domingo, 7 de setembro de 2014


Grito dos Excluídos - Rio de Janeiro: Um “07 de Setembro” às vésperas do circo eleitoral exigindo Liberdade Política!

Ocorreu na manhã deste domingo, 07 de setembro, o “Grito dos Excluídos” em todo o país. No Rio de Janeiro, o eixo da atividade foi a luta pela liberdade dos presos políticos do governo Pezão/Dilma e a denúncia da repressão estatal de ontem e de hoje. Mais de 500 ativistas participaram da atividade, representando diversas correntes e grupos políticos. Entre eles se fizeram presentes a LBI, LQB, MEPR, FIP, FIST que conformaram um bloco político mais combativo a frente da passeata. Na retaguarda se concentraram PSOL, PSTU e PCB em uma divisão política que expressa a própria política da “Frente de Esquerda” de dividir o movimento e acusar os setores mais à esquerda de provocarem a repressão policial. Desmascarando esta calúnia, o aparato da PM se fez ostensivamente presente, com os cães de guarda da burguesia cercando a manifestação e provocando os ativistas sem qualquer motivo. Uma prova disso foi que a polícia impediu o uso de carro de som e seu batalhão de choque preventivamente não permitiu que a passeata “furasse” o desfile patrioteiro do “Dia da Independência” convocado pelas FFAA. Em plena atividade, na Avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense, a LBI distribuiu aos presentes sua “Declaração ao Grito dos Excluídos: Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva, uma manobra distracionista que se opõe à luta direta contra o decadente regime burguês” e vendeu em sua banca de publicações dezenas de exemplares de seu novo livro “O ‘acidente’ fatal de Campos e a ‘operação’ embuste Marina: Teoria da conspiração ou uma exigência do imperialismo?”. Esta publicação abriu um importante debate sobre a conjuntura nacional e as tarefas da esquerda revolucionária em um “07 de Setembro” que ocorre às vésperas do circo eleitoral e escolherá o gerente burguês para manter a subornação nacional ao imperialismo e o grande capital.

Os setores dos “movimentos sociais” que apoiam o governo Dilma, através do Levante Popular da Juventude (Consulta Popular) e do jornal Brasil de Fato, compareceram minoritariamente a atividade defendendo o chamado “Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva”. Seu manifesto intitulado “Na semana da Pátria é hora de votar pelo Brasil” afirma que “A presidente Dilma apresentou a proposta de fazer um Plebiscito com o tema da Reforma Política, porém ela foi rapidamente arquivada pelo Legislativo... A meta é conseguir 10 milhões de votos e pressionar a convocação de uma consulta popular oficial” (Brasil de Fato – Especial Reforma Política – Rio de Janeiro, 01 a 07 de setembro/2014). Como a militância da LBI denunciou no Grito dos Excluídos, a proposta de Plebiscito ventilada pelo PT e logo “esquecida” ao longo do ano tinha naquele momento o objetivo desviar o foco da atenção das mobilizações de rua das “Jornadas de Junho” de 2013 para o parlamento e fazer um arranjo político-institucional entre as frações burguesas. Agora, a proposta de “Plebiscito Popular” não passa de uma manobra distracionista do sindicalismo “chapa branca” que se opõe à luta direta contra o regime político e o próprio governo do PT.

Por sua vez, a política da “Frente de Esquerda” foi mais uma vez criminosa neste 07 de setembro. Enquanto a PM cercava o bloco político formado em torno da FIP e da FIST, a esquerda domesticada e eleitoralista se mantinha totalmente distante da passeata, observando de camarote a provocação policial. Apesar da LBI ter profundas divergências programáticas com o MEPR e a tática dos “Black Blocs”, estabelecemos uma frente única nesta atividade e nos somamos à coluna que estava a frente da passeata, não se intimidando com a ação da PM. Ao final do protesto, quando ativistas queimavam a bandeira do Brasil, três companheiros foram presos pela PM e levados para a sede da Polícia Federal. Exigimos a liberdade imediata dos presos políticos do governo Pezão/Dilma!


Como ocorreu a praticamente um mês das eleições presidenciais, a LBI aproveitou a atividade para reafirmar sua posição em defesa do “Voto Nulo ativo para combater o circo eleitoral da elite dominante”. Caracterizamos que a defesa do “voto útil” em Dilma diante do perigo da “volta da direita” representada pela messiânica candidatura do PSB colocou na defensiva todo um espectro político da “esquerda” no país (governista ou não) tensionamento que irá aumentar no segundo turno. Longe de embarcar nesta canoa furada, própria do circo eleitoral, os marxistas leninistas denunciaram neste “Grito dos Excluídos” ativamente o caráter reacionário da candidatura de Marina (orquestrada pela Casa Branca que recorreu até aos serviços da CIA para viabilizá-la) enquanto publicitaram que foi a política do PT de aliança com as oligarquias (Cabral/Pezão, por exemplo) a principal responsável pelo recrudescimento e a fascistização do regime político em nosso país. Nesse sentido, “ganhe quem ganhe”, o próximo período será de um duro ataque às conquistas dos trabalhadores e inclusive às parcas liberdades democráticas vigentes no Brasil.