quinta-feira, 30 de agosto de 2018

BALANÇO DA CAMPANHA SALARIAL DOS BANCÁRIOS/2018: BUROCRACIA SINDICAL DA CONTRAF - CUT/CTB DIVIDE AS ASSEMBLEIAS POR BANCO PARA SABOTAR A GREVE NACIONAL E IMPOR ACORDO REBAIXADO DE  2 ANOS EM TROCA DE UM  NOVO  “IMPOSTO SINDICAL”!


A pelegada da Contraf-CUT/CTB com o auxílio da Intersindical, mais uma vez, inova no seu cardápio de traições. Dessa vez, os guardiões dos interesses dos banqueiros deixaram de lado a demagogia sobre a unidade e manobraram para dividir as assembleias e votações por banco (privados, BB, Caixa, BNB), impedindo a deflagração da greve nacional dos bancários e, consequentemente, aprovar um acordo de dois anos ultra-rebaixado que prevê basicamente a manutenção das cláusulas já existentes da CCT e um reajuste de 5% (INPC de 3,78% + 1,18%) que é etiquetado como uma grande “conquista”! No entanto, a grande conquista mesmo foi da burocracia sindical que golpeou a greve em troca de um acordo vergonhoso que prevê a cláusula que resultou nessa traição: a taxa negocial que é um desconto anual compulsório de 3% nos salários de todos os bancários, sindicalizados ou não, que não terão direito a se oporem ao pagamento. E assim a quadrilha sindical da CUT/CTB, muito bem recompensada pelos banqueiros, confisca o bolso da categoria duas vezes: acordo rebaixado e contribuição obrigatória que substituirá a receita milionária, perdida com o fim do imposto sindical.

DELEGAÇÃO DO MOB CHEGANDO NA ASSEMBLÉIA PARA DEFENDER A GREVE GERAL DE UNIDADE 
Para justificar tamanha traição, essa máfia sindical amedrontou e chantageou a categoria com a vigência da nova reforma trabalhista que retira direitos como o fim da ultratividade que, no caso bancários, expira em 31.08. Também antecipou o calendário da campanha para se livrar de suas obrigações sindicais e abraçar a campanha eleitoral de seus candidatos; afastou qualquer interferência real da base nos rumos da campanha, transferindo tais decisões para os fóruns viciados das entidades que tem adotado a mesma estratégia da farsa da mesa única da Fenaban, cuja representação do BB e da CEF é meramente formal, para legitimar o engodo, pois atuam como papagaios de pirata dos bancos privados; e, por fim, longe da vigilância e controle da base, realizou manifestações midiáticas e artificiais para cumprir calendário, sequer ao longo da enrolações das negociações aprovou estado nem  indicativo de greve. Enfim, a operação-desmonte da greve foi muito bem calculada e teve seu início quando da própria preparação da campanha salarial. Afinal, defender uma pauta rebaixada como o índice de reajuste de 5% mais inflação já foi um presente para os banqueiros que lucraram, às custas da exploração do bancário e da população, R$ 42 bilhões só no primeiro semestre. Todos os recursos e manobras foram utilizados para quebrar as tendências de luta e resistência dos bancários, embora em alguns sindicatos como o de Brasília, RN, MA, Bauru, Pará e Florianópolis (rejeitaram só no BB), Goiás (rejeitou só na CEF) tenham rejeitado a acordo. São sindicatos que agrupam e influenciam a maioria das oposições bancárias do país que encontram-se completamente fragilizadas e sem unidade interna pois atuam como uma federação diplomática de oposições e agrupamentos com diferentes ritmos de descolamento político da burocracia de direita da CUT e reféns de uma política economicista e corporativista.


Nesse sentido, a responsabilidade política pela derrota de nossa greve deve ser creditada não só a CUT e a CTB, mas também à burocracia de esquerda como a Intersindical, beneficiando-se do aparato burocrático nas entidades com liberações e benesses, e adotando uma posição servil com a política de colaboração de classes da burocracia de direita. Aprovaram o a farsa da mesa “única” da Fenaban como também, concordaram com a divisão das assembleias e nem se opuseram nas assembleias a aprovação da proposta pífia da Fenaban. Na atual conjuntura de ofensiva reacionária e de retirada de direitos, o momento exige um rigoroso balanço dessa situação capaz de abstrair as lições necessárias para centralizar e unificar o combate de classe dos trabalhadores em confronto direto com suas direções conciliadoras como a CUT-CTB  foram cooptados política e materialmente pelo Estado capitalista.

A ausência de uma política de independência de classes permite que a burocracia tenha fôlego para manobrar, enrolar e golpear nossas mobilizações. O Movimento de Oposição Bancário (MOB), que interveio ativamente nas assembleias deste dia 29 de agosto, chama a vanguarda classista e combatida que experimentou a traição das diversas lideranças frente populistas, a construírem um pólo alternativo de direção revolucionária que tenha como eixo o combate de classe ao governo golpista de Temer e suas reformas neoliberais, sem qualquer ilusão no circo eleitoral da democracia dos ricos. Como o MOB não é uma oposição domesticada nem consentida pela burocracia, defende um programa operário e classista, capaz de orientar politicamente os próximos e duros combates na categoria como impedir as terceirizações, as demissões e as privatizações. Não há nenhum atalho organizativo para essa tarefa.