domingo, 30 de outubro de 2016

UM PRIMEIRO BALANÇO ELEITORAL: PT CARIMBA SEU PASSAPORTE DE RETROCESSO RUMO AO "EXÍLIO ESTATAL", PSOL MESMO ALIADO A GLOBO E LATIFÚNDIO FRACASSA NA TENTATIVA DA "TERCEIRA VIA" DO CAPITAL. MERCADO DE SIGLAS DE ALUGUEL SAI FORTALECIDO PARA AUXILIAR TEMER NO "AJUSTE" NEOLIBERAL. VOTO NULO MANTÉM CRESCIMENTO DE REJEIÇÃO A DEMOCRACIA DOS RICOS!


Este segundo turno sela definitivamente o amplo retrocesso eleitoral do PT e sua "longa viagem" de exílio das gerências estatais. Em municípios onde estabeleceu uma hegemonia histórica, como em Santo André no ABC, o atual prefeito Carlos Grana foi simplesmente humilhado em sua tentativa de reeleição. Outras cidades onde o PT mantinha forte influência política como Recife, Santa Maria (RGS), Vitória da Conquista (BA) e Juiz de Fora (MG) também foi derrotado neste returno. Um elemento importante em comum a todas as últimas derrotas do PT foi que nada adiantou ocultar a figura de Lula ou esconder a bandeira vermelha do partido, o desastre ainda foi maior que no primeiro turno. Outro grande derrotado político neste domingo foi o PSOL, que concentrou as expectativas do eleitorado de esquerda diante do esgotamento eleitoral do PT mas flexionou precocemente em direção à direita mais asquerosa do país, como a aliança com a famiglia Marinho no Rio e o latifúndio assassino do PDT e PMDB no Pará. Freixo chegou a ser anunciado como o novo polo de resistência da  "esquerda socialista", apesar de não cansar de afirmar sua defesa da iniciativa privada e sua parceira com a burguesia fluminense. O PSOL sai destas eleições menor até do que em 2012 quando conseguiu eleger um prefeito de capital em Macapá. Os vitoriosos nesta eleição todos do arco da direita, estão pulverizados, a exceção do Estado de São Paulo, em várias legendas fisiológicas de aluguel ou mesmo colaterais de seitas evangélicas como o PRB de Crivella. Cidades estratégicas como Rio, BH e Curitiba serão governadas pelo PRB, PHS e PMN, partidos marginais da burguesia  que poderão estar à serviço de uma reacionária aventura bonapartista do justiceiro Moro em 2018. Este crescimento do "mercado" de legendas vazias de qualquer programa também facilitará a marcha da ofensiva neoliberal, concentrada na aprovação das contrarreformas no Congresso Nacional sob a batuta do golpista Temer. No campo da esquerda, o fiasco eleitoral do PSOL que não conseguiu preencher o vácuo deixado pelo PT, coloca o PDT e seu aliado PCdoB (conquistou a prefeitura de Aracaju) como possíveis protagonistas na disputa pelo Planalto em 2018. A oligarquia burguesa dos Ferreira Gomes que hoje controla nacionalmente o PDT, saiu vitoriosa em Fortaleza, Natal e São Luiz no Maranhão, fortalecendo seu projeto de encabeçar agora a Frente Popular tendo o PT como seu coadjuvante eleitoral. Por fora do circo eleitoral manipulado e viciado pelo grande capital, o voto nulo e branco manteve seu consistente crescimento, marcando uma tendência embrionária de ruptura política com o regime da "Democracia dos Ricos". A tarefa dos Marxistas Revolucionários continua tendo o foco programático da revolução proletária, sem perder de vista a mediação tática de luta contra a ofensiva neoliberal e pela derrubada do governo golpista da máfia do PMDB. Nosso chamado central as massas é na direção da construção da Greve Geral política para derrotar o atual curso fascista da elite dominante.

Os partidos de direita tendo a frente o PSDB e suas legendas de aluguel saíram ainda mais fortalecidos deste segundo turno. Esses resultados preliminares apontam que a burguesia vai incrementar sua ofensiva contra os trabalhadores até 2018, quando ocorrerão as eleições presidenciais, pavimentando o caminho para o fascitoide Alckmin como candidato tucano e do Juiz Moro por fora da direita tradicional. O PSOL, apesar de derrotado, foi testado pela burguesia como uma legenda que se encontra totalmente integrada ao regime, suas alianças no segundo turno apontam que é a “nova esquerda” preferencial dos grupos capitalistas. Em geral o “Voto Nulo” se consolidou nas capitais atingindo patamares entre 15-20% (a exemplo do Rio de Janeiro) apesar da enorme pressão pelo “voto útil”, revelando que uma parcela do eleitorado não cedeu a propaganda burguesa. A abstenção atingiu índices altíssimos, em uma média de 21%. No primeiro turno das eleições, o percentual foi de 17,58%. O panorama inicial desse 2º turno aponta para o recrudescimento do regime político, a partir de agora os ataques serão ainda mais duros, com corte de direitos e conquistas, ao mesmo tempo em que a classe operária está completamente na defensiva, um caminho de derrota pavimentado pela Frente Popular. Passado o circo eleitoral haverá o aprofundamento da ofensiva reacionária, cabendo a vanguarda classista organizar a resistência por fora das instituições do regime, na luta direta do povo trabalhador e contra todas as siglas que sustentam a democracia dos ricos.