CONSISTENTE CRESCIMENTO DO VOTO NULO E BRANCO E AUSÊNCIA DA
DENÚNCIA DA FRAUDE DESCARADA CONTRA O PT: DOIS ELEMENTOS CENTRAIS DO BALANÇO
DAS ELEIÇÕES SOB A ÉGIDE DO GOLPE INSTITUCIONAL
O bordão geral que tomou conta dos balanços eleitorais, tanto da esquerda reformista e direita midiática, foi a “Acachapante derrota do PT!”. É óbvio que os dados revelam um brutal retrocesso tanto dos votos como dos números de prefeituras importantes conquistadas pelo PT, em uma conjuntura marcada pelo golpe institucional e o que é mais grave: A ante-sala de um Estado de exceção na senda trilhada pela Lava Jato. Para além do grande "consenso nacional" da derrota do PT e também de seus aliados do PCdoB, é necessário levantar um questão: Que partido de esquerda ou "Frente de partidos" sobreviveu politicamente no mundo a um bombardeio midiático e judicial desta dimensão? Nenhum! E a história está aí para provar com acontecimentos similares ocorridos com o PRD mexicano ou o Solidariedade polonês, só para ficar em dois exemplos bem conhecidos. O PT e suas colaterais vinham semanas antes das eleições municipais protagonizando nacionalmente manifestações multitudinárias em repudio ao governo Temer, porém os partidos da base golpista obtiveram um franco êxito no pleito de domingo, por quê? Simplesmente porque o retrocesso eleitoral do PT não tem o mesmo significado de sua derrota política ao sofrer o revés do impeachment pelas mãos de seus antigos aliados palacianos. A grande perda de votos e prefeituras mais importantes do país foi crivada e permeada por uma mega operação institucional da burguesia para retirar do controle do PT quase toda sua gerência estatal, tanto a nível federal, estadual e municipal (não esquecer que a "caçada" judicial para suprimir do PT os governos de Minas e Bahia está a todo vapor). É absolutamente correto afirmar que a Frente Popular perdeu milhões de votos por seu estelionato eleitoral de 2014 com Dilma aplicando a agenda de "ajuste" dos rentistas atacando direitos e conquistas dos trabalhadores, porém isto explica somente uma parte do retrocesso do PT agora em 2016! A outra "parte" significativa do balanço eleitoral é completamente omitida pela esquerda reformista e por razões óbvias também pela mídia corporativa, ou seja, a manipulação descarada das pesquisas, a operação "boca de urna" da PF a mando do justiceiro Moro, o cerco imundo da imprensa nacional e por fim a própria fraude "eletrônica" direta contra o PT simplesmente não existiram para os "devotos do respeito a sagrada democracia burguesa". A única "grita" existentes foi quando as regras do quociente eleitoral impediram a posse de vereadores do PSOL e do "MAIS", neste caso a esquerda social-democrata soube resmungar pela "falta de democracia" do jogo eleitoral. Entretanto nenhuma palavra foi dita quando o TRE paulista atrasava a divulgação de seus boletins para logo depois anunciar a "virada" de Dória sem a necessidade de um segundo turno! Fica cristalino para a Frente Popular que recuar em suas gestões estatais diminuirá suas chances para a disputa do Planalto em 2018, mas de forma alguma este é o elemento central que irá pesar na próxima rodada presidencial, ou por acaso esquecem que o PT sempre teve um desempenho eleitoral bem melhor quando encarna o papel da "oposição puro sangue". Lideranças expressivas do partido, como Tarso Genro, defendem abertamente que o PT se livre do " carimbo neoliberal" de suas administrações e parta com tudo em 2018 com o rosto da luta contra o "ajuste", que ironicamente Dilma iniciou...Mas neste "meio do caminho " existe uma "pedra" e esta não se chama " fiasco retumbante de 2016", e sim atende pelo nome de Sérgio Moro e seu esquadrão fascista da Operação Lava Jato. Este é talvez o componente nodal para entender a conjuntura de "ontem, hoje e amanhã". Sob um Estado de exceção pressupõe que as formalidades democráticas simplesmente são ignoradas e fraudadas, com toda a "legitimação" das "honradas" instituições e mídia "murdochiana", somente revisionistas vulgares do Marxismo podem crer que nesta situação poderá valer a soberania popular do sufrágio universal. E não por coincidência são estes mesmos revisionistas, que apoiam os "aspectos progressistas da Lava Jato" (o couvert do bonapartismo!), nos apresentam as candidaturas do PSOL, Freixo e Edmilson, como sendo a "expressão da reorganização da esquerda socialista" diante do fracasso do PT. Seria cômico se não fosse trágico para o movimento de massas, apostar que alternativas que defendem um " sistema capitalista com sustentabilidade ambiental e social", além de serem apoiados por oligarcas do PDT, reacionários do REDE, PV e PSB e por fim os neoliberais " arrependidos" do PT, poderão representar o socialismo revolucionário! Trostky deve estar revirando seus "ossos do túmulo" no México ao ouvir o prof. Valério proferir que o ecorreformista Freixo é o legítimo herdeiro do "programa socialista", quanto ignorância para a liderança "trotskista" do MAIS que se arvora do título cânone" da esquerda brasileira... O PSOL nem sequer procura disfarçar sua ansiedade em mostrar que também pode gerenciar "com competência" a crise do capital, busca alianças neste segundo turno até com partidos burgueses que apoiaram abertamente o golpe... o duro mesmo é aguentar o MAIS e MRT gritando em nossos ouvidos que "Freixo e Edmilson são socialistas!" Não precisamos rememorar que o "socialista" de Belém já foi prefeito da cidade por duas vezes promovendo o maior arrocho salarial ao funcionalismo municipal dos últimos vinte anos, seria então esta "gestão socialista" que o MAIS quer repetir em 2016? Não seremos cretinos o bastante para cedermos a pressão do "voto útil socialista" convocando o apoio ao PSOL, uma versão requentada e reduzida da política de colaboração de classes do PT!
Não queremos "tapar o sol com a peneira" da
plataforma desastrosa dos doze anos da gerência estatal petista, mas ao
contrário acusamos desde muito tempo a agressividade da ofensiva da direita que
desta vez colheu seus primeiros êxitos eleitorais. Porém houve um deslocamento
muito forte de uma parcela da população que não se orientou em direção à onda
da direita conservadora, em sua rota de desilusão política com a Frente
Popular. Estamos abordando o expressivo crescimento dos votos nulos e brancos e
não simplesmente da tradicional abstenção que nestas eleições manteve-se
praticamente nos mesmos níveis do última etapa. O voto nulo e branco, ao
contrário da abstenção que pode representar vários fenômenos sociais, é a
síntese de uma nítida ação ativa de protesto político, ainda sem uma forma
definida de esquerda é verdade, mas de clara rebeldia em relação ao regime
vigente. Votos nulos e brancos são apenas o embrião de um vigoroso movimento de
massas em possível rota direta de colisão com o circo eleitoral da
democracia dos ricos, o trabalho de agitação comunista por dentro deste espectro poderá conferir uma forma organizada e de combate ao sentimento popular de "anular" a política burguesa. A vertiginosa evolução dos votos brancos e nulos ocorreu
em zonas eleitorais onde tradicionalmente atingia níveis baixos, como em
regiões periféricas e proletárias, coincidindo com o retrocesso do PT e o
avanço da direita nestas áreas. Para os Marxistas Leninistas observar com
atenção à dinâmica política do voto branco e nulo, separando os traços
progressivos e regressivos que envolvem o fenômeno, deve servir para calibrar a
luta pela superação política das expectativas das massas na Frente Popular e
potenciar a construção de um genuíno Partido Operário Revolucionário.
Não somos ufanistas ao ponto de reivindicar o crescimento do Voto nulo/branco como uma resposta das massas ao chamado político realizado pela LBI. É bem verdade que no universo deste "bolo" eleitoral coabitam vários "ingredientes" e talvez o principal seja o entendimento equivocado das massas de que o aguçamento da crise econômica foi provocada pela "corrupção petista", versão reverberada pela máfia Global até à exaustão. Não deixa de representar um grande atraso da consciência da classe operária não identificar na crise estrutural do sistema capitaliza a razão de todas as agruras do povo explorado, de forma alguma podemos engrossar o reacionário coro da "roubalheira do Lula", quando sabemos muito bem que nos governos petistas as "comissões" pagas aos "gerentes" atingiram o nível mais baixo de toda a história do Brasil. Porém este não é o elemento monolítico da expansão do voto nulo nestas eleições, fomos partidários de uma campanha de massas que unia o repúdio político da população oprimida ao regime da democracia dos ricos em seu conjunto, sendo o PT e seus aliados apenas mais um ator do circo eleitoral instalado no país a cada quatro anos. Por fim o resultado geral destas eleições apontam claramente duas vertentes irreconciliáveis, que mais cedo ou tarde terão que se enfrentar no campo da luta de classes: A ofensiva fascistóide das elites dominantes ganharam um novo impulso no plano institucional para seguirem com seu brutal "ajuste" neoliberal, por outro lado a resistência latente dos explorados teve no vertiginoso crescimento do voto nulo e branco um canal de expressão política que precisa ser "lapidado" pelas forças Comunistas e Revolucionárias na perspectiva da construção de uma alternativa de poder operário.
Não somos ufanistas ao ponto de reivindicar o crescimento do Voto nulo/branco como uma resposta das massas ao chamado político realizado pela LBI. É bem verdade que no universo deste "bolo" eleitoral coabitam vários "ingredientes" e talvez o principal seja o entendimento equivocado das massas de que o aguçamento da crise econômica foi provocada pela "corrupção petista", versão reverberada pela máfia Global até à exaustão. Não deixa de representar um grande atraso da consciência da classe operária não identificar na crise estrutural do sistema capitaliza a razão de todas as agruras do povo explorado, de forma alguma podemos engrossar o reacionário coro da "roubalheira do Lula", quando sabemos muito bem que nos governos petistas as "comissões" pagas aos "gerentes" atingiram o nível mais baixo de toda a história do Brasil. Porém este não é o elemento monolítico da expansão do voto nulo nestas eleições, fomos partidários de uma campanha de massas que unia o repúdio político da população oprimida ao regime da democracia dos ricos em seu conjunto, sendo o PT e seus aliados apenas mais um ator do circo eleitoral instalado no país a cada quatro anos. Por fim o resultado geral destas eleições apontam claramente duas vertentes irreconciliáveis, que mais cedo ou tarde terão que se enfrentar no campo da luta de classes: A ofensiva fascistóide das elites dominantes ganharam um novo impulso no plano institucional para seguirem com seu brutal "ajuste" neoliberal, por outro lado a resistência latente dos explorados teve no vertiginoso crescimento do voto nulo e branco um canal de expressão política que precisa ser "lapidado" pelas forças Comunistas e Revolucionárias na perspectiva da construção de uma alternativa de poder operário.