quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Direção Executiva da Chapa “Novos Rumos”

MOB lança chapa “Novos Rumos” como alternativa de luta para disputar a direção da APCEF-CE

Os bancários da Caixa Econômica Federal (CEF) deram um importante passo para construir uma alternativa de direção combativa e de luta para a APCEF-Ceará, atualmente controlada pela burocracia sindical, ligada a CUT/CTB. No dia 06 de dezembro foi inscrita a chapa “Novos Rumos” agrupando militantes do Movimento de Oposição Bancária (MOB) e ativistas classistas independentes em um total de 19 companheiros. A inscrição da chapa já foi uma grande vitória da categoria, tendo em vista que nas últimas eleições a oposição foi impedida de apresentar-se devido a uma série de manobras burocráticas impostas pela Articulação (PT), que também nesse pleito não estão descartadas. As lições da última greve, onde a APCEF, a direção do Sindicato dos Bancários e da CONTRAF-CUT traíram abertamente a categoria para blindar o governo Dilma acabaram for forjar uma vanguarda de oposição decidida a enfrentar os pelegos, ainda que a pressão para que vários companheiros saíssem da chapa tenha sido intensa. O companheiro Augusto César, militante da Tendência Revolucionária Sindical (TRS), está encabeçando a chapa “Novos Rumos”, cuja eleição será nos dias 06 e 07 de janeiro de 2014.

Temendo ser derrotada pelo MOB e a chapa “Novos Rumos”, a Articulação (PT) que controla a APCEF com mão de ferro há mais de 20 anos, não só recorreu ao PCdoB (que fez algumas críticas pontuais a condução da CONTRAF-CUT na campanha salarial da CEF) como ainda conseguiu o apoio de alguns ativistas próximos a PSOL-PSTU, conformando uma ampla frente política que uniu desde a direção “chapa branca” do Sindicato até setores simpatizantes da oposição domesticada ligada ao PSOL/PSTU. Esse balaio de gatos é produto do temor de que a verdadeira oposição classista e de luta, impulsionada pelo MOB, conquiste a direção da APCEF e se credencie para às próximas eleições do próprio Sindicato em 2015. Esta “unidade” oportunista, voltada a mais uma vez impor uma eleição de chapa única, foi derrotada e agora nos próximos dias estarão se enfrentando duas chapas diametralmente opostas, uma representando a política de colaboração de classes da frente popular e a outra uma programa de luta direta para a categoria.

Fac-símile da ficha de inscrição da “Novos Rumos”

Já durante a greve, o MOB havia lançado um manifesto alertando desta possibilidade em que dizia: “Nós, economiários do MOB, chamamos os lutadores da categoria a fortalecer a greve pelas nossas justas reivindicações e a construir uma chapa de oposição para disputar a eleição da diretoria da APCEF/CE, prevista para ocorrer até dezembro/2013. Iremos lançar uma chapa para enfrentar a burocracia ‘chapa branca’, lutaremos para romper a apatia da categoria e vamos tentar expressar a insatisfação na base contra os ataques do governo Dilma às nossas condições de trabalho e para se opor ao arrocho salarial. A eleição será no final do ano, estamos agora nos piquetes e reuniões de esclarecimentos nas agências sobre a paralisação nacional colhendo os nomes dos ativistas da CEF para montar a chapa de luta classista. Portando, é preciso construir uma oposição combativa, de luta e pela base para derrotar a burocracia sindical da CUT-CTB, capachos do governo Dilma que emperra nossa luta e acabam favorecendo os patrões! Sabemos que atravessamos uma conjuntura extremamente difícil para os bancários na medida em que as ‘jornadas de junho’ findaram-se sem abalar o regime político burguês, o que acabou por não fortalecer as campanhas salariais que se iniciaram no mês de setembro. Ao contrário, as três categorias em luta neste segundo semestre (bancários, correios, metalúrgicos) estão com suas campanhas salariais fragilizadas e, na verdade, aquém das que ocorreram no ano passado, ou seja, tudo diferente do que previa PSTU-PSOL... Sabemos, entretanto, que existe na base de nossa categoria uma oposição latente e silenciosa contra a burocracia sindical que há mais de vinte anos domina o sindicato e a APCEF/CE assim como ao governo Dilma. Por esta razão, estamos atuando na greve para organizar politicamente a insatisfação da categoria pela esquerda, apesar de todas as nossas fragilidades e das pressões dos burocratas. Aproveitamos os espaços políticos de debate nas agências, piquetes, reuniões de delegados de base e assembleias para fazer o combate político, a fim de derrotar esta camarilha ligada ao PT e PCdoB para construir uma alternativa revolucionária e de luta para o movimento operário. Desgraçadamente, o bloco PSOL-PSTU que em nossa categoria também se coloca no terreno na oposição não defende as perdas históricas e o enfrentamento direto com o governo Dilma. Ele carece de um programa combativo, já que faz acordos vergonhosos com a burocracia cutista, como vimos no dia nacional de (poucas) paralisações de 30/08 e se nega a denunciar frontalmente a direção pelega do sindicato e da APCEF/CE” (Boletim MOB, setembro 2013).

Da esquerda para a direita: 1º Hyrlanda Moreira(Bradesco,
dirigente do MOB), 3º de punho levantado, 
Augusto César (CEF),
Presidente da Chapa “Novos Rumos”


A batalha que o MOB e a chapa “Novos Rumos” terá pela frente será bastante difícil, tendo em vista que durante a campanha salarial de 2013 a burocracia sindical da APCEF, particularmente os setores ligados ao PT, já haviam ameaçado os ativistas da oposição com agressões físicas na tentativa de intimidar os companheiros e fazê-los recuar na formação da chapa. Como não deu resultado, a campanha eleitoral será bastante polarizada. Outras manobras políticas e jurídicas não estão descartadas para impedir o livre debate democrático na categoria e não por acaso o período de campanha foi marcado para o final do ano justamente porque a burocracia deseja impor sua “vitória” de forma artificial. Desde já chamamos os ativistas classistas não só da CEF, assim como do BB, BNB e dos bancos privados a apoiarem a chapa e convocamos os sindicatos combativos a fazerem o mesmo! Ao mesmo tempo a chapa “Novos Rumos” irá defender nas visitas nas agências uma plataforma de luta em defesa dos reais interesses dos economiários: pela isonomia salarial e de tratamento, contra a terceirização na CEF e o arrocho salarial, enfim, subtrair o controle da campanha das mãos de um punhado de burocratas “chapa-branca”. Vamos organizar um amplo movimento de oposição a “tríplice aliança” dos velhos traidores (CUT, CTB e CONLUTAS), responsáveis pelas vergonhosas derrotas anteriores sofridas pela categoria. Além disso, a chapa “Novos Rumos” defende uma APCEF, independente do governo Dilma e da direção da CEF, com uma gestão transparente, participativa, democrática e presente nas unidades para transformá-la em um espaço de discussão e organização da luta dos bancários da Caixa. Nesse sentido, faz-se necessário ultrapassar os limites do economicismo vulgar e fortalecer um programa com reivindicações transitórias e políticas no sentido de avançar na consciência e organização da classe trabalhadora para construir uma alternativa de direção revolucionária para o movimento operário! Por isto, “Novos Rumos para a APCEF”-Ceará!