OS PASSOS DE CAMALEÃO OPORTUNISTA DO PCO: DE ENTUSIASTA
APOIADOR DOS “REBELDES” DA DIREITA MADE IN CIA CONTRA KADAFI A DEFENSOR
ENVERGONHADO DA GERENTE NEOLIBERAL DE OBAMA NO BRASIL
Nada como um dia após o outro para desmascarar a conduta
camaleônica dos revisionistas do PCO! Os atuais paladinos do combate a direita
pró-ianque contra o governo neoliberal de Dilma, que agora descobriram
inclusive que a “CIA, FBI e NSA trabalham para derrubar Dilma Rousseff” (Causa
Operária, On line, 17.03) foram nada mais nada menos que os primeiros
revisionistas a comemorar a “revolução” na Líbia, quando de fato a OTAN
organizava os “rebeldes” de direita made in CIA em Bengazhi para derrubar o
governo nacionalista-burguês de Kadafi!!! Enquanto no Brasil o PCO afirma que
as multitudinárias manifestações do 15 de Março não passaram de hordas de
fascistas que desejam por fim imediatamente ao governo do PT, na Líbia
movimentos armados pela CIA com um caráter claramente reacionário e golpista
foram aplaudidas de forma entusiasta por estes mesmos senhores. Em êxtase, na
época o PCO não titubeou: “O cerco contra Kadafi está se fechando e à medida
que reage com extrema violência contra os líbios as manifestações ficam cada
vez maiores” (Causa Operária On line, fevereiro de 2011). Ora vejam só! Ontem
esses revisionistas cara-de-pau saudavam os fascistas na Líbia, agora no Brasil
“esqueceram” a posição que adotaram de apoiar descaradamente a ofensiva
político-militar imperialista contra um governo nacionalista-burguês e sem qualquer
autocrítica vestem a camisa dos supostos melhores defensores do combate à
direita e saem em defesa do governo do PT! Quanta mudança de lado! Entretanto
somente tolos podem acreditar nos seguidos ziguezagues oportunistas do Sr.
Pimenta! Até hoje Causa Operária convenientemente encobre o fato das “massas” a
que se refere na Líbia nada mais eram que bandos tribais reacionários em
unidade com mercenários, pequeno-burgueses, empresários e yuppies de Bengazhi
financiados diretamente pela Casa Branca. Pelo que relata o PCO uma composição
política e social reacionária bastante similar esteve presente nas marchas
“verde-amarelas” no Brasil: “A manifestação de ontem, 15, em S. Paulo, filmada
ao vivo pela Rede Globo desde as 8 horas da manhã, foi uma típica manifestação
da burguesia. As imagens mostram claramente que a composição social da
manifestação era esmagadoramente de classe média e burguesa” (17.03). Pasmem,
mas longe de apoiar aqui as manifestações dos “rebeldes” da direita pró-ianque
como fez na Líbia, agora a camaleônica Causa Operária as repudia taxativamente
no Brasil: “A única política é enfrentar a direita. Enfrentá-la em todos os
terrenos. Enfrentá-la nas ruas, na política, na propaganda, na imprensa, na
luta ideológica e quando se tornar necessário, estar preparado para enfrenta-la
pela força”. Como se observa, as aparências enganam, que o diga o transformista
PCO! Afinal de contas, fica a dúvida, Causa Operária segue com a linha
pró-imperialista que adotou na Líbia ou repentinamente mudou de posição mais
uma vez apenas ao “sabor dos ventos” no Brasil, ou melhor, como produto do
impressionismo revisionista advindo de sua fragilidade política e teórica,
desde que se tornou órfã do Altamirismo?
O que leva uma corrente, sem reconhecer os profundos erros de
sua política anterior, passar de apoiadora dos “rebeldes” de direita na Líbia
contra Kadafi a ser adepta cega da tese do “golpe iminente” mesmo quando Dilma
(PT) aplica fielmente o ajuste neoliberal exigido pelo Casa Branca e para isso
conta com o apoio do grosso da burguesia nacional? Algum incauto pode
argumentar que são posições distintas porque se tratam de processos políticos
diferentes, mas o próprio PCO reconhece que não! No artigo, “A vez da
‘revolução colorida’ no Brasil” (17.03), Causa Operária indica a similaridade:
“A manifestação orquestrada pela burguesia, que colocou a direita ‘coxinha’ nas
ruas neste domingo, é uma tentativa do imperialismo reproduzir a tática das
‘revoluções coloridas’ no Brasil. As ‘revoluções coloridas’ foram movimentos de
massa criados para derrubar governos contrários às políticas do imperialismo,
começando nos antigos estados da União Soviética no começo do século XXI e se
repetiram em diversos países, no Oriente Médio, Ásia e mesmo na América Latina.
Movimentos e organizações artificiais são criados com financiamento dos Estados
Unidos e outras potências imperialistas para aparecerem como linha de frente e
organizadores das manifestações”. Mas como? No Brasil, Causa Operária acusa os participantes
da marcha de 15 de Março de serem agentes da CIA, mas na Líbia apresentava o
setor social abastado e aburguesado equivalente como revolucionário? Como
denunciou a LBI desde o início das manifestações pró-imperialistas em Benghazi,
os mercenários “rebeldes” estavam a serviço da CIA justamente pelas suas
estreitas ligações políticas e econômicas com as transnacionais do petróleo
instaladas na cidade portuária. Que “revolução” era esta que se valeu de uma
agressão imperialista para vencer um regime nacionalista burguês que tem atritos
com a Casa Branca e seus “rebeldes” empunham a bandeira da monarquia
arqui-reacionária do rei Idris? Simples: não era uma revolução em curso, mas
uma contra-revolução, estúpido! O PCO até agora mantém o silêncio sepulcral
sobre a questão!
Para não pairar dúvidas, vejamos o que Causa Operária falava
na Líbia: “A crise na Líbia, governada pelo ditador Muamar Khadafi, se agrava
mais a cada dia que passa. As manifestações, assim como ocorreu no Egito, pode
(sic) derrubar o Khadafi e sua política de apoio ao imperialismo” (sítio PCO,
18/02/2011). O PCO, assim como toda a canalha revisionista do trotskismo
comandada pelo PSTU-LIT, corrente morenista hoje tão criticada pelo Sr.
Pimenta, estava unido e de mãos dadas com os “rebeldes” contra o “ditador” Kadafi
que diziam ser aliado do imperialismo e um neoliberal. Chama a atenção a
flagrante contradição: trata-se justamente da orientação que Causa Operária
acusa o PSTU e o PSOL de adotarem no Brasil com relação ao governo Dilma, de
serem simpáticos aos protestos da direita sob a acusação de que Dilma é
submissa a Casa Branca! O mais tragicômico é que o PCO ainda hoje afirma com
relação à Líbia que “Khadafi tinha adotado um modelo neoliberal na Líbia”
(Idem) para justificar seu apoio a “revolução” porém quase não abre a boca para
denunciar o ajuste neoliberal de Dilma-Levy em nosso país! Novamente, o PCO
recorreu na Líbia a “tese” equivalente a utilizada pela LIT na Venezuela, na
Ucrânia e no... Brasil para apoiar ou flertar com os golpistas que Causa
Operária tanto proclama combater nos dias atuais!
Como se observa, o PCO esteva no campo político e militar
dos “rebeldes” na Líbia, posição que equivale a se emblocar aos neonazistas na
Ucrânia, a direita golpista financiada pela CIA na Venezuela, a oposição de
direita na Argentina e, claro, no Brasil postar-se junto dos fascistas
presentes na Avenida Paulista em sua “revolução verde-amarelo”! Alguns podem
dizer: Mas atualmente o PCO se apresenta como crítico das correntes que saúdam
a “revolução” made in CIA na Ucrânia,
denuncia os apoiadores os golpistas na Venezuela, como a LIT ou mesmo os que
flertam com a direita fascista no Brasil! Pelo que parece, esta repentina
mudança de posição é totalmente empírica, já que continua defendendo a tese que
“o imperialismo precipitou a queda de Kadafi para conter as massas” ou em
outras palavras que a tal “revolução” foi desviada, confiscada ou sequestrada,
como muitas correntes Morenistas dizem que também ocorreu no Egito para
justificar seu aval ao golpe de estado. Perguntamos ao PCO diante de suas
posições atuais: seria realmente possível estar no terreno da luta antiimperialista
apoiando os “rebeldes” pró-OTAN na Líbia contra Kafafi? É possível combater a
direta pró-ianque no Brasil sem denunciar que a ofensiva reacionária contra o
governo do PT é parte da política que foi vitoriosa na Líbia com a queda de
Kadafi e ganhou impulso mundial em nossos dias? Não sabemos os malabarismos que
o PCO irá usar para responder a estas questões, na medida em que tomou posições
diametralmente opostas nos dois casos, mas elas servem para desmascarar Causa
Operária nos dias atuais para alguns militantes mais “esquecidos” ou
“enganados” por sua repentina política “contra o golpismo” na Ucrânia,
Venezuela ou mesmo no Brasil.
Cinicamente, o PCO ainda denuncia os que não chamam a defesa
do governo Dilma contra o suposto “golpe da direita” de postarem-se a favor da
reação burguesa e contra o combate ao fascismo, seriam os ultra-esquerdistas!
Estranho Causa Operária não ter essa visão “ampla” no caso da Líbia! Lá diziam
que Kadafi era um ditador a serviço do imperialismo e que adotava um programa
neoliberal, portanto não fazia sentido estabelecer uma frente única
anti-imperialista com o dirigente líbio para derrotar as as tropas da OTAN.
Aqui, quando a LBI denuncia o programa de ajuste neoliberal de Dilma e exige
que esta tome medidas em favor do povo para que se estabeleça uma plataforma
mínima para enfrentar a direita pró-ianque, o míope PCO nos acusa de sectários!
Na Líbia, Causa Operária chegou a declarar que “O nacionalismo árabe estava
esgotado, e Khadafi tinha adotado um modelo neoliberal na Líbia. Por isso as
massas estavam mobilizadas para derrubar seu governo” (11.04.2014) para
justificar seu apoio entusiasta a “revolução”. O que diz o PCO sobre o programa
de Dilma-Levy de cortes de direitos, arrocho salarial e aumentos das tarifas?
Não seria também um “modelo neoliberal” que não merece ser defendido? Se o PCO
fosse coerente deveria ter engrossado a marcha do dia 15 e não o contrário! Em
um giro de 180 graus, o PCO prega agora a formação de uma “frente única com o
PT contra o fascismo”, espertamente alardeando que o golpe de estado está
dobrando a esquina...A classe operária precisa sim constituir uma Frente
Operária, Popular e da Esquerda classista não com Levy, Dilma e a direção do PT
mas contra eles e para derrotar a direita fascista, porém esta é uma política
de independência de classe oposta à que vem defendendo o PCO, que de seguidor
dos “rebeldes” da OTAN na Líbia passou a ser uma verdadeira sombra da Frente
Popular no Brasil. Até quando, é a pergunta que se faz a esse verdadeiro
camaleão político?