PROFESSORES-SP: DERROTAR O ARROCHO SALARIAL IMPOSTO PELO “OPUS DEI”
ALCKMIN E SUPERAR A POLÍTICA DE CONCILIAÇÃO DA DIREÇÃO DA APEOESP (PT)!
A greve dos professores de São Paulo completou uma semana
enfrentando a política repressiva do governo Alckmin com a adesão de 50% da
categoria. Para a mobilização ser vitoriosa os trabalhadores também tem enfrentado
a orientação da direção da APEOESP, controlada pela Articulação (PT), que limita
o combate dos professores a uma disputa política-eleitoral com os tucanos,
tendo em vista o quadro de polarização que encontra-se o país desde as marchas
contra Dilma de 15 de março. Na sexta passada, 20/3, houve um grande assembleia
com mais de 30 mil que deliberou pela manutenção da greve e um novo encontro
está prevista para dia 27. A adesão à greve vem crescendo, mesmo com o grande
bloqueio midiático, que ignorou por completo a grande manifestação de sexta,
todo o contrário da cobertura da Rede Globo na reacionária marcha
“verde-amerela”. A paralisação encontra-se em um momento decisivo, Alckmin e o
Secretário de Educação, Herman, declararam publicamente que não reconhecem a
legitimidade da greve, alegando que a APEOESP não é representativa. Ao mesmo
tempo Herman emitiu orientações para todas as diretorias de ensino para que
substituíssem professores grevistas por professores eventuais, uma ação
coordenada de todo o governo para atacar o legítimo direito de greve dos
professores. A política do Opus Dei Alckmin é não reconhecer nem o sindicato,
nem a greve, com o objetivo de desgasta-la e derrotar os professores, mostrando
mão dura que o credencia junto a burguesia como o candidato preferencial da
classe dominante em 2018, no lastro do desgaste do PT. Nesse sentido é preciso
cobrir a greve dos professores de São Paulo da mais ampla solidariedade,
organizando assembleias democráticas que expressem os comandos de base da greve,
organismos que não são controlados pela Articulação (PT). Não por acaso, Bebel,
a presidente da APEOESP, foi vaiada várias vezes na última assembleia devido as
seguidas traições a categoria e sua política de subordinar a mobilização a
política de colaboração de classes da Frente Popular. Um momento decisivo para
enfrentar Alckmin e superar a política do PT será o 26 de Março, dia nacional
de luta pela educação. Desde o Núcleo dos Professores da LBI apoiamos a greve e
defendemos a reabertura de todas as 3,3 mil salas de aula fechadas neste começo
de ano pelo governo Alckmin, o fim da “quarentena” e “duzentena” (que obriga os
professores temporários demitidos a ficarem até 200 dias sem novo contrato), a
reposição das perdas salariais com 75% de reajuste para equiparar os
professores aos demais profissionais de nível superior e a redução da jornada!
Somente através da luta direta derrotaremos o governo tucano que melhor representa a
direita reacionária em nosso país e fortaleceremos a luta contra o ajuste
fiscal que Dilma-Levy estão aplicando contra os trabalhadores, forjando uma
alternativa revolucionária dos explorados!
A greve dos professores de São Paulo começou poucos dias após o encerramento da paralisação dos trabalhadores em educação do Paraná. Em nenhum momento a CUT ou a CNTE convocaram a unificação destas lutas em um calendário comum e, muito menos, uma paralisação nacional de solidariedade. Com o recuo dos professores do Paraná, o canalha Beto Richa (PSDB) voltou a ofensiva contra os trabalhadores. Esta lição demonstra que para derrotar o também tucano Alckmin e sua política de arrocho faz-se necessário superar a política de colaboração de classes do PT. Tanto as direções sindicais cutistas como o governo Dilma, mesmo ameaçado, preferem pactuar com a direita a ver o movimento de massas na ruas que possa inclusive fugir ao seu controle.
A perspectiva que apontamos se torna ainda mais evidente na
medida em que o próprio PT vem fazendo uma gestão bem mais à direita no segundo
mandato de Dilma, completamente refém das oligarquias regionais e dos ditames
do imperialismo ianque. O esgotamento do modelo econômico patrocinado pelo PT vem
gerando um quadro de ataque as mais elementares conquistas sociais, vide o
ajuste neoliberal de Levy. Se a classe operária não conseguir resistir a estas
investidas (o que exigiria superar as próprias direções políticas e sindicais
controladas pelo PT e PCdoB), a tendência é que os setores mais reacionários da
burguesia sintam-se mais à vontade para derrotar a frente popular se apoiando
em uma classe média extremamente hostil ao povo pobre e até mesmo as “políticas
sociais” do governo petista. A tendência fascistizante que vem crescendo no
país é a base desse novo eixo de poder conservador. Não se trata de escolher o
“mal menor” entre as opções burguesas (PT versus PSDB) mas de se preparar como
uma saída política classista e revolucionária para uma transição onde os
ataques ao movimento de massas tendem a se aprofundar.
A greve dos professores de São Paulo começou poucos dias após o encerramento da paralisação dos trabalhadores em educação do Paraná. Em nenhum momento a CUT ou a CNTE convocaram a unificação destas lutas em um calendário comum e, muito menos, uma paralisação nacional de solidariedade. Com o recuo dos professores do Paraná, o canalha Beto Richa (PSDB) voltou a ofensiva contra os trabalhadores. Esta lição demonstra que para derrotar o também tucano Alckmin e sua política de arrocho faz-se necessário superar a política de colaboração de classes do PT. Tanto as direções sindicais cutistas como o governo Dilma, mesmo ameaçado, preferem pactuar com a direita a ver o movimento de massas na ruas que possa inclusive fugir ao seu controle.
Neste momento em que os professores municipais de Curitiba
aprovaram indicativo de greve para o começo de abril e, no Pará, a paralisação
foi deliberada para começar neste dia 23, cabe a unificação das lutas. A
unificação da categoria em todo o país é, sem dúvida alguma, a pedra de toque
da construção de uma vigorosa mobilização dos trabalhadores em educação, capaz
de criar uma correlação de forças que possibilite arrancarmos um verdadeiro
piso salarial nacional. Para que de fato possamos construir um amplo processo
de mobilização da categoria que culmine em uma poderosa greve nacional da
educação é imprescindível superar a política de traição das direções governistas
da CNTE/CUT.
Do ponto de vista mais amplo, o que permitiu a burguesia passar a ofensiva nos últimos
meses foram justamente as seguidas derrotas impostas ao movimento operário e
popular em São Paulo e no próprio âmbito nacional. Já em 2012, Alckmin lançou
uma brutal ofensiva repressiva contra a ocupação urbana no Pinheirinho. A PM
sob o comando do tucanato derrotou um símbolo histórico da resistência popular
no estado. Logo após, em 2013, houve a desocupação da Reitoria da USP pela
polícia sob a acusação que os estudantes e seus apoiadores eram terroristas e
vândalos, política que foi ampliada da repressão aos Black Bloc durante as
Jornadas de Junho. De lá para cá, Alckmin vem aprofundando a perseguição aos
movimentos sociais, política que é extremamente facilitada pela orientação de completa
paralisia imposta pela CUT, UNE e as demais centrais “chapa branca”. No âmbito
do governo da capital paulista, o PT leva a cabo uma gestão burguesa que é
completamente submissão a política de repressão do PSDB. O fato de ambos terem criminalizarem
o movimento “Não Vai ter Copa” e buscarem derrotar pela força a greve dos
rodoviários e depois dos metroviários mostra bem que a frente popular pavimenta
o caminho para o fascismo. Quando o ciclo econômico de crédito fácil
patrocinado pelo PT se esgotar e a crise econômica se aprofundar com a
recessão, esse modelo implementado em São Paulo vai ser ampliado a nível
nacional como opção preferencial da burguesia.