PSTU CEDE SUA LEGENDA PARA GRUPO PRÓ-LAVA JATO E CELEBRA
ALIANÇA SINDICAL COM A DIREITA BOLSONARISTA: MORENISMO RUMO À COMPLETA DESMORALIZAÇÃO
POLÍTICA
A desmoralização política do PSTU caminha a passos largos.
Nos últimos anos foram as frentes únicas com os fascistas e nazistas na
Ucrânia, Líbia, Síria, Nicarágua e Venezuela. A principal seção da LIT também comemorou
no Brasil o impeachment da presidente Dilma (PT) junto com a direita
reacionária. Em meio ao processo eleitoral burguês em curso, importantes
dirigentes do PSTU chegaram a apontar nas redes sociais algo de progressivo no
fascista Bolsonaro, alegando que ele seria um “candidato antisistema” cuja base
política deveria ser “disputada”. Agora a desmoralização política do Morenismo
deu mais um passo, ou melhor, dois. O grupo Transição Socialista (TS) acaba de
anunciar que a direção do PSTU lhe cedeu “legenda democrática”. “Nesta eleição,
a TS apoia criticamente os candidatos do PSTU, único partido de esquerda hoje
no Brasil. O PSTU cedeu democraticamente sua legenda para o companheiro Rafael
Padial representar as ideias da TS nestas eleições.”. Para quem não sabe, TS
(ex-Negação da Negação) é o agrupamento político revisionista que apoia
entusiasticamente a Operação Lava Jato, a caçada fascistoíde do Juiz Moro aos
dirigentes do PT e fez atos conjuntos com os nazistas do MBL para exigir a
prisão de Lula, comemorando em praça pública a ação arbitrária da PF contra o
ex-presidente. Em resumo são os defensores públicos das frentes únicas até com
os fascistas em nome de combater a Socialdemocracia representada pela Frente
Popular. Sobre o pretexto de combater o “lulismo”, PSTU e TS se colocam no
campo da reação burguesa e da escalada fascista que tem como objetivo
estratégico perseguir o conjunto da esquerda, inclusive as correntes
revolucionárias que combatem sem tréguas os governos da Frente Popular. No
mesmo dia em que a TS anunciou o avanço de sua relação política com o PSTU,
começou a circular nas redes sociais a denúncia de que a chapa da CSP-Conlutas
que disputou a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Itabira-MG (Metabase)
era encabeçada por um vereador do PR, André Viana, apoiador público do fascista
Bolsonaro. Dessa forma, fica evidente que o PSTU se tornou um braço auxiliar da
reação burguesa também nos sindicatos. Trata-se de uma orientação política
geral. Sobre o pretexto de combater governos burgueses nacionalistas,
reformistas ou frente populistas, a LIT se embloca no campo político e militar
do imperialismo e da OTAN. Foi assim na Líbia, Síria, Ucrânia e mais
recentemente na Nicarágua e Venezuela. No Brasil negaram-se a denunciar o golpe
parlamentar e acabaram por comemorar o impeachment, quando era tarefa dos
trotskistas combater a direita reacionária sem capitular ao PT e seu governo de
colaboração de classes. Agora, os sindicalistas da Conlutas-PSTU, sob o
pretexto de combater uma chapa da CUT (mas na verdade defendendo seus
interesses de casta sindical parasitária) fizeram uma aliança sindical com um
político burguês fascista, apoiador de Bolsonaro em Minas Gerais. Sabemos que
essa relação podre com a burocracia sindical de direita vem de várias décadas
atrás, desde que José Maria de Almeida elegeu-se e reelegeu-se presidente da
Federação Sindical e Democrática dos Trabalhadores Metalúrgicos de Minas Gerais
(FSDM), um aparato amorfo controlado até hoje pelo PSTU e também filiado a
Conlutas. O que era uma clara degeneração política e material agora avançou
para uma traição de classe, um acontecimento escandaloso que tem provocado a
desmoralização da militância de base do PSTU, que começa a questionar
publicamente essa linha sindical vergonhosa. A nota do PSTU sobre as eleições
do Metabase justificando a aliança com o Bolsonaro de Itabira é uma
insustentável defesa da unidade com o fascismo nos sindicatos. Lá está escrito
que “Fazemos unidade pra luta com todos os trabalhadores, independentemente de
sua localização política ou ideológica”, ou seja, não há problema algum em
celebrar uma aliança sindical com os fascistas, inimigos históricos do
proletariado revolucionário, entregando-lhes inclusive a cabeça da chapa em
nome de combater o reformismo, uma política que rompe com o Trotskismo! Cabe
aos militantes honestos que ainda restam no PSTU romper com esse partido, que
vem sofrendo rachas atrás de rachas (Resistência, GOI, GTR). Pelo caráter
centrista do PSTU essas rupturas no Brasil acabam se adaptando ao lulismo/PSOL
ou enveredam pela via de um Morenismo ainda mais direitista. Como já alertamos
o “giro esquerdista” empírico do PSTU é a outra face, como diria Trotsky, de
sua faceta oportunista de direita, na medida que não está lastreado em um
programa de ruptura com sua linha socialdemocrata anterior (“Frente de
Esquerda”). O PSTU vai se desmoralizando a passos largos e agora será um alvo
ainda mais frágil aos ataques da Resistência-PSOL que já desatou a denunciar o
acordo sindical podre do Metabase, apesar de na mesma disputa o grupo de
Valério Arcary ter ficado a reboque da CUT. O certo é que os Morenistas também
estão corroídos pelo “cupim” da democracia burguesa e seu regime de benesses
sindicais e corporativas, apesar de ainda proclamarem formalmente a vigência do
partido Leninista. Mas a falsa “ortodoxia” oca não pode se sustentar diante de
uma linha tão direitista...Triste ocaso do Morenismo no Brasil.