segunda-feira, 20 de agosto de 2018

PSTU CEDE SUA LEGENDA PARA GRUPO PRÓ-LAVA JATO E CELEBRA ALIANÇA SINDICAL COM A DIREITA BOLSONARISTA: MORENISMO RUMO À COMPLETA DESMORALIZAÇÃO POLÍTICA 


A desmoralização política do PSTU caminha a passos largos. Nos últimos anos foram as frentes únicas com os fascistas e nazistas na Ucrânia, Líbia, Síria, Nicarágua e Venezuela. A principal seção da LIT também comemorou no Brasil o impeachment da presidente Dilma (PT) junto com a direita reacionária. Em meio ao processo eleitoral burguês em curso, importantes dirigentes do PSTU chegaram a apontar nas redes sociais algo de progressivo no fascista Bolsonaro, alegando que ele seria um “candidato antisistema” cuja base política deveria ser “disputada”. Agora a desmoralização política do Morenismo deu mais um passo, ou melhor, dois. O grupo Transição Socialista (TS) acaba de anunciar que a direção do PSTU lhe cedeu “legenda democrática”. “Nesta eleição, a TS apoia criticamente os candidatos do PSTU, único partido de esquerda hoje no Brasil. O PSTU cedeu democraticamente sua legenda para o companheiro Rafael Padial representar as ideias da TS nestas eleições.”. Para quem não sabe, TS (ex-Negação da Negação) é o agrupamento político revisionista que apoia entusiasticamente a Operação Lava Jato, a caçada fascistoíde do Juiz Moro aos dirigentes do PT e fez atos conjuntos com os nazistas do MBL para exigir a prisão de Lula, comemorando em praça pública a ação arbitrária da PF contra o ex-presidente. Em resumo são os defensores públicos das frentes únicas até com os fascistas em nome de combater a Socialdemocracia representada pela Frente Popular. Sobre o pretexto de combater o “lulismo”, PSTU e TS se colocam no campo da reação burguesa e da escalada fascista que tem como objetivo estratégico perseguir o conjunto da esquerda, inclusive as correntes revolucionárias que combatem sem tréguas os governos da Frente Popular. No mesmo dia em que a TS anunciou o avanço de sua relação política com o PSTU, começou a circular nas redes sociais a denúncia de que a chapa da CSP-Conlutas que disputou a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Itabira-MG (Metabase) era encabeçada por um vereador do PR, André Viana, apoiador público do fascista Bolsonaro. Dessa forma, fica evidente que o PSTU se tornou um braço auxiliar da reação burguesa também nos sindicatos. Trata-se de uma orientação política geral. Sobre o pretexto de combater governos burgueses nacionalistas, reformistas ou frente populistas, a LIT se embloca no campo político e militar do imperialismo e da OTAN. Foi assim na Líbia, Síria, Ucrânia e mais recentemente na Nicarágua e Venezuela. No Brasil negaram-se a denunciar o golpe parlamentar e acabaram por comemorar o impeachment, quando era tarefa dos trotskistas combater a direita reacionária sem capitular ao PT e seu governo de colaboração de classes. Agora, os sindicalistas da Conlutas-PSTU, sob o pretexto de combater uma chapa da CUT (mas na verdade defendendo seus interesses de casta sindical parasitária) fizeram uma aliança sindical com um político burguês fascista, apoiador de Bolsonaro em Minas Gerais. Sabemos que essa relação podre com a burocracia sindical de direita vem de várias décadas atrás, desde que José Maria de Almeida elegeu-se e reelegeu-se presidente da Federação Sindical e Democrática dos Trabalhadores Metalúrgicos de Minas Gerais (FSDM), um aparato amorfo controlado até hoje pelo PSTU e também filiado a Conlutas. O que era uma clara degeneração política e material agora avançou para uma traição de classe, um acontecimento escandaloso que tem provocado a desmoralização da militância de base do PSTU, que começa a questionar publicamente essa linha sindical vergonhosa. A nota do PSTU sobre as eleições do Metabase justificando a aliança com o Bolsonaro de Itabira é uma insustentável defesa da unidade com o fascismo nos sindicatos. Lá está escrito que “Fazemos unidade pra luta com todos os trabalhadores, independentemente de sua localização política ou ideológica”, ou seja, não há problema algum em celebrar uma aliança sindical com os fascistas, inimigos históricos do proletariado revolucionário, entregando-lhes inclusive a cabeça da chapa em nome de combater o reformismo, uma política que rompe com o Trotskismo! Cabe aos militantes honestos que ainda restam no PSTU romper com esse partido, que vem sofrendo rachas atrás de rachas (Resistência, GOI, GTR). Pelo caráter centrista do PSTU essas rupturas no Brasil acabam se adaptando ao lulismo/PSOL ou enveredam pela via de um Morenismo ainda mais direitista. Como já alertamos o “giro esquerdista” empírico do PSTU é a outra face, como diria Trotsky, de sua faceta oportunista de direita, na medida que não está lastreado em um programa de ruptura com sua linha socialdemocrata anterior (“Frente de Esquerda”). O PSTU vai se desmoralizando a passos largos e agora será um alvo ainda mais frágil aos ataques da Resistência-PSOL que já desatou a denunciar o acordo sindical podre do Metabase, apesar de na mesma disputa o grupo de Valério Arcary ter ficado a reboque da CUT. O certo é que os Morenistas também estão corroídos pelo “cupim” da democracia burguesa e seu regime de benesses sindicais e corporativas, apesar de ainda proclamarem formalmente a vigência do partido Leninista. Mas a falsa “ortodoxia” oca não pode se sustentar diante de uma linha tão direitista...Triste ocaso do Morenismo no Brasil.