REJEITAR UNIFICADAMENTE O ACORDO BIANUAL COM ÍNDICE
MISERÁVEL DE 8% DOS BANQUEIROS, DO GOVERNO GOLPISTA DE TEMER E DA
CONTRAF-CUT/CTB! NÃO À DIVISÃO DA ASSEMBLEIA/VOTAÇÃO POR BANCO E A
OPERAÇÃO-DESMONTE DA GREVE!
Os bancários completam 31 dias de greve e vão apreciar em
assembleias a proposta miserável dos banqueiros e do governo golpista de Temer,
fechada na madrugada de ontem, dia 05/10, que apresenta a fórmula de acordo
bianual, ultra rebaixado. O acordo prevê 8% de reajuste mais abono de R$3,5
mil, em 2016. No vale-alimentação o reajuste é de 15% e no vale-refeição e no
auxílio creche/babá é de 10%. Para 2017, a Fenaban repõe integralmente a
inflação (INPC/IBGE) mais 1% de “aumento real” nos salários e em todas as
verbas, além de abonar os dias parados. Apesar da proposta está aquém dos já
rebaixados índices reivindicados pela própria Contraf-CUT de inflação (9,62%)
mais 5%, ainda mais se considerarmos a alta lucratividade dos bancos, a
burocracia vendida da Contraf-CUT/CTB numa verdadeira operação-desmonte da
greve nacional dos bancários orienta pela aceitação dessa esmola vergonhosa.
O que está claro é que o fato dos banqueiros abonarem os
dias parados na forma de ultimato (só para as assembleias que ocorrerem dia 06)
serve como medida distracionista para ocultar que o índice de 8% não repõe
sequer a inflação, fazendo com que tenhamos uma perda em torno de 1,6%. Além
disso, inauguram um novo modelo de acordo bianual para engessar nossa luta para
o próximo ano e ainda criam um ambiente de “tranquilidade” para o governo
golpista de Temer avançar na reestruturação e privatização dos bancos públicos.
Há de se mencionar que o acordo da Fenaban é para dois anos mas os específicos
(BB, CAIXA, BNB, BASA) só é para um ano.
DIVIDIR AS ASSEMBLEIAS OU VOTAÇÕES POR BANCO SIGNIFICA
AJUDAR OS BANQUEIROS E O GOVERNO GOLPISTA DE TEMER A DERROTAR NOSSA GREVE!
Tudo isso com o aval da burocracia da CUT-CTB que se utiliza
de duas manobras para tentar enfiar goela abaixo da categoria esse acordo:
primeiro, embeleza a proposta, vendendo gato por lebre; segundo e mais
importante, já se cerca de cuidados para garantir o sucesso de sua
operação-desmonte através da realização de assembleias e votações em separado
por bancos. Impõe a divisão das assembleias por banco, chegando ao cúmulo, como
em São Paulo, de separar fisicamente os bancários por banco, em assembleias
especificas distantes uma das outras; ou, como em outras capitais, com mais
sutileza, resolve manter os bancários no mesmo espaço físico mas com crachás
diferenciados para votarem separados. E desse modo, pelo efeito dominó, sai
enterrando a greve nos privados, e depois, avança sobre os públicos. Um absurdo
que devemos rejeitar.
Ora, companheiros, se os bancários rejeitaram unificadamente
na mesma assembleia a primeira proposta da Fenaban de 6,5%, por que agora,
quando há uma outra proposta dos banqueiros, nós temos que votá-la
separadamente por banco? Afinal, as cláusulas econômicas são comuns à categoria
e devemos rejeitar o acordo bianual com a miséria de 8% dos banqueiros,
fortalecendo a mobilização para derrotar a política de arrocho salarial do
governo golpista de Temer. Só assim poderemos avançar em melhores propostas,
inclusive nas negociações específicas. Enquanto a CUT-CTB tenta etiquetar como
“conquista” as migalhas que caem da farta mesa dos banqueiros, a base
mobilizada deve rejeitar a esmola da Fenaban e atropelar as direções traidoras
para poder valer suas reivindicações.
Frente a essa situação nós, da Tendência Revolucionária
Sindical (TRS), que impulsionamos o Movimento de Oposição Bancária (MOB-CE), e
construímos a greve nos piquetes, atos e passeatas, nos opomos a essa traição e
chamamos os bancários em greve, o ativismo classista e combativo da categoria a
rejeitarem a migalha apresentada pela Fenaban e garantir as assembleias
unificadas, mantendo a greve nacional até o atendimento de nossas
reivindicações!