VARIAÇÃO PÍFIA DE 0,1% DO PIB EM 2014 ANO DE RELATIVA
"NORMALIDADE" ECONÔMICA: O QUE
ACONTECERÁ AO PAÍS NOS ANOS DE DRÁSTICO AJUSTE?
O resultado final do PIB de 2014 (soma dos trimestres) foi anunciado pelo IBGE nesta última sexta feira (27/03), a variação cravou o índice positivo de apenas 0,1%. O pífio desempenho da economia só não foi menor devido à incorporação da nova metodologia de cálculo utilizada pelo IBGE. Como a evolução do PIB não apresentou uma marca negativa em 2014, conseguiu superar o nível de 2009 onde apresentou uma queda de 0,2% em plena crise financeira internacional, foi comemorado pela atual equipe econômica palaciana como uma "boa surpresa". Na verdade a corja ministerial comandada por Levy conduz o país para um grande desastre econômico em 2015, se levarmos em conta que o ano passado foi de uma relativa "normalidade" econômica com níveis estáveis de emprego, renda e consumo para a maioria da classe trabalhadora. Porém os principais pilares do crescimento econômico nacional começaram a dar sinais de esgotamento do "ciclo virtuoso" já em 2013. O elemento central que determinou a retração ou estagnação de todos os segmentos da economia (agropecuária, serviços, indústria e investimentos estatais etc...) foi o enorme déficit da balança comercial brasileira. Como ainda somos um país capitalista periférico e dependente, o desempenho positivo de nossa economia está diretamente relacionado a nossa capacidade de exportação de commodities e produtos de baixo valor agregado. O equivocado mito criado por alguns "intelectuais" do campo da esquerda de um "Brasil imperialista" está desabando na mesma proporção do retrocesso do PIB. Afinal alguns dos nossos vizinhos supostamente imperializados estão atualmente em melhores condições econômicas do que o Brasil. O chamado "milagre lulista", só comparado ao "milagre econômico" dos militares no início da década de 70, não tem a capacidade de alterar os fundamentos estruturais do atraso de nossas forças produtivas, quando a bolha de crédito internacional e a "gordura" do saldo positivo cambial acabou voltamos a "enxergar" as mazelas da semicolônia. Em termos técnicos dos setores produtivos do PIB: a indústria teve o pior desempenho caindo 1,2% no ano. O setor agropecuário teve avanço de 0,4%, e os serviços subiram 0,7%. O setor de serviços foi o que mais movimentou recursos ao longo do ano passado, responsável por R$ 901,4 bilhões. A agropecuária girou R$ 48 bilhões, e a indústria, R$ 279,6 bilhões. Mas outros itens econômicos também entraram no cálculo do PIB: o investimento das empresas para poder produzir mais, chamado cientificamente de Formação Bruta de Capital Fixo, caiu 4,4% ao longo do ano passado. Como o principal indutor da economia capitalista, principalmente em um país semicolonial, é o próprio caixa central do Estado burguês, sua debilidade monetária reflete no conjunto das atividades produtivas. Assim o ciclo aberto em 2006, girando a economia nacional para mercados euro-asiáticos parece estar se encerrando, seguindo principalmente o "interregno" chinês. Na ausência da fartura chinesa, que decidiu reordenar alguns "alicerces" antigos de sua economia, como por exemplo a legislação trabalhista tanto atacada pelo imperialismo, os tecnocratas neoliberais da Frente Popular resolveram retomar a velha receita do FMI. Cortando drasticamente investimos do Estado e subtraindo direitos sociais dos trabalhadores e da população carente, os neomonetaristas de Brasília esperam congelar o PIB para evitar a bancarrota financeira do Estado, ledo engano! Se conseguiram o estancamento da economia em 2014, podemos esperar uma brutal recessão com desemprego, perda de renda dos trabalhadores e falências generalizadas de empresas nacionais em 2015.