quarta-feira, 19 de outubro de 2016

MARINA SURPREENDE E DIZ QUE NÃO SERÁ CANDIDATA EM 2018: UM CLARO CONVITE A MORO PARA O JUSTICEIRO FORMATAR O ESTADO DE EXCEÇÃO JÁ EM PLENO CURSO NO PAÍS


As correntes de esquerda deram pouca importância às últimas declarações midiáticas da presidenciável Marina Silva, liderança onipotente do partido REDE. Marina afirmou ao "ESTADÃO" que :"Não sei se vou concorrer pela terceira vez em 2018". Após o fiasco eleitoral das ultimas disputas municipais, onde o REDE sequer conseguiu eleger meia dúzia de prefeitos em nível nacional, nós da LBI alertamos que a única possibilidade de sobrevivência política para a econeoliberal Marina Silva seria oferecer sua legenda para um nome de peso disputar o Planalto em 2018, com fortíssimas chances de vitória é claro. A então senadora Marina Silva que ao romper com o PT em 2009 cravou uma inequívoca trajetória de direita neoliberal, quase disputou os segundos turnos das eleições presidenciais de 2010 e 2014 (esta última em função da morte de seu cabeça de chapa o ex-governador Eduardo Campos do PSB), mas apesar das duas tentativas fracassadas a ex-petista tem um compromisso programático determinado de facilitar a abertura da economia do país aos investidores "verdes" norte-americanos. Com o prematuro default eleitoral do REDE, para conseguir honrar seus vínculos com os credores ianques que apostaram  financeiramente em seu partido, Marina agora parte para uma jogada ainda mais ousada do que a de 2014: oferecer seu nome (novamente como vice) e sua legenda para o justiceiro Moro "coroar" o processo de implantação do Estado de exceção no país pela via da "legitimidade das urnas". Alertamos mais uma vez que não se trata de uma simples manobra eleitoreira, mas sim de uma necessidade histórica das classes dominantes em formatar o regime político vigente para aplicar um duro ajuste neoliberal na economia do país, sob a supervisão direta do imperialismo norte-americano. Está absolutamente cristalino que nenhuma composição política burguesa tradicional tem condições de impor uma derrota social as conquistas e direitos da classe trabalhadora, se coube ao golpista Temer a tarefa de iniciar o ataque exigido pelos rentistas internacionais, não será este pústula sem voto que finalizará o processo de recrudescimento do regime democratizante. Diante da crise estrutural do capitalismo nativo, a burguesia nacional "clama" por um Bonaparte para salvar seus negócios e revestir a rapinagem do capital financeiro sobre as massas com ares de grande "respaldo popular". Seria muito incerto para a elite capitalista arriscar um dos "seus" já derrotados homens (Aécio, Serra ou Alckmin) em uma disputa com Lula, apesar de todo o desgaste político do PT. Moro vem sendo preparado exatamente para esta missão, esmagar Lula e todo o projeto nacional de neodesenvolvimentista da centro- esquerda burguesa, quem pensa que o justiceiro se limitará aos aspectos policiais e jurídicos está redondamente enganado. A iminência da prisão de Lula compõe apenas parte de uma "peça" de chantagem sobre a esquerda, o Gran finale se dará em 2018 com a posse de Moro, sob os escombros que a Lava Jato já promoveu. Para entender este mecanismo histórico de "recurso" da burguesia, nosso mestre Karl Marx escreveu em 1851 a obra "O 18 brumário de Luís Bonaparte", onde explana que em períodos de extrema crise as classes dominantes tem que entregar o Estado Capitalista nas mãos de aventureiros políticos que aparentam não representar seus interesses. Moro se enquadra como uma luva neste perfil, o não político que mandou prender grandes empresários e figuras renomadas do velho establishment, fabricado pela mídia corporativa como o "Salvador da Pátria" diante da lama da corrupção. Não seria a primeira vez que nossa burguesia tupiniquim tenta esta saída, fracassou com Collor justamente porque não contava com o aval do imperialismo para defenestrar os partidos existentes, porém a situação da crise atual é bem diversa. O REDE de Marina é uma casca vazia poupada pela mídia, entretanto servirá muito bem para abrigar eleitoralmente Moro com a maquiagem do "novo", não há que ter pressa afinal os juízes têm até um prazo especial para se filiarem a partidos, ainda é preciso concluir o trabalho sujo da Lava Jato em destruir a Petrobras e quebrar as empreiteiras nacionais, tudo em favor dos oligopólios imperialistas. Aos setores da esquerda que defendem toda esta farsa (Moro e sua famigerada Lava Jato), como o PSOL, caberá o papel de cúmplices desta enorme patifaria com o povo brasileiro.