quarta-feira, 27 de setembro de 2017

LENINISMO VERSUS ANARQUISMO: EM DEFESA DA DITADURA DO PROLETARIADO!


Partindo de uma concepção Marxista Leninista de que a teoria anarquista é um obstáculo ideológico para o avanço da consciência revolucionária da classe operária e da juventude que reinvindica a ação direta e a luta anticapitalista, fenômeno que ganhou as ruas com o surgimento dos "Black Blocs", é necessária uma profunda delimitação programática com os novos seguidores de Bakunin. Antes mesmo de Lenin, Engels submete a uma profunda crítica as idéias dos bakuninistas que negam todas as autoridades, e expõe a teoria marxista sobre a atitude da revolução proletária para com o Estado. Engels denuncia a natureza anti-científica e contrarrevolucionária da idéia anarquista de "supressão do Estado", criticando violentamente o dogmatismo e o espírito sectário dos anarquistas. A vigência das teses de Engels, passando mais de um século de sua elaboração, foi plenamente confirmada pelos principais fatos históricos que marcaram o movimento operário mundial, seja pela via negativa, na Comuna de Paris (1871), ou afirmando positivamente pela Revolução Russa, em Outubro de 1917. Hoje quando a contrarrevolução destruiu o primeiro Estado Operário vitorioso do planeta, a URSS, impulsionando uma poderosa ofensiva ideológica contra o movimento operário, todas as correntes reformistas, stalinistas, anarquistas e revisionistas, voltam a empreender uma cruzada contra o caráter 'autoritário' dos verdadeiros Comunistas Revolucionários, invocando a respeito os princípios 'éticos' da democracia burguesa. Tanto Engels, assim como Marx, Lênin e Trotsky foram alvos do justo ódio das correntes oportunistas que sob o mando do "socialismo democrático" traficam sua política burguesa por entre a classe operária. Para estes, está reservado, como afirmou Trotsky 'a lata de lixo da história'. Os que acreditam que é possível coabitarem o socialismo e a democracia burguesa no mesmo período histórico terão de renunciar primeiro ao Marxismo, que provou cientificamente que estes dois elementos são historicamente incompatíveis. É a mesma coisa que acreditar que o homo sapiens e o Tiranossauro conviveram na mesma época.

Portanto, é coerente afirmar que a pobreza ideológica das jovens gerações de lutadores sociais que hoje reivindicam atitudes ludistas, teorias socialistas utópicas e anarquistas, fenômenos políticos que correspondem à fase infantil do movimento operário, quando este mal começava a construir seus primeiros sindicatos, ainda não estava organizado em fortes partidos políticos nem possuía um programa científico para a luta de classes, é produto do rebaixamento do nível ideológico e do retrocesso no pensamento político após a destruição e restauração capitalista na URSS e nos Estados Operários do Leste Europeu, que mesmo burocratizados pela camarilha stalinista e adotando a política contrarrevolucionária de "socialismo em um só país" e de coexistência pacífica com o imperialismo, representavam, internacionalmente, um avanço na consciência de classe do proletariado e um contra-ponto ao poderio político-ideológico do Estado burguês. Não podemos confundir a correta defesa operária das conquistas sociais e históricas da revolução soviética com o apoio à política criminosa da burocracia stalinista - não podemos deixar de mencionar também o fato da ausência de um Partido Operário Mundial da Revolução (IVInternacional), que tenha como objetivo destruir de forma revolucionária o regime capitalista e o imperialismo, e não reformá-los para uma "economia sustentável" como defende o PSOL e seus afins.

Apesar da justeza das críticas anarquistas ao vergonhoso apego dos partidos reformistas as benesses materiais do Estado capitalista e ao asqueroso cretinismo parlamentar da Frente Popular e seus apêndices menores , é bom ressaltar que os Marxistas Revolucionários não se opõem por princípio a participar das eleições parlamentares burguesas, esse espaço deve ser utilizado como tribuna de massas para desenvolver a propaganda revolucionária, denunciando o próprio parlamento como um balcão de negócios da burguesia, sua incapacidade histórica e de todas as instituições do Estado burguês em atender os interesses de classe dos trabalhadores, publicitando a necessidade de destruir o capitalismo através da violência revolucionária do proletariado e da edificação do socialismo, sem abandonar um só minuto o seu programa revolucionário. Os anarquistas, e me refiro aos combatentes anarquistas que não repetem os crimes de seus pares espanhóis que durante a guerra civil integraram criminosamente o governo da frente popular que desarmou e reprimiu os operários, preparando o caminho para a vitória da ditadura franquista, não conseguiram até hoje nos apontar outro meio para a passagem do capitalismo ao socialismo que não seja a luta por um Estado Operário transitório baseado no poder soviético. A história da luta dos trabalhadores pela tomada e conservação do poder estatal, desde a Comuna de Paris, nos ensinou que esta medida é necessária enquanto não for suprimida definitivamente a divisão da sociedade em classes, que obriga o proletariado a exercer sua ditadura enquanto existir o perigo da restauração capitalista. "Durante o período heróico da revolução os bolcheviques lutaram ombro a ombro com os anarquistas autenticamente revolucionários. Muitos passaram para as fileiras do partido. Mais de uma vez, Lênin discutiu a possibilidade de conceder aos anarquistas determinados territórios onde, com o consentimento da população local, pudessem realizar a experiência de abolir o Estado. Porém, a guerra civil, o bloqueio e a fome não permitiram dar vazão a tais planos... Quais serão, portanto, as "vias e métodos" que conduzirão, por último, à abolição do estado? A experiência nos demonstra que esses métodos não serão os dos anarquistas, com certeza". (Leon Trotsky, extraído do texto "Stalinismo e Bolchevismo", 29 de agosto de 1937.)

Na medida que estes movimentos políticos "anarcóides" cultuam a dispersão, a instabilidade, a incapacidade de atuar de forma disciplinada e organizada, defeitos tipicamente pequeno-burgueses, preparam também inevitavelmente a desmoralização e derrota de seus ativistas, favorecendo dessa forma a contra-revolução e o fortalecimento dos novos social-democratas. Não compreendem que sem atacar a fonte dos lucros capitalistas, sem expropriar a produção, planificar a economia e sem organizar a luta frontal pela tomada do poder pelo proletariado através do partido Revolucionário do tipo Bolchevique, estabelecendo governos operários capazes de esmagar a contra-revolução, com base na DITADURA DO PROLETARIADO, é impossível derrotar o capitalismo e construir um outro mundo baseado na planificação econômica e na apropriação coletiva das riquezas. A luta pela tomada do poder pela classe operária só é possível através da derrota das direções revisionistas que hoje abortam ou desviam as lutas para o terreno da colaboração de classes, construindo um Partido Leninista de vanguarda do proletariado, armado de um programa revolucionário, centralizado em nível mundial. Como esclarece o velho dirigente bolchevique, Leon Trotsky: "A situação política mundial no seu conjunto caracteriza-se, antes de mais nada, pela crise histórica da direção do proletariado. Os operários avançados, reunidos no seio da IV Internacional, mostram à sua classe o caminho para sair da crise". (Programa de Transição).