FALSA “PRISÃO” DO EX-SENADOR SÉRGIO MACHADO REVELA A OLHO NU
A ABERRANTE FARSA DA LAVA JATO
O ex-senador e presidente da Transpetro no governo Dilma,
Sérgio Machado, depôs no último sábado (22/10) na condição de testemunha no
processo judicial movido pelo PSDB junto ao TSE em que pede a cassação conjunta
da chapa Dilma/Temer eleita em 2014, pelo fato de ter cometido crime eleitoral.
O depoimento de Sérgio Machado, que está formalmente preso pela Lava Jato por
conta de seu envolvimento em corrupção na estatal que presidia, foi colhido na
sede do TRE do Ceará localizado no centro de Fortaleza. A farsa completa da
Lava Jato começou a ser desnudada no momento em que o "preso" Sérgio
Machado desembarcou de seu luxuoso Mercedes Bens na porta do TRE, em pleno
sábado a tarde, sem dar uma única palavra aos poucos repórteres que o
aguardavam. Machado deveria cumprir pena de prisão domiciliar determinada pela
justiça federal no prazo de dois anos e três meses, além da devolução de cerca
de 75 milhões de Reais aos cofres da Transpetro, obtidos pela via de
recebimento de "comissões" de empresas privadas que forneciam
equipamentos e serviços para a estatal. O ex-senador tucano migrou para o PMDB
assim que Lula assumiu o governo em 2003, já sem mandato foi nomeado para
presidir a Transpetro de onde comandou um esquema que alimentava a máfia de
Renan, Sarney, Jucá e Eunício Oliveira. Capturado em maio no vazamento de
ligações telefônicas feitas para Jucá e Sarney, Machado estranhamente se auto delatava
como corrupto, comprometendo toda a cúpula do PMDB, o curioso mesmo é que as
gravações foram realizadas pelo próprio ex-presidente da Transpetro.
Suspeita-se que as gravações foram encomendas pelo juiz Moro com o objetivo de
chantagear o golpista Temer, que recém tinha assumido o governo. Porém o que
era dúvida agora se transformou em certeza com desmascaramento da falsa
"prisão" de Machado, que formalmente cumpre sua pena em seu
sofisticado resort à beira mar, na praia do Futuro em Fortaleza. O bandido
Sérgio que deveria usar uma tornozeleira eletrônica passeia quase todas as
noites em requintados restaurantes da capital alencarina, como o "Pulcinella"
no bairro Meireles, além de promover festas noturnas em sua mansão nas dunas
com a presença da "elite" burguesa local. A farsa aberrante de uma
falsa prisão de "alto luxo" contrasta com o fato dos dirigentes
petistas estarem encarcerados em celas imundas na cloaca da "República de
Curitiba". Sérgio Machado é uma testemunha chave no processo que tramita
no TSE de cassação da chapa Dilma/Temer, que nessa altura só interessaria aos
Tucanos e ao próprio Moro pois se vitorioso resultaria na convocação de novas
eleições presidenciais por via indireta, ou seja, pelo Congresso Nacional. Em
seu primeiro depoimento ao TSE no sábado, Sérgio confirmou o repasse de
"propinas" (comissões) para a chapa Dilma/Temer, entretanto faltou a
apresentação de provas materiais da grana desviada da Transpetro, caso efetive
a acusação a possível consequência será a deposição do golpista Temer. Neste
interregno a barganha entre o "vestal" Moro e a quadrilha do PMDB
prossegue, com cenas de intimidação como as registras no cerco do Senado pela Polícia
Federal, o único consenso entre as forças reacionárias é enquadrar
criminalmente as lideranças do PT e finalizar o duro ajuste neoliberal iniciado
por Dilma. Capítulo a parte é a vergonhosa posição da direção do PSOL,
legitimando a burla da Lava Jato e tentando atrair o fascismo judiciário, na
figura do justiceiro Moro, para uma aliança eleitoral em 2018. Os movimentos
sociais devem combater vigorosamente com a ação direta, na mesma medida e
intensidade, tanto os planos de arrocho do governo golpista e as
contrarreformas exigidas pelos rentistas, como a monstruosa fraude jurídica e
política da famigerada Operação Lava Jato.