Porque a candidatura Marina é
a que melhor representa e galvaniza politicamente o espírito das “Jornadas
de Junho”
a que melhor representa e galvaniza politicamente o espírito das “Jornadas
de Junho”
O conjunto da esquerda revisionista, PSOL, PSTU, LER, PCO e
até mesmo o neorreformista PCB, estabeleceu um verdadeiro fetiche político
acerca dos acontecimentos que se notabilizaram como as históricas “Jornadas de Junho” de 2013. Para estes setores a intensa mobilização
das “ruas” foi o fato político
mais importante da história do país, pelo menos segundo a ótica da chamada
“esquerda socialista”. O “espírito” de Junho passou a
guiar programaticamente as ações do bloco revisionista ao ponto de “sonharem” com sua repetição em 2014 (o ano da Copa e eleições no
Brasil), o que obviamente não ocorreu, e também com uma imensa
“enxurrada” de votos em seus
candidatos “herdeiros de Junho”, um delírio oportunista que está às
vésperas de se tornar um grande pesadelo. Porém, a candidatura reacionária e
direitista de Marina Silva, que nada tem a ver com a plataforma da esquerda
revisionista, foi quem capitalizou integralmente o sentimento de oposição da
classe média urbana, se projetando como a alternativa eleitoral das “Jornadas de Junho” contra o fadigado governo do PT. A conclusão política é
evidente, o fenômeno social das “Jornadas” nem de longe expressava um conteúdo
revolucionário das camadas proletárias e mais oprimidas da população, ao
contrário foram a manifestação de “indignação” da pequena burguesia
com a precariedade dos serviços estatais e de seu “achatamento” no
que os sociólogos burgueses chamam de “pirâmide social”. Neste processo multitudinal culparam o
governo do PT por todas suas mazelas capitalistas e históricas, abrindo espaço para a entrada
das forças neofascistas no movimento de “Junho”. Agora o último ato desta peça histórica é justamente
a “onda Marina”, uma avalanche de votos que poderá derrotar o PT (com
a devida ajuda da mídia “murdochiana”) e com certeza deverão
desmoralizar ainda mais a “Frente de Esquerda” (PSOL, PSTU, PCB e
PCO) que toda somada não alcançará sequer um por cento da votação nacional.
Para os Marxistas Revolucionários o movimento das “ruas” só poderá significar um
ascenso revolucionário quando de fato
estiver “colado” à organização estrutural do proletariado e suas
organizações de esquerda. Neste caso as “ruas” serão a legítima
expressão política do movimento organizado nas fábricas, empresas e escolas.
Como a própria luta de classes está demonstrando, as “Jornadas de
Junho” passaram bem longe da “revolução” e acabaram por
“engordar” uma caricatura sinistra chamada Marina!
A história política do
país conhece muito bem o que é um genuíno movimento das massas, não está muito
distante a campanha das “Diretas Já”, popularmente gerada a partir de um eixo
democrático contra o regime militar. Milhões de pessoas saíram às ruas sob as
bandeiras vermelhas da esquerda para lutar por liberdade política e quando as
forças da reação acusaram a gigantesca mobilização de antipatriótica, foram
cabalmente rechaçadas pelo movimento. Exatamente o inverso ocorreu nas “Jornadas
de Junho”, quando as hordas conservadoras e antipartidárias hegemonizaram as “ruas”
exigindo a expulsão das organizações de esquerda, obtiveram ampla aceitação e
solidariedade da classe média e dos bandos neonazistas. Logo a principal reivindicação das “Jornadas”
se transformou no “Fora o PT” (até então não tinham nenhum eixo central),
recebendo apoio integral da mídia corporativa.
Até mesmo o setor
político mais radicalizado das “Jornadas”, os Black Blocs, estiveram
completamente à margem das justas reivindicações iniciais da “Jornada”, como o
passe livre, por exemplo. Com ações isoladas do proletariado os BB permitiram
facilmente a infiltração de destacamentos policiais e de agentes da repressão
no movimento. A configuração política das “Jornadas”, que oscilaram entre o
protagonismo das hordas fascistas e os Black Blocs, esteve bem longe de
concentrar historicamente uma mobilização revolucionária ou sequer radicalmente
democrática.
Não por coincidência, o
vice de Marina, Beto Albuquerque, ameaçou, em tom de chantagem política, as
cúpulas partidárias com a reconvocação das “Jornadas” caso as máfias
burguesas criassem dificuldades no Congresso em um eventual governo central
do PSB. A identidade “programática” entre o embuste Marina/REDE e as “Jornadas
de Junho” parece ser mesmo total.