6º CONGRESSO NACIONAL DO PT: LULA DIZ QUE “2018 ESTÁ LOGO
ALI” PARA DAR O TEMPO NECESSÁRIO PARA A BURGUESIA APROVAR SUAS REFORMAS
NEOLIBERAIS ATÉ O CIRCO ELEITORAL FRAUDADO DO PRÓXIMO ANO LEGITIMAR O REGIME
Em discurso na abertura do 6º Congresso Nacional do PT nessa
segunda-feira (01/06), em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
declarou “2018 está longe para quem não tem esperança, mas, para nós, 2018 é
logo aí, já começou e não estamos com medo. Vamos voltar a governar esse país a
partir de 2018”. Nenhum chamado para construir a Greve Geral ou mesmo de apoio
ao "Fora Temer", ao contrário, ele defendeu as alianças burguesas com
os partidos que tem maioria no Congresso Nacional para sustentar seu futuro
governo de colaboração de classes. Chamou o presidente da CUT, Wagner Freitas,
a conversar com os empresários, dizendo que "nós não queremos acabar com
eles, o que nós não queremos é que eles
nos acabem. Não queremos tirar nada deles. Temos que falar com os
latifundiários que nesse país tem terra para todo mundo comer". Por fim,
chamou de canalha, Joesley Batista, dono da JBS, o grupo empresarial que o
governo petista deu bilhões para se tornar um gigante do setor de carnes e
derivados. Com esse cínico discurso totalmente voltado para as eleições do
próximo ano, o dirigente petista deseja dar um recado direto à burguesia:
utilizem o tempo que tem até 2018 para aprovar as reformas neoliberais, com
Temer ou qualquer outro gerente que governo até as eleições presidenciais do
próximo ano. Nesse sentido, todo o movimento da Frente Popular em defesa das
“Diretas Já” não passa de um ensaio geral da campanha eleitoral de Lula. Essa
estratégia de colaboração de classe já vinha sendo denunciada pela LBI que inclusive
alertou que Lula tem interesse na permanência de Temer ou mesmo da realização
de eleições indiretas para que se complete a agenda neoliberal exigida pelo
imperialismo e os rentistas. Tanto que o governador do Ceará, Camilo Santana
(PT) lançou Tasso Jereissati (PSDB) como candidato para um mandato tampão, um
desejo que tem o aval da oligarquia Gomes, também ávida por ter Ciro como
alternativa eleitoral da centro-esquerda burguesa em 2018, principalmente no
caso da inelegibilidade de Lula. Nesse sentido, as manifestações em defesa das
“Diretas Já” e a própria Greve Geral de 24hs marcada para o final de junho são
parte da campanha para consolidar a candidatura Lula e não instrumentos de luta
direta para derrotar as reformas neoliberais que Dilma iniciou e seu vice agora
aprofunda. Dilma falou no mesmo sentido de Lula, dando inclusive a senha de que
mesmo que Lula perca a eleições o importante para estabilizar o regime político
da democracia dos ricos é um candidato legitimado pelas urnas: “A única alternativa
viável é eleições diretas. Não porque tenhamos o melhor candidato. Perder
eleição não é vergonha. Vergonha é ganhar no tapetão, sem voto”. Como alertamos há algum tempo, avaliamos que
Lula irá concorrer em 2018 para legitimar o circo eleitoral fraudado, mas será
derrotado por uma candidatura de tipo Bonapartista, na medida em que a
burguesia empurrada pela crise econômica (ausência de crédito internacional)
não vê espaço para um pacto de colaboração de classes novamente, necessita
seguir aprofundando sua plataforma neoliberal (privatizações e corte de
direitos) com um regime político cada vez mais militarizado, tarefa que nestas
condições o PT obviamente não seria a melhor opção para a classe dominante.
Mais uma vez, denunciamos que é necessário construir uma alternativa de poder
própria dos trabalhadores por fora da institucionalidade burguesa, o que não
passa pelas “Diretas Já”, Constituinte e muito menos “Lula 2018”. Nesse
sentido, a greve geral insurrecional por tempo indeterminado é o primeiro degrau
na construção dessa alternativa. A campanha por “Eleições Diretas”, sem
qualquer conteúdo democrático real serve apenas como um escape para a profunda
crise do regime vigente, servindo para Lula e a Frente Popular tentar se
credenciar novamente como gerente dos negócios da burguesia, apesar da tendência é que a candidatura do PT sirva apenas para legitimar o circo
eleitoral fraudado da democracia dos ricos.