ESPERANDO A PF COM SEU ADVOGADO, CUNHA É PRESO EM JOGADA DE
MORO PARA “LIMPAR” A FARSA DA LAVA JATO
Finalmente a crônica anunciada da prisão de Cunha foi consumada, depois de negociar com o juiz Moro todos os termos de sua "rendição" para tentar proteger sua mulher e filha. A jogada midiática de Moro, prendendo tardiamente a figura mais odiada do país, aparece de forma cristalina como um passo para "limpar" a farsa da Lava Jato e semear a delicada prisão de Lula. Cunha é parte de um esquema de altos coletores de "comissões" do PMDB, do qual também fazem parte Temer, Sarney, Renan, Jucá, Padilha e Moreira Franco. Deste "seleto" grupo da máfia dirigente do PMDB, por ironia da história apenas Cunha foi "rifado" no processo do golpe parlamentar contra o governo da Frente Popular. Logo o principal articulador parlamentar do golpe contra o PT, foi golpeado sendo cassado seu mandato parlamentar por uma ampla maioria da Câmara dos Deputados. O ex-presidente da Casa foi primeiro afastado de seu cargo por uma ação do STF, alegando envolvimento na cobrança de comissões (propinas) na Petrobras e somente depois de aprovado o impeachment de Dilma no Senado foi votado sua cassação pelo plenário da Câmara dos Deputados. Todos estes ingredientes já apontavam que o golpe institucional teria que pagar um "pedágio" político, e Cunha foi oferecido em "holocausto" justamente porque era a "peça" mais desgastada em todo este processo. Porém não se pode esperar que Moro utilize a prisão de Cunha para atingir a cúpula do PMDB ou o próprio presidente Temer, sócios do ex-deputado cassado em todos seus milionários negócios. No máximo a prisão de Cunha pode alcançar seu principal desafeto no PMDB, estamos falando é claro do "gato angorá", alcunha do ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco, responsável pela derrota do "Centrão" na recente eleição para a presidência da Câmara. Mas se o governo Temer e seus comparsas de partido estão tranquilos com a ação de Moro, não podemos afirmar o mesmo em relação Direção Nacional do PT. Cunha tende a se transformar em "boi de piranha" da Lava Jato para intensificar a caçada policial a Lula, agora com o mote que o justiceiro não prende somente petistas. Não sabemos ainda se Moro optará por uma prisão de Lula ou se levará por meses seu processo de desmoralização nacional, pela senda do acúmulo de denúncias e processos judiciais. O certo é que o recuo das mobilizações populares e a estratégia de priorizar o circo eleitoral, reforçaram a ofensiva reacionária da Lava Jato fragilizando a liderança de Lula diante da população. Mesmo sob as ameaças de prisões e linchamento midiático, o comando da Frente Popular continua apostando em sua plataforma de conciliação de classes. Não será com bajulações a figura de Lula, responsável político por incentivar a cobrança de "comissões" por todos os quadros do PT integrantes do governo e parlamento, que poderemos impedir a prisão de dirigentes da esquerda petista. Somente a mobilização direta das massas será capaz de derrotar o Estado de exceção em pleno curso no país, cujo objetivo final é retirar direitos sociais e garantias democráticas do povo brasileiro para favorecer rentistas internacionais.