AUSÊNCIA DO CONSENSO NA BURGUESIA DETERMINOU O RESULTADO DO
TSE: O GOLPISTA SE MANTÉM “POR UM FIO” ENQUANTO AVANÇA NAS REFORMAS NEOLIBERAIS
NO CONGRESSO, CENÁRIO QUE INTERESSA TANTO AO PSDB COMO AO PT
Como era esperado, por um placar apertado de 4 a 3, ou seja, determinado pelo voto de desempate proferido pelo presidente da corte eleitoral, o ultra mafioso e reacionário Gilmar Mendes, a chapa Dilma/Temer foi absolvida pelo pleno do circo montado no TSE. Antes, todos as delações da Odebrecht, JBS e do marqueteiro do PT (João Santana) haviam sido previamente descartadas como elementos de prova do processo aberto anteriormente a pedido do PSDB. Com o golpe parlamentar de 2016 por hora não interessava mais ao tucanato derrubar o governo atual, capitaneado por Temer e seu aliado conjuntural cujo gabinete conta com vários ministros do PSDB. Ao PT, que assegurou com a atual decisão os direitos políticos de Dilma (que será candidata a Senadora) também interessava manter Temer desgastado para tentar capitalizar a crise política no terreno eleitoral em 2018. Esse acordo político costurado por um amplo espectro político, do PSDB ao PT, passando pelo PMDB, garante uma pequena sobrevida a Temer e dá fôlego ao calendário geral de aprovação das reformas neoliberais no parlamento. Somente os muitos crédulos na justiça burguesa poderiam acreditar que do pleno do TSE saísse a cassação de Temer se não houvesse um acordo amplo da classe, mas as frações da burguesia não conseguiram um nome de consenso para assumir o Planalto pela via das eleições indiretas, essa divisão determinou o resultado no Tribunal. Apesar da decisão enfraquecer temporariamente Moro e a força tarefa dos procuradores da Lava Jato, segue a dinâmica geral da burguesia acossar Temer, Lula e o tucanato para impor em futuro próximo um regime Bonapartista do judiciário legitimado pelas urnas. Não por acaso o nome de Joaquim Barbosa, o caçador dos dirigentes petistas no processo do “Mensalão”, começa a ganhar força novamente. A decisão do TSE reforça ainda mais a tarefa que se coloca para o proletariado e o movimento de massas: organizar uma Greve Geral por tempo indeterminado na perspectiva da construção de uma alternativa de poder revolucionário por fora da institucionalidade burguesa! Nesse combate não devemos ter nenhuma ilusão nas instituições do regime (judiciário, parlamento, eleições) e denunciar o cretinismo parlamentar, que neste momento clama por “Diretas já” ou Constituinte (PT, PCdoB e todos os grupos do PSOL, MTR). Faz-se necessário lutar contra a democracia dos ricos e suas instituições apodrecidas, construindo uma autêntico Poder Operário e Revolucionário!