LENINISMO VERSUS ANARQUISMO: EM DEFESA DA DITADURA DO
PROLETARIADO!
Partindo de uma concepção Marxista Leninista de que a teoria
anarquista é um obstáculo ideológico para o avanço da consciência
revolucionária da classe operária e da juventude que reinvindica a ação direta
e a luta anticapitalista, fenômeno que ganhou as ruas com o surgimento dos
"Black Blocs", é necessária uma profunda delimitação programática com
os novos seguidores de Bakunin. Antes mesmo de Lenin, Engels submete a uma
profunda crítica as idéias dos bakuninistas que negam todas as autoridades, e
expõe a teoria marxista sobre a atitude da revolução proletária para com o
Estado. Engels denuncia a natureza anti-científica e contrarrevolucionária da
idéia anarquista de "supressão do Estado", criticando violentamente o
dogmatismo e o espírito sectário dos anarquistas. A vigência das teses de
Engels, passando mais de um século de sua elaboração, foi plenamente confirmada
pelos principais fatos históricos que marcaram o movimento operário mundial,
seja pela via negativa, na Comuna de Paris (1871), ou afirmando positivamente
pela Revolução Russa, em Outubro de 1917. Hoje quando a contrarrevolução
destruiu o primeiro Estado Operário vitorioso do planeta, a URSS, impulsionando
uma poderosa ofensiva ideológica contra o movimento operário, todas as
correntes reformistas, stalinistas, anarquistas e revisionistas, voltam a
empreender uma cruzada contra o caráter 'autoritário' dos verdadeiros
Comunistas Revolucionários, invocando a respeito os princípios 'éticos' da
democracia burguesa. Tanto Engels, assim como Marx, Lênin e Trotsky foram alvos
do justo ódio das correntes oportunistas que sob o mando do "socialismo
democrático" traficam sua política burguesa por entre a classe operária.
Para estes, está reservado, como afirmou Trotsky 'a lata de lixo da história'.
Os que acreditam que é possível coabitarem o socialismo e a democracia burguesa
no mesmo período histórico terão de renunciar primeiro ao Marxismo, que provou
cientificamente que estes dois elementos são historicamente incompatíveis. É a
mesma coisa que acreditar que o homo sapiens e o Tiranossauro conviveram na
mesma época.
Portanto, é coerente afirmar que a pobreza ideológica das
jovens gerações de lutadores sociais que hoje reivindicam atitudes ludistas,
teorias socialistas utópicas e anarquistas, fenômenos políticos que
correspondem à fase infantil do movimento operário, quando este mal começava a
construir seus primeiros sindicatos, ainda não estava organizado em fortes
partidos políticos nem possuía um programa científico para a luta de classes, é
produto do rebaixamento do nível ideológico e do retrocesso no pensamento
político após a destruição e restauração capitalista na URSS e nos Estados
Operários do Leste Europeu, que mesmo burocratizados pela camarilha stalinista
e adotando a política contrarrevolucionária de "socialismo em um só
país" e de coexistência pacífica com o imperialismo, representavam,
internacionalmente, um avanço na consciência de classe do proletariado e um
contra-ponto ao poderio político-ideológico do Estado burguês. Não podemos
confundir a correta defesa operária das conquistas sociais e históricas da
revolução soviética com o apoio à política criminosa da burocracia stalinista -
não podemos deixar de mencionar também o fato da ausência de um Partido
Operário Mundial da Revolução (IVInternacional), que tenha como objetivo
destruir de forma revolucionária o regime capitalista e o imperialismo, e não
reformá-los para uma "economia sustentável" como defende o PSOL e
seus afins.
Apesar da justeza das críticas anarquistas ao vergonhoso
apego dos partidos reformistas as benesses materiais do Estado capitalista e ao
asqueroso cretinismo parlamentar da Frente Popular e seus apêndices menores , é
bom ressaltar que os Marxistas Revolucionários não se opõem por princípio a
participar das eleições parlamentares burguesas, esse espaço deve ser utilizado
como tribuna de massas para desenvolver a propaganda revolucionária,
denunciando o próprio parlamento como um balcão de negócios da burguesia, sua
incapacidade histórica e de todas as instituições do Estado burguês em atender
os interesses de classe dos trabalhadores, publicitando a necessidade de
destruir o capitalismo através da violência revolucionária do proletariado e da
edificação do socialismo, sem abandonar um só minuto o seu programa revolucionário.
Os anarquistas, e me refiro aos combatentes anarquistas que não repetem os
crimes de seus pares espanhóis que durante a guerra civil integraram
criminosamente o governo da frente popular que desarmou e reprimiu os
operários, preparando o caminho para a vitória da ditadura franquista, não
conseguiram até hoje nos apontar outro meio para a passagem do capitalismo ao
socialismo que não seja a luta por um Estado Operário transitório baseado no
poder soviético. A história da luta dos trabalhadores pela tomada e conservação
do poder estatal, desde a Comuna de Paris, nos ensinou que esta medida é
necessária enquanto não for suprimida definitivamente a divisão da sociedade em
classes, que obriga o proletariado a exercer sua ditadura enquanto existir o
perigo da restauração capitalista. "Durante o período heróico da revolução
os bolcheviques lutaram ombro a ombro com os anarquistas autenticamente
revolucionários. Muitos passaram para as fileiras do partido. Mais de uma vez,
Lênin discutiu a possibilidade de conceder aos anarquistas determinados
territórios onde, com o consentimento da população local, pudessem realizar a
experiência de abolir o Estado. Porém, a guerra civil, o bloqueio e a fome não
permitiram dar vazão a tais planos... Quais serão, portanto, as "vias e
métodos" que conduzirão, por último, à abolição do estado? A experiência
nos demonstra que esses métodos não serão os dos anarquistas, com
certeza". (Leon Trotsky, extraído do texto "Stalinismo e
Bolchevismo", 29 de agosto de 1937.)
Na medida que estes movimentos políticos
"anarcóides" cultuam a dispersão, a instabilidade, a incapacidade de
atuar de forma disciplinada e organizada, defeitos tipicamente
pequeno-burgueses, preparam também inevitavelmente a desmoralização e derrota
de seus ativistas, favorecendo dessa forma a contra-revolução e o
fortalecimento dos novos social-democratas. Não compreendem que sem atacar a
fonte dos lucros capitalistas, sem expropriar a produção, planificar a economia
e sem organizar a luta frontal pela tomada do poder pelo proletariado através
do partido Revolucionário do tipo Bolchevique, estabelecendo governos operários
capazes de esmagar a contra-revolução, com base na DITADURA DO PROLETARIADO, é
impossível derrotar o capitalismo e construir um outro mundo baseado na planificação
econômica e na apropriação coletiva das riquezas. A luta pela tomada do poder
pela classe operária só é possível através da derrota das direções
revisionistas que hoje abortam ou desviam as lutas para o terreno da
colaboração de classes, construindo um Partido Leninista de vanguarda do
proletariado, armado de um programa revolucionário, centralizado em nível
mundial. Como esclarece o velho dirigente bolchevique, Leon Trotsky: "A
situação política mundial no seu conjunto caracteriza-se, antes de mais nada,
pela crise histórica da direção do proletariado. Os operários avançados,
reunidos no seio da IV Internacional, mostram à sua classe o caminho para sair
da crise". (Programa de Transição).