Seguir o exemplo dos Garis do RJ: Para derrotar o arrocho, o
ajuste neoliberal e a direita reacionária o caminho é a greve!
A greve dos Garis no Rio de Janeiro entra nesta segunda-feira,
16, no seu quarto dia. Apesar da justiça ter determinado que 75% da categoria
garanta os serviços de limpeza na cidade, heroicamente os trabalhadores passaram por
cima da determinação judicial e mantiveram todas as atividades paralisadas, com
o lixo se amontoando nas ruas da “Cidade Maravilhosa”. É assim que se derrota o
arrocho salarial imposto por Eduardo Paes, o ajuste neoliberal de Dilma-Levy que
aumentou as tarifas públicas além de restringir direitos e a movimentação da direita reacionária que deseja ver o
povo trabalhador pagar a conta da crise capitalista usando como pretexto o combate a
corrupção. Os combativos grevistas pedem um aumento de 47,7% no salário e um
vale-refeição de R$ 27. A Comlurb e a prefeitura do PMDB cinicamente propôs um
reajuste de 3% e a manutenção do vale-refeição em R$ 20. Na sexta-feira, 13, o
Ministério Público do Trabalho propôs um aumento de 7%. A Comlurb obviamente aceitou
oferecer a migalha, mas a oferta miserável foi recusada pelos trabalhadores em
assembleia. Em meio polarização política das marchas de sexta (13M) e domingo
(15M), os garis mostraram o caminho: ação direta dos trabalhadores e a
mobilização independente dos blocos burgueses em conflito, em defesa de suas
reivindicações! Portanto, a mobilização dos garis reforça o chamado da LBI de se
organizar imediatamente um dia nacional de paralisação em todo o país, focado
na luta por direitos sociais, aumento salarial e contra o "ajuste"
neoliberal. Como os professores de SP também entraram em greve contra a
política de arrocho de Alckmin (PSDB) nesta segunda-feira, esta perspectiva se reforça ainda mais neste momento decisivo da conjuntura política! Somente
com a luta direta dos trabalhadores da cidade e do campo derrotaremos a reação conservadora
demo-tucana, o ajuste neoliberal de Levy e a política de colaboração de classes
da Frente Popular com seus aliados do PMDB, como o facínora Eduardo Paes!
Mal começou a greve na sexta-feira e a prefeitura já havia
obtido uma liminar no Tribunal Regional do Trabalho determinando o imediato
retorno ao trabalho e uma multa de 100 mil reais por dia ao sindicato que
representa oficialmente a categoria. Junto a estas medidas a prefeitura e sua
estatal de limpeza e conservação urbana (COMLURB) conseguiram a absurda
autorização judicial para que seja solicitada a presença policial para escoltar
os trabalhadores a trabalhar. Trata-se de um ataque ao direito de greve e uma
dura repressão a categoria por parte da PM assassina. A rapidez da justiça e da
prefeitura mostram sua disposição a enfrentar duramente os trabalhadores este
ano e para isto querem cercear seu direito de greve, com intimidação não só
pela via dos gerentes mas também pelas forças policiais.
Enquanto arrocha o salário dos garis, para as empresas de
ônibus o facínora Paes foi bem mais generoso, autorizando um reajuste de 13,3% nas
tarifas, jogando o ônus da crise nas costas dos trabalhadores. A proposta do prefeito é uma afronta a essa categoria, que em pleno
carnaval de 2014 protagonizou uma forte greve, que recebeu o apoio da população
carioca e ganhou repercussão nacional. São péssimas condições de trabalho. No
país inteiro diversas categorias vêm realizando greves e lutas, enfrentando a
política de ajuste fiscal do governo Dilma-Levy, dos governadores e prefeitos.
Ao mesmo tempo, essas lutas devem se colocar como alternativa a ofensiva da
direita, que em suas marchas começa a galvanizar ainda de forma dispersa a
rejeição popular ao ajuste em curso ordenado pelo PT!
É necessário varrer toda a imundície burguesa para que os
trabalhadores tenham garantidos os seus direitos e conquistas históricas. Para
os garis da “Cidade Maravilhosa” é necessário colocar o governo Paes na
berlinda, unificando as categorias em luta e que inclua as organizações que vem
enfrentando a fúria repressiva dos governos estadual e federal. Para tanto é
necessário chamar atos e passeatas conjuntas com professores e outras mais que surgirem rumo a um dia nacional de paralisação! Neste curso, é papel
fundamental que todo sindicato que não esteja dominado pela burocracia “chapa
branca” cobrir de solidariedade a heroica luta dos companheiros garis que
passaram por cima da direção pelega e da justiça patronal, cedendo a sua infraestrutura para ser
utilizada no combate ao Estado capitalista e sua cruzada reacionária contra o
movimento operário e seus lutadores. Sigamos o exemplo dos garis da capital
fluminense: Superar suas direções pelegas para varrer do poder com a força de
classe do proletariado Eduardo Paes, Pezão e toda a sua corja mafiosa!
A única via para que os lutadores saiam vitoriosos neste
momento que a classe operária vem sofrendo uma cruzada reacionária a toda
prova, tal como a farsesca “Operação Lava Jato” levada a cabo pela mesma
justiça que criminaliza a luta dos garis, é a adoção de um programa
genuinamente revolucionário com o objetivo de denunciar que para a democracia
dos ricos tudo gira em torno de qual fração burguesa irá se apoderar daquilo
que o Estado capitalista lhe oferece, onde a corrupção é a mola mestra deste
regime decadente. O rompimento da camisa de força da frente popular é um
pré-requisito fundamental como demonstraram na prática os companheiros garis da
cidade do Rio de Janeiro. Para tanto, é necessária a unidade operária,
camponesa, estudantil que tenha como eixo político a ação direta no campo e na
cidade, se valendo dos métodos de luta próprios dos trabalhadores para
construir uma alternativa de poder dos explorados que tenha a revolução
proletária e socialismo como estratégia de classe.