VITÓRIA DO CHACAL NETANYAHU TEM AVAL DA VÍBORA HILLARY
CLINTON: UMA ALIANÇA SINISTRA PARA GARANTIR O RECRUDESCIMENTO DA REAÇÃO
IMPERIALISTA
Quando se cogitava que a coalizão da União Sionista, aliança
entre o Partido Trabalhista e o Partido Hatnuah, da ex-ministra de Justiça
Tzipi Livn, ganhasse as eleições parlamentares em Israel (como desejava Obama),
o resultado deu maioria ao chacal Benjamin Netanyahu (como planejou Hillary).
Depois de ganhar as eleições, ele assegurou nesta quarta-feira (25) a formação
de um gabinete com apoio de 67 dos 120 deputados que compõem a Knesset. O
governo sionista estará integrado por políticos de seis formações, todas de
ultradireita. Para que houvesse a vitória de Netanyahu foi decisivo o aval de
Hillary Clinton, que será a candidata democrata nas eleições presidenciais dos
EUA em 2016. Com esta aliança a víbora ianque planeja impedir que o Tea Party,
que já lançou um pré-candidato pelo Partido Republicano, Ted Cruz, tenha o
apoio integral de setores de peso dos sionistas. Hillary se comprometeu com
Netanyahu a apoiar a política de guerra total contra os palestinos, o Irã e a
Síria. Não por acaso, logo depois da vitória do chacal sionista, Obama e
Hillary Clinton se reuniram na Casa Branca para fazer os ajustes necessários a
esta transição, já que os Clinton apoiam integralmente a “jogada” de
aproximação com Cuba, o que não pode ser dito da política para o Oriente Médio
onde Hillary defende uma imediata e agressiva ação militar contra Assad. Neste
acordo entre as alas democratas, não está descartado inclusive que o Tea Party
co-governe com a madame Clinton, caso os democratas se mantenham no governo, na
medida que Hillary é abertamente favorável ao recrudescimento do Estado
guerreirista norte-americano.
As divergências pontuais entre Obama e Netanyahu não existem
com Hillary assumindo a Casa Branca. Em um discurso que evidenciou as tensões
entre o governo dos Estados Unidos e o de Israel, o primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “interromper o programa nuclear do
Irã é uma obrigação moral”. O facínora declarou “O Irã é, antes de tudo, um
Estado que apoia o terrorismo no mundo. Se o país desenvolver armas nucleares,
atingirá seus objetivos. Não podemos permitir que isso aconteça. Enquanto
falamos aqui, o Irã está desenvolvendo suas capacidades para construir armas
nucleares”, o que está em choque com os planos de Obama mas que a víbora
Clinton também discorda. Nesse sentido, a aproximação entre Hillary nos EUA e
Netanyahu em Israel representam uma aliança sinistra para garantir o avanço da
reação imperialista no planeta.
Os resultados das eleições para o Knesset reforçam nossa análise e apontam para dias ainda mais difíceis para o povo palestino, tudo o contrário do cenário apontado pelos revisionistas do trotskismo que venderam a “Primavera Árabe” com um fator de enfraquecimento de Israel. O processo de desestabilização do governo do Bashar Al Assad por parte do imperialismo e de Israel através do apoio a grupos internos “rebeldes” tribais arquirreacionários representa a tentativa da Casa Branca de alterar completamente a chamada geopolítica do Oriente Médio, colocando sob seu controle não só a Síria, mas avançando em sua ofensiva sobre o Hezbollah no Líbano e, caso tenha sucesso nesta empreitada colonialista, assentando as bases para um ataque militar ao Irã, já que anteriormente não conseguiu o apoio interno necessário para debilitar o regime nacionalista comandado por Armadinejad. Trata-se de um plano estratégico de larga envergadura, ainda mais quando a Síria e o próprio Líbano fazem fronteira com Israel, enclave militar do imperialismo ianque responsável por apoiar todas as iniciativas políticas e bélicas do Pentágono na região.
Desde 2008 vimos alertando que Obama representava a nova
onda do imperialismo ianque para enganar as massas e enfrentar seu crash
financeiro, ou seja, quando Hillary ainda era francamente a favorita na corrida
presidencial pós-Bush. Com o fim próximo do mandato de Obama não só os
democratas, mas do conjunto das alas da classe dominante ianque, agora sob no
futuro sob um possível governo Clinton, se delineiam cada vez mais que na
construção deste governante imperialista se inserem todos os elementos
draconianos dos republicanos. Guerras de ocupação farão parte do próximo
mandato em ataque aberto às massas oprimidas do Irã, Síria, Colômbia e
Palestina. A inexistência de um autêntico movimento operário comunista em todo
o planeta, dirigido por um genuíno partido revolucionário da classe
trabalhadora, permite que mesmo em crise o imperialismo ianque mantenha-se em
ofensiva política e militar. Esta situação só poderá ser resolvida
progressivamente a partir da superação da atual etapa de guerras de
resistências populares e lutas economicistas para a organização consciente da
luta antiimperialista no sentido da conquista do poder político pelos
explorados de todo o mundo.