
a repressão policial. Desmascarando esta calúnia, o aparato da PM se fez
ostensivamente presente, com os cães de guarda da burguesia cercando a
manifestação e provocando os ativistas sem qualquer motivo. Uma prova disso foi
que a polícia impediu o uso de carro de som e seu batalhão de choque
preventivamente não permitiu que a passeata “furasse” o desfile patrioteiro do
“Dia da Independência” convocado pelas FFAA. Em plena atividade, na Avenida
Presidente Vargas, no centro da capital fluminense, a LBI distribuiu aos
presentes sua “Declaração ao Grito dos Excluídos: Plebiscito Popular por uma
Constituinte Exclusiva, uma manobra distracionista que se opõe à luta direta
contra o decadente regime burguês” e vendeu em sua banca de publicações dezenas
de exemplares de seu novo livro “O ‘acidente’ fatal de Campos e a ‘operação’
embuste Marina: Teoria da conspiração ou uma exigência do imperialismo?”. Esta publicação abriu um importante debate sobre a conjuntura nacional e
as tarefas da esquerda revolucionária em um “07 de Setembro” que ocorre às
vésperas do circo eleitoral e escolherá o gerente burguês para manter a
subornação nacional ao imperialismo e o grande capital.
Os setores dos “movimentos sociais” que apoiam o governo
Dilma, através do Levante Popular da Juventude (Consulta Popular) e do jornal
Brasil de Fato, compareceram minoritariamente a atividade defendendo o chamado
“Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva”. Seu manifesto intitulado
“Na semana da Pátria é hora de votar pelo Brasil” afirma que “A presidente
Dilma apresentou a proposta de fazer um Plebiscito com o tema da Reforma
Política, porém ela foi rapidamente arquivada pelo Legislativo... A meta é
conseguir 10 milhões de votos e pressionar a convocação de uma consulta popular
oficial” (Brasil de Fato – Especial Reforma Política – Rio de Janeiro, 01 a 07
de setembro/2014). Como a militância da LBI denunciou no Grito dos Excluídos, a
proposta de Plebiscito ventilada pelo PT e logo “esquecida” ao longo do ano
tinha naquele momento o objetivo desviar o foco da atenção das mobilizações de
rua das “Jornadas de Junho” de 2013 para o parlamento e fazer um arranjo
político-institucional entre as frações burguesas. Agora, a proposta de
“Plebiscito Popular” não passa de uma manobra distracionista do sindicalismo
“chapa branca” que se opõe à luta direta contra o regime político e o próprio
governo do PT.
Por sua vez, a política da “Frente de Esquerda” foi mais uma
vez criminosa neste 07 de setembro. Enquanto a PM cercava o bloco político
formado em torno da FIP e da FIST, a esquerda domesticada e eleitoralista se
mantinha totalmente distante da passeata, observando de camarote a provocação
policial. Apesar da LBI ter profundas divergências programáticas com o MEPR e a
tática dos “Black Blocs”, estabelecemos uma frente única nesta atividade e nos
somamos à coluna que estava a frente da passeata, não se intimidando com a ação
da PM. Ao final do protesto, quando ativistas queimavam a bandeira do Brasil, três companheiros foram presos pela PM e levados para a sede da Polícia Federal. Exigimos a liberdade imediata dos presos políticos do governo Pezão/Dilma!
Como ocorreu a praticamente um mês das eleições presidenciais, a LBI aproveitou a atividade para reafirmar sua posição em defesa do “Voto Nulo ativo para combater o circo eleitoral da elite dominante”. Caracterizamos que a defesa do “voto útil” em Dilma diante do perigo da “volta da direita” representada pela messiânica candidatura do PSB colocou na defensiva todo um espectro político da “esquerda” no país (governista ou não) tensionamento que irá aumentar no segundo turno. Longe de embarcar nesta canoa furada, própria do circo eleitoral, os marxistas leninistas denunciaram neste “Grito dos Excluídos” ativamente o caráter reacionário da candidatura de Marina (orquestrada pela Casa Branca que recorreu até aos serviços da CIA para viabilizá-la) enquanto publicitaram que foi a política do PT de aliança com as oligarquias (Cabral/Pezão, por exemplo) a principal responsável pelo recrudescimento e a fascistização do regime político em nosso país. Nesse sentido, “ganhe quem ganhe”, o próximo período será de um duro ataque às conquistas dos trabalhadores e inclusive às parcas liberdades democráticas vigentes no Brasil.