sexta-feira, 9 de junho de 2017

ENCONTRO NACIONAL DE TRABALHADORES DE BANCOS PRIVADOS: A BASE DA CATEGORIA LEVOU FALTA!


O MOB participou do Encontro Nacional dos trabalhadores de Bancos Privados, através da dirigente Hyrlanda Moreira funcionária do Bradesco, encerrado nesta quinta-feira 08/06 em São Paulo, fazendo parte do calendário burocrático da CONTRAF-CUT de preparação da campanha salarial dos bancários deste ano, assim como as conferências regionais e os congressos dos bancos públicos que culminarão na Conferência Nacional dos Bancários, que acontecerá nos dias 28, 29 e 30 de julho. Longe de ser resultado de um processo amplo e democrático na base da categoria, esse Encontro de Bancos Privados (Itaú, Santander, Bradesco, Mercantil e CCB Brasil) é, na verdade, um Encontro Nacional de Dirigentes Sindicais de bancos privados (liberados),sem representantes da base. Não houve qualquer discussão específica ou participação real na base dos bancos privados.O caráter burocratizado desse evento está a serviço de manter o controle político da Contraf sobre os rumos, eixos e pautas da campanha salarial. É uma prática recorrente da burocracia sindical da CUT e da CTB que tenta domesticar a disposição de luta dos trabalhadores, subordinando suas necessidades e reivindicações históricas aos interesses da burocracia que busca conter as mobilizações para pressionar o Parlamento, exigindo o “Fora Temer” e “eleições diretas” como saída de recomposição do regime em crise e sempre de olho nas eleições de 2018.Os cinco maiores bancos brasileiros (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander) lucraram juntos, apenas no 1º trimestre de 2017, um total de R$ 17,3 bilhões, 29,2% a mais do que no mesmo período do ano passado. Apesar da alta lucratividade dos bancos crescerem de forma recorde, a situação dos bancários, particularmente da rede privada só agrava: ameaças, assédio moral institucionalizado, cobrança de metas absurdas, sobrecarga de trabalho e milhares de demissões. Os bancários de bancos públicos também não escapam dos efeitos da crise capitalista: terceirização, aumento de correspondentes bancários, extrapolação da jornada de trabalho, privatizações, cobrança de altas tarifas contra a população, “reestruturação” com a implementação dos planos de demissão voluntária e incentivo à aposentadoria .Devemos exigir uma campanha verdadeiramente unitária do começo ao fim, com assembleias unificadas e total controle da base sobre os rumos da mobilização, eleição de comando de base, realização de um Encontro Nacional de base, aberto e massivo, para aprovar nossa pauta de reivindicações, retirando das mãos da Contraf o monopólio dessa decisão. É preciso, portanto, que os trabalhadores entrem em cena como protagonistas das lutas, resgatando seus métodos de ação direta e empunhando suas bandeiras históricas: reposição integral das perdas salariais, escala móvel de salários, estatização do sistema financeiro, sob controle dos trabalhadores, reversão das privatizações, estabilidade no emprego, jornada de 6 horas, isonomia de tratamento, pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial, luta contra a ofensiva imperialista contra os povos e a recolonização nacional, greve geral por tempo indeterminado para por abaixo o governo Temer e derrotar as reformas trabalhista e previdenciária, por um governo operário e camponês, pelo socialismo.

Hyrlanda Moreira, dirigente do MOB