HÁ CINCO ANOS DO ASSASSINATO DE KADAFFI PELA OTAN E SEUS
“REBELDES”: IMPERIALISMO TENTA FAZER DA SÍRIA UMA “NOVA LÍBIA” MERGULHADA NA
BARBÁRIE DA GUERRA CAPITALISTA
Fez cinco anos nesta quinta-feira (20/10) que o líder nacionalista líbio Muammar Kadaffi
foi assassinado a sangue frio perante as câmeras da mídia
"murdochiana" mundial e com o consentimento dos países imperialistas
que participaram da campanha de rapina antilíbia de 2011. Uma guerra civil que
se iniciou no momento de sua morte e continua há cinco anos arruinando a
economia e retrocedendo as condições de vida da população aos níveis dos países
mais miseráveis da África. Kadaffi tombou em combate resistindo à ofensiva por
terra dos “rebeldes” apoiados pelos bombardeios da OTAN na Líbia pelo ar. Em
sua homenagem reproduzimos abaixo o artigo histórico lançado pelo BLOG da LBI
poucas horas depois da morte do dirigente líbio. As imagens filmadas dos
últimos momentos de vida de Kadaffi mostram o combatente capturado na mão dos
“rebeldes”, sendo sumariamente executado após exigir o direito universalmente
constituído de um prisioneiro de guerra. A mídia burguesa e os revisionistas do
trotskismo (LIT, UIT) em êxtase logo disseram na época que não teria sido a
OTAN a responsável pela morte de Kadaffi, mas sim os próprios “bravos rebeldes”
já que as imagens não mostram nenhum destacamento da aliança ocidental em ação.
Imaginem que um comboio de quase 200 homens armados sob o comando de Kadaffi
poderia ter sido capturado por poucas dezenas de “rebeldes” bêbados e ainda por
cima só ter restado como prisioneiro unicamente Kadaffi e seu filho Mutassim.
Na verdade, o comboio militar em que se encontrava o coronel Kadaffi buscava se
reposicionar nos arredores de Sirte, na tentativa de aliviar os pesados
bombardeios dos caças da OTAN que já duravam quase dois meses ininterruptos,
castigando impiedosamente toda a população civil. Nesta manobra tática o
comboio foi duramente atingindo por mísseis de alta precisão da OTAN, obrigando
os combatentes a se entrincheirarem fora dos carros, travando uma encarniçada
batalha contra as tropas em terra da OTAN e seus “rebeldes”, que durou várias
horas. Em franca desvantagem bélica e possivelmente já com pouca munição, as
forças da resistência, reduzidas a cerca de 80 combatentes, foram capturadas,
sendo entregues aos bêbados “rebeldes” que trataram de trazer para si o mérito
do linchamento covarde, como num passe de mágica onde encontraram Kadaffi escondido
em um bueiro. Passados cinco anos, a destruição de todos os monumentos
anti-imperialistas na Líbia, um símbolo da era Kadaffi pelos “rebeldes” que
usaram uma bandeira monarquista e se vestiam com camisetas e bonés com símbolos
ianques, foram um péssimo presságio da etapa que estamos atravessando que tem a
Síria e a Ucrânia como seu alvo atual. Episódios similares assistimos na
destruição das estátuas de Lenin, na época da queda contrarrevolucionária da
URSS, quando se abriu um período de reação em toda linha. A vanguarda da classe
operária deve abstrair todas as ácidas lições da atual etapa histórica, onde o
proletariado mundial acumula uma série de graves derrotas em função da ausência
de uma direção genuinamente revolucionária. Por esta razão, apoiamos a frente
única entre Putin-Assad na Síria para que não façam deste país uma “nova”
Líbia. Lembremos que em 2011 os falsários do leninismo que hoje se dizem
"defensores da Síria" como o PCO e uma "pulga" revisionista satélite seu integravam um "Comitê Antiimperialista" com a CST e
O Trabalho, os mais canalhas revisionistas apoiadores dos "rebeldes",
chegando a votar contra nossa proposta de se estabelecer uma frente única com
Kadaffi para derrotar da OTAN e seus "rebeldes" mercenários,
opondo-se a lutar pela vitória militar da Líbia. Diante desta farsa flagrante,
nos retiramos deste engodo e denunciamos publicamente este comitê que de
antiimperialista não tinha nada! Honrando a resistência que Kadaffi empreendeu
antes de ser morto, a LBI se posta neste campo militar e político para
fortalecer a luta anti-imperialista e contra seus “rebeldes” pró-OTAN
(cinicamente apresentados como revolucionários pelos revisionistas do
trotskismo). Nesta trincheira de combate internacionalista forjamos a
construção de uma alternativa revolucionária para os trabalhadores que vá além
de suas direções burguesas!
OTAN ASSASSINA KADAFFI QUE COMANDAVA BRAVAMENTE OS COMBATES
CONTRA OCUPAÇÃO DE SIRTE PELOS MERCENÁRIOS DO IMPERIALISMO (20 de outubro de
2011)
A operação “revolução árabe” montada pelo imperialismo na
Líbia aparentemente alcançou seu principal objetivo imediato: a morte do
coronel Muamar Kadaffi, morto em combate nas ruas de Sirte. Em êxtase, a mídia
burguesa em uníssono apresentou imagens do corpo do dirigente nacionalista
líbio ensanguentado após um ataque aéreo da OTAN, articulado com os “rebeldes”
nas imediações de Sirte. Ainda que sejam informações preliminares, tudo indica
que as imagens são verdadeiras. Kadaffi morreu lutando bravamente contra forças
infinitamente superiores, do ponto de vista bélico. Dirigiu a resistência
militar à ocupação de seu país até o limite de sua própria vida, ao contrário
dos que afirmaram que Kadaffi fugiria como um rato, como fazem os “ditadores”
ou “democratas” covardes no enfrentamento direto com o imperialismo. Segundo as
versões iniciais, os caças da OTAN bombardearam um comboio militar da
resistência em que estava Kadaffi, atingindo-o mortalmente. Mas o CNT tratou de
tomar a captura e morte de Kadfaffi como obra sua, apresentando-o sem vida,
capturado dentro de um túnel. Desta forma, mais um capítulo da ofensiva
neolocolonialista das grandes potências capitalistas contra os povos está se
encerrando, vergonhosamente apoiada pela canalha revisionista do trotskismo
como a LIT e seus congêneres, abrindo caminho para imposição do governo
fantoche do CNT para a rapina das riquezas do país norte-africano.
Bandeiras da monarquia junto a dos EUA e da UE foram
mostradas tremulando nas “comemorações” dos mercenários. Os representantes imperialistas
saudaram a morte de Kadaffi apresentando-a como o fim de uma “ditadura
sanguinária”. Como papagaios, a esquerda revisionista apresenta cinicamente o
assassinato do dirigente líbio como produto da “revolução popular” contra um
“governo pró-imperialista”. Nada mais falso. É verdade que a aproximação do
regime líbio, operada a partir dos anos 90 com o imperialismo europeu,
debilitou enormemente o regime frente às massas e a própria classe operária.
Mas esse processo não foi suficiente para reverter completamente as conquistas
sociais da revolução democrática que derrubou uma monarquia corrupta e
pró-imperialista no final dos anos 60. Por esta razão, no lastro da farsesca
“revolução árabe”, a Casa Branca e a UE montaram uma ofensiva para derrubar o regime
nacionalista que controlava a extração e exportação do petróleo com alto grau
de controle estatal, o que se chocava com os interesses das transnacionais
petrolíferas norte-americanas.
O assassinato de Kadaffi pelas mãos da OTAN e seus
“rebeldes” é sem dúvida uma vitória do imperialismo e representa uma derrota
para os trabalhadores, porque anuncia o incremento da ofensiva neocolonialista
sobre o país. A partir das modestas forças da LBI, caracterizamos o início das
manifestações pró-imperialistas em fevereiro deste ano como uma operação
política montada pelas potências imperialistas em nome da “defesa da
democracia”, farsa posteriormente apoiada pelos bombardeios genocidas da OTAN.
Denunciamos vigorosamente mais esse crime cometido pelos abutres capitalistas e
nos mantemos, apesar da morte de Kadaffi, ao lado da resistência das massas
líbias contra os agressores imperialistas! É neste contexto que se trava a
atual guerra na Líbia, onde os marxistas revolucionários não hesitam um único
momento sequer em assumir o campo correto e justo nesta luta, sem abrir mão de
nossa tarefa estratégica, ou seja, a revolução socialista.