Os três picaretas do ex-PRC
Marina é orientada pela escória do antigo PRC na “tática” da
vitimização para ocultar seus vínculos com o imperialismo
Muito tem se falado nos assessores políticos e econômicos da
candidata Marina Silva. Nada mais natural para quem não tem um partido político
com um mínimo de história e raízes sociais, como é o caso de sua abortada REDE.
No cassino das apostas para descobrir os verdadeiros “gurus” de sua campanha e
os padrinhos de seu programa de governo, a mídia tem indicado alguns nomes, que
no geral também tem sido “marcados” pela blogosfera “chapa branca”. Figuras
como a herdeira do grupo ITAÚ, Neca Setúbal, foi nominada equivocadamente como
a “formuladora” da plataforma econômica de Marina (o mentor das “teses
independentistas” para o BC é o seu irmão Roberto) ou mesmo ao neoliberal
Eduardo Giannette é atribuída a mesma função. No campo político atribuiu-se ao
ex-tucano Walter Feldman a primazia dos “conselhos”. Vez ou outra surge um
pastor evangélico fundamentalista que também se arvora a condição de “mestre”
político-espiritual da candidata ecolobista do imperialismo. Porém, a verdade é
que o “projeto Marina” vem sendo desenhado desde 2009 por um núcleo de
dirigentes do antigo PRC (Partido Revolucionário Comunista), integrado entre
outros por Pedro Ivo Batista e Marcos Rolim. O “velho” PRC tem fornecido muitos
quadros para gerência de “esquerda” do estado burguês desde de sua “quebra”
política no final dos anos 80. Ao abdicarem da teoria Marxista-Leninista e se
dissolver no PT na forma de duas correntes internas (Nova Esquerda e Tendência
Marxista) os ex-dirigentes do PRC se notabilizaram no movimento de massas por
introduzir sua tática oportunista de “camaleão”, sempre sinalizando um giro à “esquerda”
quando na verdade mergulhavam a fundo em uma profunda inflexão à direita.
Quadros políticos como Tarso Genro, Fernando Hadadd, Genoino Neto e Maria Luiza
Fontenele (todos ex-PRC) entre outros são “experts” nesta manobra de aparentar
uma rumo popular e marchar de braços abertos para a reação. Marina Silva é
fruto político desta cepa de vigaristas que romperam com a revolução social e
hoje conta em sua equipe com dois dos principais formuladores da estratégia de
integração ao capital financeiro: Pedro Ivo e Marcos Rolim. O primeiro foi
líder estudantil da tendência Caminhando e posteriormente dirigente nacional da
CUT e o gaúcho Rolim chegou à Câmara dos Deputados após uma rápida passagem
como secretário da prefeitura de Fortaleza. Lembro muito bem de uma acirrada
disputa que travamos com o PRC no início da década de 80 pelo controle do DCE
da UECE, na época militávamos na Convergência Socialista e Pedro Ivo era o
candidato do PRC. Quando tudo parecia perdido para os oportunistas do PRC, que
na época integravam o PMDB, surge nas salas de aula a esposa (Neusa) e a filha
recém-nascida de Pedro, acusando nós os Trotsquistas de calúnia e infâmia
contra a honra de sua família. Era a forma de escapar de um debate político e
explicar à juventude porque o PRC apoiava Paes de Andrade e Mauro Benevides
(políticos burgueses do PMDB) ao governo do estado. A cretina tática da
vitimização do PRC quase nos custou a eleição do DCE, mas acabamos vencendo com
a apertada margem de apenas um único voto. Anos depois tivemos contato com
Marcos Rolim, o “grande teórico” do PRC que supostamente “fundamentou a morte”
do Leninismo para dar base programática à fundação da “Nova Esquerda”, uma panaceia anticomunista produto da destruição contrarrevolucionária da URSS. O quilate de patifaria desta “associação” dos “ex-prcianos” faz de raposas da política burguesa, como o deputado petista José Guimarães, um mero infante da escola da pilantragem de “esquerda”. É esta a
dupla de picaretas políticos, Pedro e Rolim, que na realidade “inspira” mais profundamente os
pensamentos obscurantistas da ex-comunista e atual pentecostal Marina Silva.
Agora ao que tudo indica, a tática da vitimização produziu o
efeito político esperado para Marina, ou seja, frear a reação eleitoral da
candidata do PT, os “institutos” de pesquisa decidiram “equalizar” as três
candidaturas burguesas com o objetivo de equilibrar a disputa para o segundo
turno. Marina tem sua vaga assegurada mais pelos acordos que sua assessoria
costurou muito bem com as corporações capitalistas do que propriamente com o
apoio popular que recebeu. Os comícios urbanos do PSB, com a presença de
Marina, não conseguem galvanizar nem pequenas multidões, muito distinto do “fenômeno
Lula” de 89 ou mesmo de 2002. A pequena burguesia reacionária que apoia Marina
não se dispõe sequer a “tirar a bunda da poltrona” e prestigiar sua nova ícone
da “Nova Política”.
Não seria exagero algum estabelecer um paralelo histórico entre o Lacerdismo e o movimento pró-Marina, ambos com gênese política na esquerda comunista para depois transitarem “confortavelmente” nas hostes da extrema-direita. Carlos Lacerda foi um destacado dirigente da juventude comunista até se transformar no “corvo” das elites mais reacionárias do país, ocupando um papel de destaque no golpe militar que destitui o presidente João Goulart, depois ele próprio foi vítima da ação terrorista de seus amigos da CIA. Marina, guardadas as proporções de sua “pequenez”, cumpre hoje o mesmo papel de “agente” político das forças mais entreguistas contra o governo da Frente Popular. Seu “chororô” é bem planejado (articulado pelas víboras que foram os “comunistas” do PRC no passado recente) e tem como alvo atacar as conquistas sociais arrancadas com a luta renhida do movimento operário na última década.