quarta-feira, 8 de agosto de 2018

MRT LANÇA CANDIDATURAS PELO PSOL MAS TEM “VERGONHA” DE DECLARAR APOIO ELEITORAL A BOULOS


O MRT (ex-LER) acaba de anunciar o lançamento de candidaturas a deputados pelo PSOL. No artigo do Esquerda Diário (07.08) não há entretanto uma linha sequer declarando apoio eleitoral a candidatura presidencial de Guilherme Boulos. Esse agrupamento oportunista, “chutado” várias vezes pela direção do PSOL (não permitiu que o MRT integrasse o partido como corrente interna) está com vergonha de expressar uma posição política de apoio eleitoral a Boulos. Lembremos que o MRT acusa o dirigente do MTST de ter levado o PSOL a aderir publicamente a um programa frente populista e de colaboração de classes ao assinar um manifesto conjunto com o PT, PCdoB, PDT e PSB meses atrás. Não há dúvidas que a candidatura de Boulos é um “puxadinho do PT”. Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL, acaba de declarar que “A esquerda e a centro esquerda terão três candidaturas relevantes: Lula (possivelmente substituído por Fernando Haddad), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL/PCB). São candidatos que expressam programas e avaliações da conjuntura distintas, mas que têm em comum o enfrentamento às medidas implementadas pelo governo golpista de Michel Temer” (06.08). Fica claro que o PSOL defende o mesmo programa neodesenvolvimentista de Lula e Ciro, inclusive via o Amapá colocou o pé na “grande família” das alianças burguesas, coligando-se formalmente com o PV e o PMN. Vale ressaltar que o PV acaba de indicar Eduardo Jorge como vice na chapa presidencial de Marina Silva. O PMN, que em 2014 apoiou Aécio Neves para presidente, agora vai lotear seu apoio aos diversos candidatos da direita nacional. Essa escandalosa política do PSOL não impediu que os militantes do MRT agora lançassem candidaturas pelo PSOL, que vão servir unicamente para ajudar Ivan Valente a se reeleger deputado federal, superando o coeficiente eleitoral elevado em São Paulo. O mesmo ocorre na esfera estadual. O MRT está no PSOL na condição de “filiação democrática”, pelo acordo vai fazer campanha para o partido nos municípios em que este lhe cedeu legenda. Raposas políticas como Ivan Valente e Marcelo Freixo aceitaram é claro ceder a legenda do partido ao MRT e a todo e qualquer grupo que esteja disposto a engrossar seus coeficientes eleitorais. Os votos captados pelo MRT vão engordar as principais candidaturas a deputados do PSOL em São Paulo, todas ligadas à sua direção nacional social-democrata. A filial do PTS no Brasil é mais um agrupamento a ceder as fortes pressões do chamado “caudal democrático”, seguindo a mesma trilha do seu partido-mãe fascinado com a eleição de deputados nacionais e provinciais no bojo da Frente de Esquerda (FIT). Apesar do discurso da ação direta das massas e da “proximidade da revolução” o que realmente vislumbram é a possibilidade de ocupar postos parlamentares em coligações políticas com partidos da ordem capitalista ou ganhar um “passaporte” para ingressar no PSOL. Trata-se de um completo oportunismo, uma trajetória recorrente do MRT que vive de “zigs-zags” políticos, como em 2016 que passou da defesa do “Fora Todos” junto com o PSTU para embriagados combatentes do “Golpe de Estado” ao lado do PT. Agora esses camaleões políticos por enquanto não anunciaram o voto em Boulos mas podem vir a fazê-lo em breve apesar da candidatura presidencial do PSOL ser um “puxadinho do PT” com um programa neodesenvolvimentista aos moldes da plataforma de Lula e Ciro. Não nos surpreenderia, vindo de um agrupamento que sempre adota as posições mais direitistas tentando dar um “verniz de esquerda” às suas capitulações. O fato é que sua “vergonha” em declarar apoio a Boulos tem uma razão evidente: o MRT não tem nenhuma coerência programática, em seu oportunismo vulgar vai de um vértice a outro, mas sempre se afasta das posições do genuíno Trotskismo para se adaptar a Frente Popular e a Socialdemocracia.