UM GIRO À DIREITA NO PAÍS COM A LIDERANÇA DO KAISER TUCANO
ALCKMIN EM "DISPUTA" COM A CRIMINALIZAÇÃO DA POLÍTICA DO JUSTICEIRO
MORO: QUEM ENCABEÇARÁ O PRÓXIMO GOVERNO BONAPARTISTA?
Muito se tem falado após o 2º turno das eleições municipais
da “derrocada do PT”, depois de ter sido
"eleito" pela mídia como o inimigo número 1 do país e do fato de
nenhum outro partido de “esquerda” ter “herdado” os votos da legenda comandada
por Lula. O fato do PSOL ter perdido no Rio de Janeiro e Belém reforça essa
análise, mas ela é extremamente limitada. A questão é mais complexa do que
parece. A Frente Popular passou 13 anos na gerência central dos negócios da
burguesia desmoralizando o movimento de massas e corrompendo materialmente seus
quadros e militantes, cooptando as direções sindicais e estabelecendo um
verdadeiro pacto social com o grande capital. Por fim, débil e fragilizado, o
PT sofreu um Golpe Institucional por não conseguir levar a frente o ajuste
neoliberal na velocidade que desejava a classe dominante e o imperialismo.
Agora o PT assiste impotente minguar as suas gestões estatais em todas as
esferas, não pode reverter esse curso porque seus vínculos corruptos com a
burguesia e seu programa de colaboração de classes o impedem. A furibunda
campanha midiática que o PT foi alvo, criminalizando suas lideranças (que não
foi respondida a altura) minou sua base eleitoral. Em 2018 o PT deve ser
forçado a apoiar a candidatura de Ciro Gomes, assumindo um papel coadjuvante no
cenário nacional. A Frente Popular pavimentou não só o crescimento eleitoral da
direita, mas fundamentalmente alimentou tendências ideológicas, políticas e
sociais que permitem hoje um crescimento no país de grupos fascistas, das
seitas evangélicas (e suas representações políticas) e no horizonte a ascensão
de um neoBonaparte como o Juiz Sérgio Moro, um "salvador da pátria".
Como afirmou Marx no prefácio à 2ª Edição de 1869 do 18 Brumário de Luís
Bonaparte: “A luta de classes na França criou circunstâncias e condições que
permitiram a um personagem medíocre e grotesco desempenhar o papel do herói” e
concluiu “Na condição de Poder Executivo que se tornou independente, Bonaparte
sente-se chamado a assegurar a ‘ordem burguesa’. Todavia, o segmento forte
dessa ordem burguesa é a classe média” (K. Marx). O mesmo pode se repetir no
Brasil com a classe média que apoiou o impeachment de Dilma levando Moro ao
Planalto para impor uma ditadura civil, o chamado Estado pleno de Exceção. Entretanto
a "cavalgada" fascistizante do justiceiro Moro poderá encontrar um
obstáculo dentro de seu próprio campo da direita. O resultado das urnas
fortaleceu enormemente as aspirações presidenciais do Kaiser tucano Geraldo
Alckmin. Com o fracasso eleitoral em BH, Aécio Neves praticamente deu adeus ao
seu sonho de voltar a ser o tucano escolhido para disputar o governo central. O
decrépito Serra, outro pretendente ao Planalto no PSDB, está na mira da Lava
Jato e já teme até sua prisão pela "República de Curitiba". O
cenário da brutal ofensiva reacionária mundial, que apontávamos já há alguns
anos atrás, se faz presente no Brasil com toda sua intensidade, e não se trata
de um mero fator da conjuntura eleitoral. Um embate político prévio nos
bastidores do poder, entre as próprias forças da direita, definirá a aposta das
classes dominantes para substituir o modelo de gerência estatal da Frente
Popular, já totalmente esgotado. O fato do "duelo" dos protagonistas
a Bonaparte ser entre o mentor da "Opus Dei" e o chefe da esquadra do
judiciário fascista, indica que a próxima etapa histórica será de profundos
ataques as conquistas sociais do proletariado brasileiro. Acreditar que o
terreno eleitoral ou institucional deve ser nossa prioridade de ação, como
pensam o PT e o PSOL, significa cometer um grave suicídio político e decretar o
caminho livre para o triunfo da direita burguesa.