Depois de alugar sua legenda para um empresário milionário
em Jaboatão dos Guararapes, o PCO expandiu seus negócios de “franquia política”
para a cidade vizinha, Recife, capital do Estado de Pernambuco. Lançou como
candidato do partido o guarda municipal Carlos Pantaleão, que obteve 429 votos
em um universo de quase 1 milhão de eleitores. Tão logo saiu o resultado
eleitoral, levando a disputa para o 2º turno entre Geraldo Julio (PSB) e João
Paulo (PT) e antes mesmo do PCO deliberar nacionalmente uma posição oficial,
Pantaleão tratou de anunciar já no dia 03 de outubro o apoio ao PT no segundo
turno das eleições municipais de Recife. “Eu indico o voto em João Paulo”,
afirmou Carlos Pantaleão. Segundo ele “Entre o petista e o socialista, o que
mais vai atender aos trabalhadores é João” (Jornal do Commercio, 03.10). Como
se observa Pantaleão é mais um que se abriga no PCO para fazer política
burguesa aproveitando-se das posições frente populistas do PCO e de sua estrutura
partidária corrompida, que não exige qualquer centralização político-programática
para controlar a legenda em cidades fora de São Paulo, sede da seita familiar
comandada por Rui Pimenta. Tamanha “liberdade” de Pantaleão em seu acordo podre
com o PCO é possível porque Causa Operária não passa hoje de um satélite do PT,
uma sublegenda da Frente Popular que no ápice de sua degeneração ideológica,
política e material permite que seu “representante” em Recife anuncie o apoio a
candidatura burguesa de João Paulo sem que ao menos o partido declare
oficialmente sua posição no site ou jornal. O petista já foi prefeito por duas
vezes (2000-2008) e governou para os capitalistas, reprimindo greves e
atacando direitos dos trabalhadores. Em 2007 demitiu a dirigente sindical
Cláudia Machado Ribeiro, uma das principais lideranças à frente do Simpere
(Sindicato dos professores Municipais do Recife) e perseguiu os chamados
“transportes alternativos” para atender aos interesses dos donos das empresas
de ônibus, além de reprimir os estudantes nos protestos contra os aumentos de
passagem. Por fim, lembremos que durante as gestões burguesas de João Paulo, o
PT foi aliado fiel do grupo "socialista" de Eduardo Campos (PSB).
Pantaleão é membro da Guarda Municipal, agora tornou-se cabo eleitoral de seu
antigo chefe na prefeitura! Longe de defender a destruição do aparato
repressivo da burguesia contra os trabalhadores, o candidato do PCO
apresentou-se na campanha eleitoral como defensor exemplar da Guarda, inclusive
reivindicando sua “unificação” com as polícias: “Vou unificar as polícias
Civil, Militar e a Guarda Municipal” prega Pantaleão. Como se observa, ele
reivindica aperfeiçoar a ação do braço armado do Estado contra os
trabalhadores, sem meias palavras. Mas o pior ainda estar por vir! Pantaleão
defende armar a Guarda Municipal, uma plataforma reacionária reivindicada pela
direita fascista contra o povo! Na entrevista que deu no TV Jornal Meio-Dia em
21 de setembro, Pantaleão declara de viva voz (escutar áudio a partir dos 33
segundos): “Nas nossas mãos está no âmbito municipal é o reconhecimento da
Guarda Municipal. Através da Lei 13.022,
com a guarda armada...Hoje ela está em situação precária porque os guardas
estão trabalhando sem colete, os coletes estão vencidos, sem armamento, a
guarda não pode nem contribuir com o processo da segurança pública” (http://video11.mais.uol.com.br/15999464.mp3).
O empresário milionário do PCO em Jaboatão: Adilson e seus cabos eleitorais pagos |
Pantaleão e seus colegas da Guarda Municipal de Recife exigem armamento |