STF publicita lista de Janot: Sem grandes novidades Procurador
livra presidenta e governadores jogando toda "lama" no Congresso Nacional
O ministro Teori Zavascki relator do processo da "Lava
Jato" no STF acaba de dar publicidade a lista de envolvidos nos escândalos
da Petrobras elaborada pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Enfim
quebrado o "meio" sigilo, do qual a mídia corporativa já dispunha
parcialmente da maioria das informações, não se revelou grandes novidades. A
única "surpresa" mais consistente foi a exclusão na última hora de
nomes de governadores do PMDB e PT. Quanto ao possível indiciamento da
presidenta Dilma, Janot já tinha "vazado" a imprensa que não teria
autoridade jurídica para incluir o nome da neopetista. Porém a lista se
aproxima perigosamente da anturragem palaciana, incluindo nomes do tesoureiro
nacional do PT e do ex-ministro Antonio Pallocci. No terreno da oposição tucana
Aécio Neves negociou a retirada de seu nome (em forma de arquivamento do
processo) para a inclusão do senador e ex-governador de Minas Anastasia. A
"bomba" mesmo tende a explodir na cúpula do PMDB, sendo
"rastreados" implacavelmente por Janot a dupla Renan e Cunha, além da
ex-governadora Roseana Sarney e outros caciques do partido. Porém é muito
delicada a situação do presidente do Senado, que controlava pessoalmente a
subsidiária da estatal Transpetro pela via do preposto Sérgio Machado. A
decisão de "livrar a cara" de todos os governadores ocorreu em função
do envolvimento do governador Pezão, que ameaçava dedurar os "colegas"
de São Paulo, Pernambuco, Ceará e Sergipe. Como todos sabem que cobranças de
"comissões" são uma praxe universalizada no interior de todas as
instâncias do Estado burguês, o STF deve "eleger" alguns "bodes
expiatórios" para o cargo de vilão da nação, como ocorreu com o processo
"espetáculo" do chamado "Mensalão". Talvez o que mais
esteja tirando o sono de Dilma neste momento da "Lava Jato" é o fato
de contar na lista de Janot o nome de sua ex-ministra da Casa Civil, a senadora
paranaense Gleise Hoffmann. Quanto a presença de outros petistas de peso na
lista "arranjada" por Janot, caberia ao próprio Lula a tarefa de
defendê-los diante dos tubarões da mídia. O certo mesmo é que a "novela do
Petrolão" deve render muita hipocrisia de uma elite dominante acostumada
historicamente a utilizar o estado capitalista como meio de acúmulo
patrimonial. Enquanto não chegamos aos capítulos finais deste "folhetim"
seguirá a ofensiva neoliberal contra as conquistas operárias e nossas empresas
estatais, com o pleno aval deste mesmo Congresso Nacional atolado na lama da
corrupção burguesa até o pescoço.