terça-feira, 28 de agosto de 2018

ABAIXO A OPERAÇÃO "DESMONTE" DA GREVE NACIONAL DOS BANCÁRIOS!
REJEITAR A ESMOLA DA FENABAN, O ACORDO BIENAL E A COBRANÇA DA TAXA NEGOCIAL! CONTRAF-CUT/CTB COM A DIVISÃO DAS ASSEMBLEIAS POR BANCO IMPÕE UM ACORDO REBAIXADO DE 2 ANOS!


Como todo ano eleitoral, a burocracia da Contraf-CUT antecipou seu calendário para desembaraçar-se de suas “obrigações” sindicais, fechar um acordo rebaixado e, depois, focar na campanha eleitoral de seus candidatos da Frente Popular. Esse ano não foi diferente. Depois da Contraf-CUT apresentar uma pauta rebaixada (5% mais inflação), completamente aquém das necessidades e possibilidades da categoria, adotou uma postura estranhamente tolerante com a enrolação de mais de dois meses da Mesa “única” da Fenaban. Aliás, a farsa da mesa “única” da Fenaban que não é única, pois quem manda são os bancos privados e a presença de um representante do BB e da CEF na mesa tem uma função distracionista. Afinal, quando os bancos públicos, que têm maior capacidade de organização e mobilização, não aceitam a proposta da Fenaban, continuam em greve, mas sem qualquer efeito direto na mesa geral da Fenaban; no máximo conseguem um “pirulito” em algum item específico. Não por acaso as negociações especificas por banco (BB, CEF, BNB, BASA) que até então corriam em banho-maria, logo trataram de complementar a da Fenaban com alguns penduricalhos. E o recurso que a burocracia sindical se utiliza para acabar com a mobilização à revelia da base são as assembleias/votações divididas, até fisicamente, e separadas por banco para aprovar o que eles querem. Enfim, dividir para trair e reinar.

A FARSA DO “AUMENTO REAL” COMO CONQUISTA

Essa política de conciliação resultou numa proposta escandalosa da Fenaban de um acordo bienal com reajuste miserável de apenas 5%, mantendo o que já se tem na CCT. Tudo embelezado pelas direções sindicais e vendido à categoria como uma “grande conquista”.  É uma fraude falar em aumento real de 1,1% quando a categoria acumula perdas salariais enormes, desde 1994, e que são condenadas ao esquecimento pela burocracia traidora da CUT/CTB. Ainda mais, devemos considerar que tudo sobe acima da inflação real, cujos índices são totalmente maquiados e manipulados pelo governo para confiscar nossos salários.

Não por acaso, como recompensa pela parceria e cumplicidade com os banqueiros, a burocracia sindical conseguiu acordar a cobrança de uma “taxa negocial” compulsória para toda a categoria (sócios e não-sócios) de até 3%, sem direito a oposição por parte do bancário, a ser distribuída entre as entidades sindicais. Eles aceitam uma esmola dos banqueiros e ainda tem a cara de pau de confiscar o salário minguado do bancário, metendo a mão no seu bolso!

Isso contrasta com a enorme lucratividade dos bancos que é fruto da exploração selvagem dos bancários (arrocho salarial, jornada de trabalho extenuante, imposição de horas extras, péssimas condições de trabalho, metas abusivas, assédio moral, ameaças, chantagens, perseguições e demissões) e da população em geral (filas, tarifas e taxas exorbitantes, venda casada de produtos, mal atendimento, etc.). Só para se ter ideia, em 2017, os cinco maiores bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) lucraram R$ 77,4 bilhões, uma alta de 33,5% em 12 meses e, só no primeiro semestre/2018 alcançaram R$ 42 bilhões.

Já tivemos uma experiência com acordo de 2 anos. Em 2016, após 31 dias de greve, a Contraf-CUT teve a cara de pau de empurrar goela abaixo da categoria um acordo bianual com reajustes miseráveis, e os bancários amargaram as reestruturações nos bancos públicos, tentativas de privatizações, além das demissões massivas no setor privado. Não será diferente para os próximos anos, sendo agravada com as reformas neoliberais para retirar direitos e conquistas dos trabalhadores.

O Movimento de Oposição Bancária (MOB) defende que, em oposição a esta política, é necessário que a base combativa, sob uma política de independência de classes, tome para si a responsabilidade de conduzir pela base os rumos da campanha salarial. É preciso superar estas limitações políticas que tem impedido a organização e centralização nacional das iniciativas de combate. Nesse sentido, devemos defender a real unificação dos bancários, inclusive com outras categorias em luta. Queremos a mesa única dos bancos públicos que deve ser articulada com a dos privados, nenhum acordo bianual com os banqueiros, assembleias conjuntas e unitárias, eleição de comando de base, estabilidade, fim do assédio, isonomia salarial, fim das privatizações e reestruturações, etc. Vamos, portanto, rejeitar nas assembleias o golpe da CONTRAT-CUT/CTB contra a greve nacional!