57 ANOS DA CONSTRUÇÃO DO MURO DE BERLIM: UM SÍMBOLO DA
DIVISÃO ENTRE O CAOS DO MERCADO CAPITALISTA E OS ESTADOS OPERÁRIOS
BUROCRATIZADOS...SUA DERRUBADA PELAS FORÇAS DA CONTRARREVOLUÇÃO FOI UM DERROTA
HISTÓRICA PARA OS TRABALHADORES
No dia 13 de agosto de 1961, há exatos 57 anos, teve início a
construção do Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer). Hoje o imperialismo se
regozija desta data histórica para comemorar com toda empáfia e cinismo o
oposto, a restauração capitalista do antigo Estado operário alemão, produto da
queda contrarrevolucionária do Muro. A mídia burguesa "murdochiana"
aproveita para espalhar por todos os cantos do planeta que a Alemanha
“unificada” está agora, sem o muro, mergulhada no paraíso do mercado livre !
Nas palavras da chanceler alemã Angela Merkel: “A queda do muro foi um
acontecimento que mudou a minha vida e a de milhões de outras para melhor” (Der
Spiegel, 03/8). A verdade é, no entanto, outra, completamente oposta. Os
trabalhadores da antiga Alemanha Oriental estão pagando um alto preço social
com o fim do Estado operário: o “sonho” do consumo capitalista em troca do
pleno emprego e de todas garantias sociais, como habitação, saúde e educação
acessíveis a toda população. O "Muro" passou a simbolizar todo o ódio
de classe da reação mundial ao "socialismo real", e desgraçadamente a
esquerda revisionista do Trotskismo (LIT, UIT, PCO) também embarcou nesta "onda"
ideológica afirmando que o Muro de Berlim significava a opressão contra a
classe operária, ignorando que do outro lado do "Muro" se condensava
a verdadeira exploração capitalista sobre o proletariado.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, maio de 1945, Berlim
fora tomada, pela ofensiva do Exército Vermelho, das garras das tropas
nazistas. O exército soviético avançava rumo ao Ocidente, levando a cabo por
onde passava, mais especificamente os países do Leste europeu, a expropriação
das burguesias nacionais. O fato é que mesmo dirigida pela burocracia
stalinista, as expropriações significavam um fenômeno histórico extremamente
progressivo para os interesses da classe operária mundial.
Com o advento da Guerra Fria, o Muro de Berlim passa a
significar militarmente a divisão entre as tropas imperialistas da OTAN e as
forças do Pacto de Varsóvia capitaneadas pelos Estados operários burocratizados
do Leste europeu e a URSS. O que estava em jogo representava muito além de um
conflito militar. Tratava-se da existência de dois modos de produção
diametralmente antagônicos: a economia planificada burocraticamente da URSS e
dos Estados operários deformados e o caos do mercado capitalista e da
propriedade privada dos meios de produção. A queda do Muro de Berlim e a
destruição do Estado operário burocratizado alemão como produto da
contrarrevolução, representaram uma profunda derrota militar, política e
ideológica para o proletariado mundial, exatamente porque a derrubada da
burocracia stalinista foi a "obra do século XX" do imperialismo e não
parte da revolução política dirigida pelo proletariado insurgente.
A derrubada do Muro de Berlim marcou, por sua vez, o fim do
Pacto de Varsóvia (aliança militar de todos os Estados operários), o que levou
a termo a bipolarização política mundial até então existente. O Muro, em outras
palavras, era o contraponto militar ao avanço da OTAN e do Imperialismo europeu
rumo ao Leste. A partir da restauração capitalista da RDA e da URSS, o
imperialismo teve a possibilidade de levar adiante a sua brutal ofensiva
militar sobre toda uma série de países que até então estavam sob a influência soviética,
o que abriu caminho para as covardes agressões da OTAN sobre o Iraque,
Afeganistão, Líbia, Síria...