PSTU ANUNCIA APOIO A FREIXO PARA “DERROTAR A DIREITA”: UM
ABRUPTO GIRO OPORTUNISTA EM DIREÇÃO A “FRENTE DE CENTRO-ESQUERDA” BURGUESA
FORMADA PELO PSOL, PT, PCdoB, PSB E REDE
Não durou muito sua conduta correta de criticar abertamente o PSOL, suas alianças burguesas, seu financiamento eleitoral por empresas e seu programa socialdemocrata de “melhor gestor” do capital. Lembremos que com relação à Freixo, o PSTU dizia até antes das eleições que “Marcelo Freixo recebe dinheiro de empresas, como a empresa responsável pela demolição da Vila Autódromo, em 2012, aponta para o mesmo caminho do PT”. O que mudou agora? Nada, pelo contrário, esse curso de degeneração se aprofundará! O PSOL irá ampliar suas relações políticas e materiais (financeiras) com a burguesia, seus partidos da ordem e doadores capitalistas. O apoio da Rede, Molon, do PSB aecista de Carlos Sequeira, Lindbergh Farias (PT), Jandira (PCdoB) e outros indicam que o mesmo caminho trilhado pelo PT de colaboração de classes e relações corruptas com a burguesia se aprofundará!!! A direção do PSTU sabe de tudo isso perfeitamente, mas não quer “pagar o preço” do isolamento político, não deseja mais uma vez ser chamada de “seita imunda” pelos militantes do PSOL e do MAIS, prefere apoiar uma candidatura social-democrata de “esquerda”! Essa tarefa principista, como nos ensinou Trotsky, são para os verdadeiros leninistas que não cedem à pressão da “opinião pública” progressista, estão dispostos remar contra a maré para manter sua independência de classe. Aqui não está em jogo apenas uma “tática eleitoral”, mas sim um programa geral de independência de classe diante do reformismo e da social-democracia, não por acaso essa polêmica foi um dos temas que levou a ruptura com o MAIS: apoiar ou não uma candidatura reformista que já anuncia sua disposição de governar com a burguesia contra os trabalhadores, “não demoniza o capital”, recebe dinheiro de empresas...
Neste segundo turno o PSTU optou por apoiar Freixo em nome de “derrotar a direita”, recorreu a velha teoria dos campos burgueses que tanto criticou! Com esta conduta, o PSTU empresta plena razão ao MAIS de Valério Arcary. Este defendeu a “Frente de Esquerda Socialista” como cobertura para apoiar o candidato do PSOL desde o primeiro turno, apresentando-o como uma “alternativa a direita e ao PT”. O MAIS argumenta inclusive que coligado ao PSOL, o próprio PSTU poderia ter eleito Cyro Garcia como vereador no Rio de Janeiro! Se com o PSOL coligado apenas ao PCB o PSTU não apoiou Freixo, porque agora o fez, pode perguntar com toda razão o professor Valério? Se o PSTU tinha acordo em estabelecer uma frente para “enfrentar o bispo, contra Crivella” porque não estivemos juntos já em 02 de outubro? A resposta é que o “giro esquerdista” empírico do PSTU não esteve lastreado em um programa de ruptura com sua linha socialdemocrata de “esquerda”, tanto que o “Fora Todos” do PSTU desemboca da defesa de “eleições gerais”, ou seja, em um terreno institucional que a burguesia tem controle, assim como defende o MAIS e o PSOL. Todos esses agrupamentos também apoiam a Operação Lava Jato, no máximo, como faz Valério criticam as “arbitrariedades” contra Lula, não reivindicam a liquidação revolucionária das instituições burguesas e sua violenta denúncia. Em uma espécie de “auto-convencimento” o PSTU justifica seu apoio ao PSOL no segundo turno declarando “Crivella e Marcelo Freixo chegaram ao 2º turno das eleições para prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Diante desse cenário, estamos declarando voto crítico no candidato do PSOL, porque nele se deposita as expectativas de mudança em nossa cidade. Freixo e o PSOL, apesar de todas as suas limitações, nunca entraram organicamente nos antigos governos Lula e Dilma”. Em resumo, Freixo representaria um PSOL “puro”. É preciso lembrar que o PSTU anunciou o voto em Freixo mas até agora mantém silêncio em relação a Edmilson Rodrigues, em Belém. Seus “gurus” do MAIS já declaram voto em Edmilson mesmo o PSOL estando coligado com PDT, PV, PPL e tendo o apoio de Marina Silva. Para os Marxistas Leninistas não há diferenças entre Freixo e Edmilson, entre o PSOL “puro” e “coligado”, ambos defendem o “capitalismo sustentável, o ecorreformismo, as parcerias com o capital”. A “diferença” é que Freixo se eleito vai fazer o que Edmilson já fez quando prefeito. Não precisamos rememorar que o “socialista” de Belém promoveu um dos maiores arrochos salariais ao funcionalismo municipal, usou a repressão da Guarda Municipal contra o trabalhadores, aumentou a tarifa da ônibus... Não tenhamos ilusões, o PSOL é uma sigla imprestável para a luta dos trabalhadores estando ou não coligado com os partidos tradicionais do capital, abriga toda sorte de políticos burgueses e social-democratas. O exemplo concreto que apresentamos a vanguarda é a experiência da prefeitura de Macapá, ganha em 2012 pelo PSOL e transformada em trincheira de repressão e arrocho contra os trabalhadores. Freixo seguirá o mesmo rumo se for eleito prefeito!
O PSTU vai se desmoralizando a passos largos e agora será um
alvo ainda mais frágil aos ataques do MAIS, já que Eduardo Almeida acabou por
aderir oficialmente à política reformista do agrupamento do Prof. Valério,
convocando o “voto útil socialista” no PSOL. Não por acaso, o MAIS acaba de
denunciar, em seu queixume por não ter eleito Amanda Gurguel, que o PSTU fez
alianças com o PSOL no Rio Grande do Norte, mas negou-se a estabelecer a
coligação em Natal por puro oportunismo eleitoral. Segundo o MAIS “Opinamos que
a decisão do PSTU de não repetir a frente de esquerda em Natal, como nas
eleições de 2012, não se explica apenas por ‘critérios políticos e
programáticos’, como afirmam em sua nota. Afinal, frentes eleitorais do PSTU
com o PSOL foram formadas em outros municípios do RN, como Ceará-Mirim e
Currais Novos, com o PSOL encabeçando as chapas para a Prefeitura e, inclusive,
elegendo um vereador do PSOL nesta importante cidade do Seridó” (Esquerda On
line, 06.10). Assim também ocorreu em São José dos Campos, por pressão dos
apetites eleitorais de Toninho e Gradella. O que foi exceção no 1º turno vira
regra no 2º de uma forma ainda mais vergonhosa, onde o PSOL amplia suas
alianças com a burguesia e recebe o apoio financeiro dos capitalistas, tudo
agora tendo a cobertura “revolucionária” do PSTU. O mais patético é como o PSTU
conclui sua declaração de apoio eleitoral a Freixo “Entraremos com nossa
militância e não mediremos esforços nessa luta eleitoral contra Crivella.
Adiantamos que preservaremos nossa independência política e financeira e que de
forma alguma integraremos uma possível prefeitura do PSOL”. Com esse truque
final o PSTU deseja aparentar que mantém certo grau de “independência política”
quando no mundo real está mergulhado de cabeça na campanha burguesa de Freixo
em defesa de um “sistema capitalista com sustentabilidade ambiental e social”,
relevando suas alianças até com partidos como o REDE, PV e PSB e por fim com os
neoliberais “arrependidos” do PT. Caso o PSOL ganhe as eleições, o PSTU sofrerá
novas rupturas à direita que seguirão imediatamente o caminho do MAIS em seu
rumo socialdemocrata ao PSOL, cedendo inclusive seus quadros para a nova
gerência burguesa “socialista” no Rio de Janeiro.