COMO PROGNOSTICOU A LBI EM 2014: ALCKMIN FOI “UNGIDO” PELA
BURGUESIA PARA COMANDAR A NOVA ETAPA DE RECRUDESCIMENTO DO REGIME E LIQUIDAÇÃO
DAS PARCAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS
Com a aproximação do circo eleitoral da democracia dos
ricos, sendo escolhidos os candidatos a Presidente da República e com a manutenção da
prisão arbitrária de Lula, ficou evidente que a burguesia “ungiu” seu candidato
preferencial para assumir o Planalto a partir de 2019: o tucano Alckmin. O BLOG
da LBI há mais de 4 anos, como fica claro no artigo que reproduzimos
abaixo, já prognosticava esse desenlace político, caracterizando naquele
momento o início do esgotamento do “ciclo de poder” da Frente Popular e a
necessidade do grande capital ter na próxima etapa na gerência de seus negócios
a nível do governo central um homem com experiência na gestão capitalista e
histórico de enfrentamento com o movimento de massas. Alckmin é exatamente essa
“simbiose” na medida que comandou um regime semifascista em São Paulo e irá
embaçar na Presidência da República o recrudescimento do regime político na
nova etapa que se abre, marcada pela perseguição a esquerda, a criminalização
do movimento operário e eliminação das parcas liberdades democráticas em nosso
país. Para os “ingênuos” no campo da “esquerda” que teimam em apresentar
Bolsonaro como o único representante do fascismo no atual espectro da disputa
presidencial, alertamos que o tucano da Opus Dei é de fato o nome escolhido pelo
imperialismo para desatar a ofensiva reacionária contra o movimento de massas,
um homem da inteira confiança do staff burguês e totalmente sob o controle da
Famiglia Marinho (Rede Globo) que tem em suas mãos todos os escândalos
envolvendo o governador tucano em São Paulo. O mais grave é que em um possível
(apesar de improvável) segundo turno entre Alckmin e Bolsonaro, setores da
“esquerda” já indicam que vão “liberar” seus eleitores para em nome de derrotar
o “perigo fascista” representado por Bolsonaro votarem em Alckmin, quando na
verdade o homem que solidamente expressa as tendências nazis em nosso país e tem
a confiança da Casa Branca é justamente o tucano fascistoide. Reafirmamos que o
combate aos bandos fascistas e seus agentes políticos (Alckmin e Bolsonaro) se
faz através da luta direta e revolucionária do proletariado e não alimentando
ilusões na disputa do circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos.
SÃO PAULO SOB A ÉGIDE DE UM REGIME SEMIFASCISTA: PRENÚNCIO
DO QUE A BURGUESIA PROJETA COM ALCKMIN NO PLANALTO EM 2018!
(BLOG DA LBI, ARTIGO HISTÓRICO, 30 DE JUNHO DE 2014)
Tortura, prisão ilegal, perseguição política... Todos os
ingredientes de um regime semifascista estão plenamente vigentes em São Paulo,
estado governado pelo tucano Geraldo Alckmin, membro da arqui-reacionária Opus
Dei e um dos principais políticos burgueses que vem ganhando espaço como modelo
de “mão dura” contra o movimento de massas. A prisão absolutamente arbitrária
do ativista e servidor da USP, Fábio Hideki Harano, no último dia 23 durante
manifestação contra a Copa precedida da tortura pela PM do estudante Murilo
Magalhães, militante do PSTU no ato em solidariedade a greve dos Metroviários,
demonstra que estamos vivendo um claro processo de recrudescimento do regime político
em São Paulo que atenta diretamente contra as mais elementares liberdades
democráticas dos trabalhadores. Esse quadro não ocorre por acaso. O
descontentamento social expresso através das “Jornadas de Junho” em 2013 a
partir das manifestações convocadas pelo MPL contra o aumento da tarifa de
ônibus colocou em pauta a ação direta contra os ataques da burguesia as
condições de vida dos explorados depois de anos de “calmaria” social. Neste período de relativa estabilidade, a
“democracia” burguesa manteve seu predomínio já que o movimento de massas não
saiu à luta. Agora em 2014, quando se esboçou o início de um ascenso grevista
de importantes categorias (muitas vezes por fora do controle de suas direções
sindicais tradicionais), a burguesia acendeu a “luz vermelha” para derrotar
exemplarmente as mais radicalizadas expressões de luta da classe. A demissão de
42 metroviários pelo fascistóide tucano demonstrou que esta é a resposta que a
classe dominante espera de seus governos em um período de agudização dos
enfrentamentos de classe. Neste sentido, quando se encerrar o ciclo de poder da
frente popular com a reeleição da “gerentona petista” agora em 2014, um governo
burguês de corte bem mais reacionário, comandado por Alckmin, deve ascender
como alternativa da direita para romper o pacto social implícito mantido pelo
PT, sendo o atual quadro paulista o prenúncio do que a burguesia projeta com
Alckmin no Planalto em 2018!
O que permitiu a burguesia passar a ofensiva nos últimos
meses foram justamente as seguidas derrotas impostas ao movimento operário e
popular em São Paulo e no próprio âmbito nacional. Já em 2012, Alckmin lançou
uma brutal ofensiva repressiva contra a ocupação urbana no Pinheirinho. A PM
sob o comando do tucanato derrotou um símbolo histórico da resistência popular
no estado. Logo após, em 2013, houve a desocupação da Reitoria da USP pela
polícia sob a acusação que os estudantes e seus apoiadores eram terroristas e
vândalos, política que foi ampliada da repressão aos Black Bloc durante as Jornadas
de Junho. De lá para cá, Alckmin vem aprofundando a perseguição aos movimentos
sociais, política que é extremamente facilitada pela orientação de completa
paralisia imposta pela CUT, UNE e as demais centrais “chapa branca”. No âmbito
do governo da capital paulista, o PT leva a cabo uma gestão burguesa que é
completamente submissão a política de repressão do PSDB. O fato de ambos
criminalizarem o movimento “Não Vai ter Copa” e buscarem derrotar pela força a
greve dos rodoviários e depois dos metroviários mostra bem que a frente popular
pavimenta o caminho para o fascismo. Quando o ciclo econômico de crédito fácil
patrocinado pelo PT se esgotar e a crise econômica se aprofundar com a
recessão, esse modelo implementado em São Paulo vai ser ampliado a nível
nacional como opção preferencial da burguesia.
A perspectiva que apontamos se torna ainda mais evidente na
medida em que o próprio PT vai fazer uma gestão bem mais à direita no segundo
mandato de Dilma, completamente refém das oligarquias regionais e dos ditames
do imperialismo ianque. O esgotamento do modelo econômico patrocinado pelo PT
vai gerar um quadro de ataque as mais elementares conquistas sociais. Se a
classe operária não conseguir resistir a estas investidas (o que exigiria
superar as próprias direções políticas e sindicais controladas pelo PT e
PCdoB), a tendência é que os setores mais reacionários da burguesia sintam-se
mais a vontade para derrotar a frente popular se apoiando em uma classe média
extremamente hostil ao povo pobre e até mesmo as “políticas sociais” do governo
petista. A tendência fascistizante que vem crescendo no país é a base desse
novo eixo de poder conservador. Não se trata de escolher o “mal menor” entre as
opções burgueas (PT versus PSDB) mas de se preparar como uma saída política
classista e revolucionária para uma transição onde os ataques ao movimento de
massas tendem a se aprofundar.
Desgraçadamente, a “Frente de Esquerda” sabotou o ascenso
grevista e o próprio movimento “Não vai ter Copa” para apostar todas suas
fichas nas eleições burguesas, com o PSOL, PSTU e PCB, apesar de divididos nas
chapas nacionais, celebrando coligações nos estados que demonstram a completa
subordinação das lutas ao calendário ditado pela democracia dos ricos. Houve um
cerco a reação direta dos explorados e esta verdadeira traição joga mais água
no moinho da reação burguesa. O recente exemplo da sabotagem da greve dos
professores no RJ em um amplo acordo entre a Frente de Esquerda e a Frente
Popular é o melhor exemplo desta política desastrosa.
Fazer intensa campanha pela liberdade de Fábio Hideki Harano
e a denúncia dos ataques as mais elementares liberdades democráticas dos
explorados é um passo fundamental para melhor enfrentar com uma política
revolucionária os anos difíceis que teremos pela frente. Desde a LBI somos
contrários a qualquer política de criminalização dos Black Blocs, inclusive a
levada a cabo pelos morenistas nas manifestações quando chegam a se aliar com o
PT, PCdoB, CUT e CTB para isolar os “vândalos e mascarados”! Prestamos toda
nossa solidariedade aos lutadores perseguidos pela repressão estatal
independente de que corrente seja! Chamamos as organizações políticas a
romperem com a política de “lavarem as mãos” quando são presos militantes e
ativistas de correntes adversárias! Prestamos nossa solidariedade ativa com
seus militantes, que devem ser defendidos da sanha fascista comandada por
Alckmin por todos os ativistas da vanguarda classista. Este mesmo método de
classe deve ser adotado diante de qualquer organização ou coletivo de
militantes de esquerda perseguidos pelo Estado burguês ou grupos nazifascistas,
sem que esta ação signifique a formação de qualquer bloco ou frente reformista
com estes setores.