Prestes a implodir, o pacto podre celebrado entre a direção
nacional do PT e o sicário Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB (com a
devida chancela do governador de Pernambuco Paulo Câmara), segue a trilha de
intervenções em diretórios regionais "rebelados", tanto do PSB como
também do PT. Para conseguir a "neutralidade" nacional do PSB, na
corrida eleitoral ao Planalto, Lula autorizou a executiva do PT a sacrificar a
candidatura ao governo de Pernambuco da vereadora Marília Arraes (na dianteira
em todas as pesquisas) e receber em troca a "decapitação" do
candidato do PSB ao governo mineiro, Marcio Lacerda (com pouquíssimas chances de
vitória). O grande beneficiado deste "acordão", não seria o próprio
Lula, já que o PSB não integrará a chapa presidencial petista, mas sim os
governadores Câmara (PSB) e Pimentel (PT), que teriam o caminho "limpo"
para buscar uma reeleição mais "tranquila". Registre-se o fato que em
ambos os acordos estaduais existe também o "dedo" do MDB, que integra
a chapa de Câmara em Pernambuco com a candidatura ao senado de Jarbas
Vasconcelos ao lado do petista Humberto Cunha. Em Minas o presidente nacional
do MDB, o escroque senador Jucá, interveio no diretório regional para tentar
forçar seu partido a compor a chapa com o PT, indicando um parceiro seu para a
lista encabeçada por Dilma ao Senado. O anúncio do "pacto", anunciado
pela grande mídia "murdochiana" como uma manobra do PT para esvaziar
a candidatura do oligarca Ciro Gomes que "alugou" o PDT para sua
empreitada eleitoral, sofreu forte resistência pelos flancos de "esquerda
e direita" em ambos campos partidários. No interior do PT, as alas
direitistas que eram simpáticas a um acordo com Ciro, em um provável segundo
turno, reclamaram da "agressividade" contra o neopedetista, nomes de peso
como o jornalista Ricardo Kostcho, chegaram a anunciar que não mais seguiriam o
PT depois deste "espúrio acordão". Ciro Gomes a "raposa"
mais bem preparada da política burguesa na atualidade (vem sofrendo
"rasteiras" pesadas, primeiro a do "Centrão" e agora o
"drible" do PT por dentro de suas pernas), costurou uma coligação
estadual no Ceará a imagem e semelhança da antiga base aliada de sustentação
dos governos petistas...só que não conseguiu reproduzi-la em âmbito nacional,
ficou órfão da "direita e da esquerda" e sua candidatura marcha agora
para a agonia final, a menos que haja uma decidida intervenção das "forças
ocultas do mercado" para reverter seu isolamento. No pântano do PT,
Marília Arraes organiza uma verdadeira revolta contra os caciques lulistas,
conseguiu ganhar por ampla maioria a convenção estadual do partido ocorrida
após o anúncio do pacto com o PSB, e promete levar sua candidatura ao Palácio
das Princesas até as "últimas consequências", leia-se o desgaste
total da vendida burocracia petista junto ao ativismo de esquerda. Na arena
interna do PSB, embora Siqueira e a viúva de Eduardo Campos controlem com mão
de ferro o "cartório partidário", diretórios inteiros declararam
"guerra total" ao Pacto, além de Minas, estados como BSB, SP, RJ e RGS
são completamente avessos a qualquer aproximação com o PT, pretendem seguir
fiéis a nova linha do partido como apêndice auxiliar da velha direita
neoliberal tucana, que organizou o golpe parlamentar contra o governo da Frente
Popular, anteriormente também integrada pelo PSB. Ainda é prematuro para
afirmar se o "pacto da vergonha" vingará ou não, é óbvio que sua
celebração não agradou nem um pouco a famiglia Marinho, que joga no time da
liquidação total do PT. Algumas convenções estaduais partidárias ocorrerão
neste final de semana em paralelo com as nacionais e tudo pode acontecer, ou
permanecer como está...A única certeza é que estamos assistindo
"composições políticas se formando e desfazendo" dentro da dinâmica
de uma mesma lógica: a manutenção do regime burguês vigente! PT, PSB, PSDB,
PMDB, PCdoB, PDT, DEM, PR, PP etc..são parte de uma mesma família e
"trocam figurinhas" no mesmo álbum do Estado capitalista. Fora da
"grande família" restou o PSOL, que comparte do mesmo programa de colaboração
de classes do PT, mas que ainda não acumulou força eleitoral suficiente para
gerenciar uma parcela do Estado, mas é só uma questão de tempo e assim como seu
irmão ideológico, o Syriza grego, quando assumir o "comitê dos
negócios" da burguesia, como se referia o velho Marx para definir o Estado
burguês, sua máscara de "socialismo puritano" cairá definitivamente.