BALANÇO DA CAMPANHA SALARIAL DOS BANCÁRIOS/2018: BUROCRACIA SINDICAL DA CONTRAF - CUT/CTB DIVIDE AS ASSEMBLEIAS POR BANCO PARA SABOTAR A GREVE NACIONAL E
IMPOR ACORDO REBAIXADO DE 2 ANOS EM TROCA DE UM NOVO “IMPOSTO SINDICAL”!
A pelegada da Contraf-CUT/CTB com o auxílio da
Intersindical, mais uma vez, inova no seu cardápio de traições. Dessa vez, os
guardiões dos interesses dos banqueiros deixaram de lado a demagogia sobre a
unidade e manobraram para dividir as assembleias e votações por banco
(privados, BB, Caixa, BNB), impedindo a deflagração da greve nacional dos
bancários e, consequentemente, aprovar um acordo de dois anos ultra-rebaixado
que prevê basicamente a manutenção das cláusulas já existentes da CCT e um
reajuste de 5% (INPC de 3,78% + 1,18%) que é etiquetado como uma grande
“conquista”! No entanto, a grande conquista mesmo foi da burocracia sindical
que golpeou a greve em troca de um
acordo vergonhoso que prevê a cláusula que resultou nessa traição: a taxa negocial
que é um desconto anual compulsório de 3% nos salários de todos os bancários,
sindicalizados ou não, que não terão direito a se oporem ao pagamento. E assim
a quadrilha sindical da CUT/CTB, muito bem recompensada pelos banqueiros,
confisca o bolso da categoria duas vezes: acordo rebaixado e contribuição
obrigatória que substituirá a receita milionária, perdida com o fim do imposto
sindical.
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DELEGAÇÃO DO MOB CHEGANDO NA ASSEMBLÉIA PARA DEFENDER A GREVE GERAL DE UNIDADE
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Para justificar tamanha traição, essa máfia sindical
amedrontou e chantageou a categoria com a vigência da nova reforma trabalhista
que retira direitos como o fim da ultratividade que, no caso bancários, expira
em 31.08. Também antecipou o calendário da campanha para se livrar de suas
obrigações sindicais e abraçar a campanha eleitoral de seus candidatos; afastou
qualquer interferência real da base nos rumos da campanha, transferindo tais
decisões para os fóruns viciados das entidades que tem adotado a mesma
estratégia da farsa da mesa única da Fenaban, cuja representação do BB e da CEF
é meramente formal, para legitimar o engodo, pois atuam como papagaios de
pirata dos bancos privados; e, por fim, longe da vigilância e controle da base,
realizou manifestações midiáticas e artificiais para cumprir calendário, sequer
ao longo da enrolações das negociações aprovou estado nem indicativo de greve. Enfim, a
operação-desmonte da greve foi muito bem calculada e teve seu início quando da
própria preparação da campanha salarial. Afinal, defender uma pauta rebaixada
como o índice de reajuste de 5% mais inflação já foi um presente para os
banqueiros que lucraram, às custas da exploração do bancário e da população, R$
42 bilhões só no primeiro semestre. Todos os recursos e manobras foram
utilizados para quebrar as tendências de luta e resistência dos bancários,
embora em alguns sindicatos como o de Brasília, RN, MA, Bauru, Pará e
Florianópolis (rejeitaram só no BB), Goiás (rejeitou só na CEF) tenham
rejeitado a acordo. São sindicatos que agrupam e influenciam a maioria das
oposições bancárias do país que encontram-se completamente fragilizadas e sem
unidade interna pois atuam como uma federação diplomática de oposições e
agrupamentos com diferentes ritmos de descolamento político da burocracia de
direita da CUT e reféns de uma política economicista e corporativista.
Nesse sentido, a responsabilidade política pela derrota de
nossa greve deve ser creditada não só a CUT e a CTB, mas também à burocracia de
esquerda como a Intersindical, beneficiando-se do aparato burocrático nas
entidades com liberações e benesses, e adotando uma posição servil com a
política de colaboração de classes da burocracia de direita. Aprovaram o a
farsa da mesa “única” da Fenaban como também, concordaram com a divisão das
assembleias e nem se opuseram nas assembleias a aprovação da proposta pífia da
Fenaban. Na atual conjuntura de ofensiva reacionária e de retirada de direitos,
o momento exige um rigoroso balanço dessa situação capaz de abstrair as lições
necessárias para centralizar e unificar o combate de classe dos trabalhadores
em confronto direto com suas direções conciliadoras como a CUT-CTB foram cooptados política e materialmente pelo
Estado capitalista.
A ausência de uma política de independência de classes
permite que a burocracia tenha fôlego para manobrar, enrolar e golpear nossas
mobilizações. O Movimento de Oposição Bancário (MOB), que interveio ativamente nas assembleias deste dia 29 de agosto, chama a
vanguarda classista e combatida que experimentou a traição das diversas
lideranças frente populistas, a construírem um pólo alternativo de direção
revolucionária que tenha como eixo o combate de classe ao governo golpista de
Temer e suas reformas neoliberais, sem qualquer ilusão no circo eleitoral da
democracia dos ricos. Como o MOB não é uma oposição domesticada nem consentida
pela burocracia, defende um programa operário e classista, capaz de orientar
politicamente os próximos e duros combates na categoria como impedir as
terceirizações, as demissões e as privatizações. Não há nenhum atalho
organizativo para essa tarefa.