sexta-feira, 6 de março de 2015


STF publicita lista de Janot: Sem grandes novidades Procurador livra presidenta e governadores jogando toda "lama" no Congresso Nacional

O ministro Teori Zavascki relator do processo da "Lava Jato" no STF acaba de dar publicidade a lista de envolvidos nos escândalos da Petrobras elaborada pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Enfim quebrado o "meio" sigilo, do qual a mídia corporativa já dispunha parcialmente da maioria das informações, não se revelou grandes novidades. A única "surpresa" mais consistente foi a exclusão na última hora de nomes de governadores do PMDB e PT. Quanto ao possível indiciamento da presidenta Dilma, Janot já tinha "vazado" a imprensa que não teria autoridade jurídica para incluir o nome da neopetista. Porém a lista se aproxima perigosamente da anturragem palaciana, incluindo nomes do tesoureiro nacional do PT e do ex-ministro Antonio Pallocci. No terreno da oposição tucana Aécio Neves negociou a retirada de seu nome (em forma de arquivamento do processo) para a inclusão do senador e ex-governador de Minas Anastasia. A "bomba" mesmo tende a explodir na cúpula do PMDB, sendo "rastreados" implacavelmente por Janot a dupla Renan e Cunha, além da ex-governadora Roseana Sarney e outros caciques do partido. Porém é muito delicada a situação do presidente do Senado, que controlava pessoalmente a subsidiária da estatal Transpetro pela via do preposto Sérgio Machado. A decisão de "livrar a cara" de todos os governadores ocorreu em função do envolvimento do governador Pezão, que ameaçava dedurar os "colegas" de São Paulo, Pernambuco, Ceará e Sergipe. Como todos sabem que cobranças de "comissões" são uma praxe universalizada no interior de todas as instâncias do Estado burguês, o STF deve "eleger" alguns "bodes expiatórios" para o cargo de vilão da nação, como ocorreu com o processo "espetáculo" do chamado "Mensalão". Talvez o que mais esteja tirando o sono de Dilma neste momento da "Lava Jato" é o fato de contar na lista de Janot o nome de sua ex-ministra da Casa Civil, a senadora paranaense Gleise Hoffmann. Quanto a presença de outros petistas de peso na lista "arranjada" por Janot, caberia ao próprio Lula a tarefa de defendê-los diante dos tubarões da mídia. O certo mesmo é que a "novela do Petrolão" deve render muita hipocrisia de uma elite dominante acostumada historicamente a utilizar o estado capitalista como meio de acúmulo patrimonial. Enquanto não chegamos aos capítulos finais deste "folhetim" seguirá a ofensiva neoliberal contra as conquistas operárias e nossas empresas estatais, com o pleno aval deste mesmo Congresso Nacional atolado na lama da corrupção burguesa até o pescoço.