sexta-feira, 29 de novembro de 2013


TPOR ao lado do reacionário Joaquim Barbosa para defender a pena de morte para Genoino Neto

“Finalmente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) expediu o mandato de prisão contra José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares do PT ”. Esta citação bem que poderia ter sido extraída do editorial do fascistizante “Estadão” ou do pastelão da famiglia Marinho, da “Folha de S.Paulo” ou da revista “Veja”, expoentes máximos do PIG, porém, desgraçadamente são palavras proferidas por uma ala da esquerda revisionista do Trotsquismo, a Tendência POR, que em seu site sob o sugestivo título “Joaquim Barbosa manda ex-dirigentes do PT para a cadeia” (24/11). Tanto “entusiasmo” dos poristas (não cofundir com puristas) defende que a prisão dos chamados “mensaleiros” apresenta aspectos positivos, não importando se é produto de uma farsa política montada pela burguesia voltada para atingir o movimento operário e os partidos de esquerda, no futuro próximo por parte deste regime da democracia dos ricos. O artigo do POR, que nas entrelinhas justifica as prisões, vai mais longe e tem como eixo a exigência de que Genoino Neto, mesmo sofrendo com as precárias condições de sua saúde (quase morreu em julho e foi operado do coração), arque com as consequências de seus atos de corrupção: “... de nossa parte, entendemos que não se deve implorar para os carrascos piedade. É um preso político. Não deve pedir humanidade para aqueles que estão em posição de ataque à sua vida passada e presente. Se se quer de fato provar sua inocência tem de se aguentar com a saúde debilitada” (idem). De acordo com esta ótica criminosa a seita lorista deixa claro que Genoino “tem que aguentar” nas imundas masmorras da Papuda até morrer porque “se acha decomposto pela política burguesa que abraçou” (idem), não merecendo sequer o direito à prisão domiciliar... O amálgama cínico do POR desconsidera que o processo “jurídico” conduzido por Joaquim Barbosa desde a armação do dito “domínio dos fatos” (acusação sem provas) até a manipulação dos boletins médicos de Genoino faz parte do circo midiático forjado pela democracia dos ricos e seus agentes do PIG e, portanto, não há nada de “progressivo” ou “positivo” nas arbitrariedades do chefe do supremo. Ao contrário, remete-nos aos tempos da ditadura militar no Brasil quando o Estado repressivo falsificava laudos médicos, substituía a seu bel-prazer “autoridades” que não se adequassem à sua política de terror de Estado contra ativistas de esquerda ou os que lutavam apenas por democracia. Fatos semelhantes estão nitidamente presente na farsa do “Mensalão” e provam a completa adaptação dos revisionistas do Trotskismo a ofensiva reacionária em curso! O mais cínico da posição do POR é que mesmo considerando Genoino um preso político, não defende a sua liberdade e se opõe que este reivindique os direitos democráticos da cidadania burguesa,  mas quando Guillermo Lora foi perseguido no último estado de sítio na  Bolívia em condições extremamente desumanas, chegaram a defender a deflagração de greve de fome para “implorar aos seus carrascos” a liberdade do dirigente do POR boliviano, alegando justamente sua frágil saúde e sua idade avançada...
Neste 29 de novembro, em homenagem ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, republicamos o artigo histórico da LBI lançado no Jornal Luta Operária de novembro de 1995



A Questão Palestina à Queima Roupa!

Os "Acordos de Paz", celebrados entre a OLP e o Estado de Israel na capital norte-americana em 1993, e ratificados este ano com a "devolução" de algumas cidades ocupadas pelo exército israelense na faixa de Gaza e na Cisjordânia, longe de colocarem um fim aos graves conflitos que assolam esta região, como tenta passar o imperialismo e suas agências de propaganda, apenas reacenderam com mais força ainda, as profundas tensões que cercam a luta heróica do povo palestino contra o enclave sionista de Israel.

O ASSASSINATO DE RABIN

Os assassinatos do líder máximo do Jihad, Fathi Chqaqi e o premier Yitzhak Rabin, neste momento, são a demonstração prática que a resolução da "questão palestina" passa bem longe da farsa montada pelo imperialismo ianque, com o aval da direção da OLP, para montar um fantoche sob o controle de Israel chamado ironicamente de "autoridade nacional palestina".

Rabin, que há poucos dias tinha organizado o atentado terrorista que resultou na morte do dirigente do Jihad, organização islâmica que se opõe aos acordos de paz, foi assassinado quando saía de um comício do partido trabalhista que governa Israel desde 92. O ato público convocado com o lema em defesa do "processo de paz", na verdade era um comício eleitoral em função do enorme crescimento da direita israelense - o Likud, principal força da oposição - que exigia a antecipação das eleições parlamentares previstas para o próximo ano. O líder do Likud, Bynyamin Netanyahu, iria apresentar nesta semana ao Knesset (parlamento) uma "moção de desconfiança", caso fosse aprovada, seriam antecipadas as eleições gerais, com fortes chances de uma retumbante derrota trabalhista.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013


Apreensão de cocaína no helicóptero da quadrilha Perrella: Onde estão os verdadeiros traficantes deste país, nas favelas ou no parlamento burguês?

500 kg de cocaína foram apreendidos pela Polícia Federal dentro do helicóptero da Limeira Empresa de Pesquisa Agropecuária pertencente ao deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), irmãos e a seu pai, o atual senador Zezé Perrella (PDT-MG), que assumiu a vaga por ser suplente de Itamar Franco (PPS), morto em 2011. A meia tonelada de pasta base de cocaína equivale a 10 milhões de reais e possui entre 92% e 96% de pureza. A droga estava em formato de tabletes, dentro de caixas, que encheram quatro picapes Hilux da polícia. Cinicamente, a quadrilha Perrela acusou o piloto da aeronave de usar o helicóptero “sem autorização” e deu entrada de queixa por apropriação indébita do aparelho. Nada mais falso! O piloto Rogério Almeida Antunes estava fazendo transporte de carregamento de cocaína a mando da dupla de políticos burgueses, tanto que ligou para os mesmos no curso da viagem e inclusive abasteceu o helicóptero com verbas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (gastos foram de R$ 14 mil entre janeiro e outubro)! Nada mais “natural”, já que ele era homem de confiança de “Gustavinho”, estava lotado como cargo comissionado na Assembleia Legislativa de MG (agente de serviço de gabinete) e era funcionário da Limeira Agropecuária! O piloto teria sido apresentado a Gustavo e Zezé pelo ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB), conhecido no meio da “high society” como um inveterado consumidor de cocaína. Gustavo e Aécio têm larga amizade e aparecem em várias fotos juntos nas “colunas sociais” ao lado de Zezé, que foi presidente do Cruzeiro Futebol Clube. Em resumo, a cocaína apreendida no helicóptero da quadrilha Perrella (de alto teor de pureza) era para saciar o vício da decadente burguesia e sua elite política, a mesma que diariamente manda a PM aos morros, favelas e bairros das periferias para supostamente perseguir os “traficantes” e reprimir o conjunto da população pobre destas comunidades quando, na verdade, os maltrapilhos traficantes expostos a exaustão na mídia não passam de meros elos da cadeia de distribuição controlada pelos barões do tráfico de drogas, gente como os Parrella, Aécio e Sérgio Cabral.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013


BC eleva novamente os juros enquanto o país terá o primeiro déficit na balança comercial da “década petista”

O COPOM elevou pela sexta vez consecutiva a taxa básica de juros, passando dos atuais 9,5% para 10% ao ano. O Brasil mantém, com esta política neoliberal de beneficiar os rentistas do mercado financeiro, o desonroso título de campeão mundial da taxa de juros. Estima-se que os credores da dívida pública embolsem cerca de R$ 12 bilhões ao ano a cada 1% de aumento da Selic, que ainda no mês de abril estava em 7,5%. Opera-se através da atual política monetária do governo Dilma uma brutal transferência de recursos estatais para os parasitas da banca nacional que intermediam o fluxo de capitais internacionais que transitam no país. Na “contrapartida” desta medida neomonetarista da gerência petista pode verificar-se o retrocesso da atividade econômica industrial e a redução do consumo popular. No campo dos investimentos em projetos estruturantes, a equipe econômica palaciana responde com novos cortes nos gastos orçamentários justificados pela necessidade de “economizar” dinheiro para bancar os serviços da chamada dívida interna (juros e amortizações), cujo peso cresce enormemente com a alta da Selic. O “farto” pagamento dos juros, que já consome cerca de 50% do Orçamento da União, somada as verbas destinadas aos credores “vampiros” é a mesma que se mostra absolutamente insuficiente para a saúde pública, na educação, na Previdência Social, no transporte de massas e na habitação popular. Para um governo que prefere ser reconhecido na intelectualidade como “neodesenvolvimentista” aplicar a velha cartilha econômica do FMI, recessiva e dependente até a medula, representa uma contradição que só poderá ser resolvida com a ação independente do proletariado para desmascarar o engodo político da Frente Popular. De janeiro de 2011 a setembro de 2013, a gerência central (governo federal incluindo o Banco Central) passou R$ 462,948 bilhões aos bancos como juros. Se somarmos todo o setor público (governo central, governos estaduais, municipais e as estatais dos três níveis) essa magnitude vai para R$ 627,742 bilhões desperdiçados – na maior parte - em juros, com o governo aceitando elevadas taxas, para o conjunto de seus “papéis” (títulos da dívida), inclusive bem acima da taxa básica (em 2011: 19,1% ao ano; em 2012: 15,6% a.a.; em 2013, 14,1% a.a.). Essas taxas são apenas uma média de vários títulos ao longo do ano, na verdade, em setembro último, a taxa acumulada em 12 meses estava em 18,7% ao ano. Dilma está mesmo decidida a “roubar” a bandeira dos juros altos defendida pela dupla Marina&Eduardo, conquistando assim a simpatia dos barões de Wall Street e de seus parceiros “murdochianos” tupiniquins.

terça-feira, 26 de novembro de 2013


Honduras: Do golpe “constitucional” de 2009 ao atual golpe “eleitoral” patrocinado pelo imperialismo ianque contra a centro-esquerda burguesa!

As feridas do golpe “constitucional” cívico-militar contra o presidente Manuel Zelaya, deposto em junho de 2009 pouco antes da realização de um referendo para a mudança na Constituição do país que entre outros temas abordaria a possibilidade da reeleição presidencial, estão mais abertas do que nunca em Honduras. Os resultados oficiais das eleições presidenciais ocorridas neste domingo, 24 de novembro, são expressão de uma grotesca fraude eleitoral para impedir que sua esposa, Xiomara Castro, candidata pelo Partido Libre (Liberdade e Refundação) seja proclamada presidente. A mafiosa cúpula do TSE claramente manipulou os resultados da apuração declarando-o “irreversível” para permitir que o candidato governista Juan Orlando Hernández, do PN (Partido Nacional) se declarasse antecipadamente eleito, tentando assim impor um fato consumado. Até agora, pouco mais de 60% das urnas apuradas, Hernández estava à frente com 34,14% dos votos seguido por Xiomara com 28,43%. Poucos minutos após o primeiro boletim do TSE, o candidato direitista se declarou ganhador. Sua vitória foi reconhecida imediatamente pelos presidentes do Panamá, Ricardo Martinelli, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, dois homens que representam abertamente as posições da Casa Branca na América Latina. Já a embaixadora dos Estados Unidos, Lisa Kubiske, cinicamente disse ter visto “um processo transparente” em um claro apoio a fraude em curso. De acordo com a denúncia apresentada pelo ex-presidente Manuel Zelaya, o TSE não havia computado entre 19 e 20% das urnas por supostas anormalidades e inconsistências, justamente um total de quase 400 mil votos com o objetivo de alterar os resultados. Zelaya declarou que “Proclamo que não aceitamos os resultados do Tribunal Supremo Eleitoral. Se for necessário, iremos às ruas defender nossos direitos, como sempre fizemos. Protestamos contra esse resultado e o rechaçamos, porque nossas pesquisas de boca de urna e nossa contagem de atas confirmam que Xiomara ganhou a Presidência da República com mais de 3%”. Este cenário, que vem se tornando regra em toda a América Latina demonstra claramente uma ofensiva da direita, apoiada pelo imperialismo ianque, contra os governos da centro-esquerda burguesa, como no Paraguai mais recentemente, que vem demonstrando a completa incapacidade, pelo seu caráter de classe, de resistir consequentemente a estas investidas reacionárias!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013


“Privataria” Petista: Dilma entrega aeroportos do Galeão e Confins para “turbinar” os lucros do grande capital

Dando sequência à sistemática entrega de toda a infraestrutura nacional como rodovias, portos, aeroportos, hidroelétricas, além de aumentar a participação do capital privado no Banco do Brasil e na Petrobras, a bola da vez agora foi a chancela na última sexta-feira, dia 22 de novembro, na Bovespa, da chamada Terceira Rodada de Concessão dos aeroportos brasileiros pelo governo Dilma a mando dos barões do capital financeiro. Neste leilão foram privatizados dois dos principais aeroportos brasileiros: o Internacional do Galeão no Rio de Janeiro e Confins em Minas Gerais, durante um período de 25 (Galeão) e 30 (Confins) anos de exploração. Segundo a Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), juntos os dois aeroportos movimentam em torno de 22,3 milhões de passageiros - 14% do total do país - números que podem chegar em poucos anos a 60 milhões no Galeão e 43 milhões em Confins, segundo estimativas da ANAC; além de receberem o fluxo de 12% dos aviões do tráfego aéreo brasileiro e 10% da movimentação de carga do país. Se levarmos em conta a movimentação de passageiros nos cinco terminais privatizados até agora, estes números chegaram a 85 milhões de pessoas em 2012, o equivalente a 44% do total nacional. Já se analisarmos a movimentação internacional estes cinco aeroportos movimentaram 16,8 milhões de passageiros, ou seja, 88,7% do total também em 2012. Fato que certamente representa um enorme potencial de receitas, despertando o faro de lucros dos tubarões do capital, que há anos vem promovendo através do PIG, uma verdadeira campanha de manipulação no sentido de convencer a população sobre a “ineficiência” da administração pública da INFRAERO, apresentando como solução a privatização e a consequente “maravilha” da gestão “eficiente” privada.

Substituição do juiz corregedor da Papuda: Barbosa “insuflado” pelos barões da mídia entra em surto e pensa que é “Deus”

Em mais um ato intempestivo e arbitrário, o presidente do STF, Joaquim Barbosa ordenou no último domingo 24 de novembro, que o atual juiz corregedor do Complexo Penitenciário da Papuda, Ademar Vasconcelos, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal responsável pela condução das prisões dos “mensaleiros”, fosse substituído por outro juiz mais “afinado” com suas determinações fascistizantes e espetaculosas midiáticas. No lugar de Ademar entra o juiz Bruno Ribeiro, filho de Raimundo Ribeiro um conhecido tucano do Distrito Federal e raivoso defensor da AP 470 em um programa de TV local semanal (“Tribuna Livre”, TV Brasília). Para o chefe do “supremo”, Ademar além de ter com ele uma relação conturbada estaria capitulando às exigências dos presos José Dirceu, Delúbio e principalmente Genoino, a quem Barbosa foi forçado a conceder a prisão domiciliar em razão das pressões que sofreu por conta  da gravidade da doença do ex-presidente do PT.De “linha dura”, Bruno Ribeiro foi o responsável pela prisão imediata de Dirceu, Genoino e Delúbio porque o juiz titular Ademar estava em férias. Ao deixá-los presos ilegalmente por vários dias em regime fechado conseguiu galgar créditos junto a Barbosa... Como podemos ver, esta nomeação não possui um caráter técnico, é uma escolha sumamente política e corresponde às pressões que a mídia “murdochiana” vem fazendo acerca das supostas “regalias” que os “mensaleiros” estavam tendo no infecto presídio da Papuda. Como as prisões do “mensalão” não objetivam de modo algum combater a corrupção no país, uma vez que o próprio STF sempre foi um antro de corrupção e avalista inclusive das arbitrariedades do regime militar e da privataria tucana, Joaquim Barbosa, o “herói” dos barões da mídia, sabe a que veio: colocar seu cargo de presidente do STF a serviço da classe dominante e da democracia dos ricos, por isso tem concentrado tanto poder em suas mãos, pensando que agora que é “Deus”.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013


Dirceu, Genoino e Delúbio: Políticos presos ou presos políticos, uma polêmica com a esquerda revisionista

Passada a primeira fase do sinistro êxtase da mídia capitalista com a espetaculosa prisão dos dirigentes petistas em pleno feriado de 15 de novembro, antes mesmo do julgamento final pelo STF de todos os recursos dos réus da Ação Penal 470 (conhecida como “Mensalão”), o movimento de esquerda foi cortado por duas posições antagonicamente frontais diante dos graves acontecimentos que envolveram a condenação dos fundadores do PT pela corte máxima da justiça burguesa no país. Os ex-dirigentes da corrente petista “Articulação” seriam ou não presos políticos em função do caráter das acusações que lhes foram imputadas? Como reconheceram publicamente a prática de “caixa 2”, obtendo recursos para o PT originários de comissões obtidas de grandes empresas “fornecedoras” de bens e serviços para o Estado capitalista, não seria o caso de serem qualificados simplesmente de “políticos presos”? Seria mesmo o caso de levantar a defesa da liberdade destes militantes “chapa branca” que se entregaram sem a menor resistência e luta diante da ofensiva reacionária de uma justiça patronal que vem criminalizando cada vez mais os lutadores sociais? A esquerda revisionista respondeu estas questões afirmando equivocadamente que: “Não estamos frente a presos e perseguidos políticos. Estamos frente a dirigentes que aproveitaram os cargos de governo que ocupavam para fazer corrupção com dinheiro público” (Uma opinião sobre julgamento do Mensalão e a prisão dos dirigentes do PT, Zé Maria presidente do PSTU, 20/11). Deixando de lado a pretensa “aula” de moralidade burguesa, como se o dinheiro do Estado capitalista em algum momento fosse “público”, o dirigente do PSTU foi obrigado a reconhecer que: “Em segundo lugar, quero dizer que é preciso, sim, combater a hipocrisia e o caráter político do judiciário brasileiro, do Supremo Tribunal Federal (STF) em particular. Visto sob o prisma da sociedade de classes em que vivemos, os tribunais brasileiros, inclusive o STF, são sim um tribunal de exceção” (idem). Ou seja, mesmo admitindo que a prisão dos “mensaleiros” petistas esteve diretamente relacionada com uma disputa intestina das frações burguesas pelo controle do botim estatal, não se pode negar que a condenação e posterior prisão de Dirceu e C&A teve um caráter eminentemente político! É a mais absoluta verdade afirmar que os dirigentes do PT em 2005, quando estourou o escândalo do “Mensalão”, não estavam empreendendo nenhum combate anticapitalista, pelo contrário estavam tratando de ampliar a base parlamentar de apoio ao governo neomonetarista de Lula com a grana recolhida das corporações empresariais que estabelecem negócios com o Estado (indutor da economia no regime capitalista), o “pequeno detalhe” é que isto nunca foi crime na história constitucional de nossa república! A principal acusação da Ação Penal 470 é simplesmente hilária... Dirceu e Genoino estariam pagando deputados ultraconservadores (partidos de centro-direita) para votar a favor da reforma neoliberal da previdência, como se esta escória parlamentar precisasse de algum suborno para votar uma matéria recomendada pelo FMI e os rentistas nacionais. Como o STF, pelo seu caráter de classe, está impedido juridicamente de “abolir” os mecanismos do funcionamento da economia capitalista (tarefa histórica para um partido revolucionário), chegamos a única conclusão possível: a condenação dos dirigentes petistas nada teve a ver com a quebra das normas legais vigentes (recebimento “informal” de comissões financeiras de grupos econômicos privados), foi produto de uma “purga” política da burguesia operada pelas mãos do STF. Quando sustentamos o conteúdo político das prisões “decretadas” monocraticamente pelo novo herói da mídia “murdochiana”, Joaquim Barbosa, não estamos afirmando que Dirceu, Genoino e Delúbio são “mártires” da luta proletária e popular, apenas foram alvo da ofensiva reacionária da burguesia contra setores do PT, como parte de uma escalada antidemocrática do regime que objetiva retirar direitos e garantias constitucionais do conjunto das tendências da esquerda brasileira, desde a socialdemocracia “reformista”, passando pelos ativistas anarquistas até os setores revolucionários do Marxismo-Leninismo.

Latifúndio monta operação de guerra
para expulsar índios de suas terras nativas após governo Dilma suspender demarcação!

Uma verdadeira operação de guerra está sendo montada pelos latifundiários para expulsar os índios das suas terras no Mato Grosso do Sul e em outros estados da federação como Rio Grande do Sul, Bahia e Santa Catarina. Áreas indígenas já definidas e prontas para serem demarcadas tiveram sua legalização suspensa pelo governo Dilma, rapidamente a “gerentona” petista rendeu-se aos argumentos dos latifundiários sob a promessa de seu apoio eleitoral em 2014. A ofensiva dos chamados “produtores rurais” se dá porque as terras dos povos originários foram griladas e transformadas em grandes fazendas, hoje em parte ocupadas pelos índios. Esse conflito já provocou a morte de várias pessoas, como o jovem indígena da tribo da etnia Terena, Oziel Gabriel, covardemente assassinado no mês de junho quase à queima-roupa pela Polícia Federal do governo Dilma durante uma ordem de “reintegração de posse” da Fazenda Buriti em Sidrolândia (Mato Grosso do Sul) encomendada pelo proprietário da fazenda, o ex-deputado estadual e grileiro Ricardo Bacha, representante da oligarquia ruralista mais reacionária e retrógrada da região. Os índios terenas reivindicam uma área de 10,4 mil hectares, onde hoje existem várias propriedades. As fazendas ocupadas ficam ao lado da aldeia de 94 hectares onde vivem 2,2 mil índios. Os latifundiários já pediram a reintegração de posse e estão organizando os chamados “leilões da resistência” para comprar armas e equipar suas milícias de paramilitares a fim de perseguir e matar os índios. No mínimo exigem altas indenizações do governo federal para “repassarem” as terras tomadas dos seus donos originários.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013


Israel, petromonarquias árabes e “rebeldes” terroristas são responsáveis pelo atentado à embaixada do Irã no Líbano

Ao menos 25 pessoas morreram e 150 ficaram feridas em duas explosões na terça-feira, 19 de novembro, no sul de Beirute, capital libanesa, com o objetivo de atacar a embaixada do Irã. A área em que fica localizada a embaixada iraniana é considerada um reduto do Hezbollah. A representação persa foi um alvo do atentado terrorista por seu apoio ao Hezbollah e a Bashar Al-Assad, ambos atuando de forma conjunta estão derrotando os “rebeldes” financiados pelas potências capitalistas, as petromonarquias árabes agrupadas no Comando Geral do Golfo (CGG) e Israel na Síria. Entre os mortos encontram-se o adido cultural iraniano e um membro do corpo de segurança diplomático. O Líbano, um país mosaico onde essas tensões são mais latentes, tem sido progressivamente arrastado para a guerra civil. O Hezbollah combate os grupos mercenários na Síria, ao lado das forças do governo Assad sendo decisivo em algumas das mais importantes conquistas do regime sírio nos últimos meses. Por outro lado, vários dirigentes sunitas são apontados como os principais intermediários no financiamento e entrega de armas aos “rebeldes” cujos grupos são também formados por mercenários estrangeiros.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013


O “silêncio” de Lula e Dilma frente à prisão dos “mensaleiros” do PT

Diante da prisão de Genoino, Dirceu e Delúbio a mando do presidente do STF Joaquim Barbosa com o voto da maioria dos ministros (muitos deles indicados por Lula e Dilma) “ouviu-se” muitas críticas sobre o “silêncio” da gerentona petista no Palácio do Planalto. Blogueiros “chapa branca” como Paulo Henrique Amorim (PHA) chegaram a reclamar da “solidariedade silenciosa” de Dilma, afirmando que “a militância do Partido está ‘inquieta’ e ‘revoltada’ com a omissão do Governo Dilma diante do que se passa com Genoino, Dirceu e Delúbio”. A inação da Presidente da República se tornou escancarada quando no ato político do PCdoB, realizado em pleno 15 de novembro, um dia após a decretação da prisão pelo STF, Dilma manteve-se calada sobre o tema, mesmo quando instigada pela fala de Renato Rabelo. Apesar das críticas, a postura de Dilma é absolutamente coerente com a conduta adotada por ela durante todo o julgamento do “mensalão”, ou seja, desmoralizar o núcleo histórico do PT (Dirceu e Cia.) acusado de corrupção na Ação Penal 470 para garantir sua indicação à reeleição presidencial pelo partido, estratégia que foi vitoriosa quando Lula nas comemorações dos 33 anos do PT afirmou oficialmente que a “gerentona” seria a candidata em 2014, desautorizando o chamado movimento “volta Lula”. O que poucos falam, porém, é que o “silêncio” da presidente foi uma ação coordenada por Lula e Rui Falcão e não um ato isolado de Dilma. O próprio Lula, após sair de uma reunião com Dilma e quando questionado sobre a prisão de Dirceu declarou: “Eu acho que quem tem que discordar ou não são os advogados, que juridicamente tem que saber o que pode fazer ou não. Como eu posso ter uma opinião sobre o julgamento da Suprema Corte, gente? Não tem sentido” (G1, 14/11). A afirmação retumbante foi feita na saída do Planalto da Alvorada, residência oficial de Dilma. No carro, com Lula estava o presidente do PT, Rui Falcão e o diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Mais claro impossível!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Leia o Editorial do Jornal Luta Operária nº 269, 1ª Quinzena de Novembro/2013


Prisão dos “Mensaleiros”: O dantesco circo da mídia “murdochiana” a serviço da reação burguesa

Pela gravidade dos acontecimentos iremos iniciar este editorial pelo o que poderia ser seu final. Sim, são presos políticos sim! Dirceu, Genoino e Delúbio são presos políticos deste regime da democracia dos ricos, que assim como antigo regime militar é apenas a forma política que se expressa institucionalmente a ditadura do capital. No arco da chamada “esquerda Trotsquista”, desde o “moderado” PSTU até o “radical” MNN não faltaram artigos para afirmar que os “mensaleiros” petistas mereceram a prisão decretada pelo STF (órgão máximo constitucional da justiça criado para proteger a burguesia) porque se tratavam de dirigentes corruptos que fizeram aprovar a reforma neoliberal da previdência e outras iniciativas do mesmo “gênero” no governo Lula. Teriam assim, segundo os revisionistas, passado para o outro lado abandonando o “socialismo”. Desde a LBI afirmamos em “alto e bom som” que os antigos dirigentes do PT até 2005 (quando foram afastados em virtude do escândalo midiático do “Mensalão”) se degeneraram bem antes do início governo Lula e que de “socialistas” não tinham mais nada há mais de trinta anos. Dirceu se integrou ao regime bastardo da democracia burguesa no Brasil (em pleno governo do general Figueiredo) quando anistiado em 79 defendeu, em conjunto com uma gama de intelectuais ex-guerrilheiros, a democracia como valor universal. A partir daí na companhia dos sindicalistas do ABC, Dirceu fundou o PT rejeitando a tese Marxista-Leninista do socialismo científico, advogando a implantação da social democracia no país para executar as “reformas necessárias” para desenvolver um capitalismo mais dinâmico e “avançado socialmente”. Genoino Neto rompeu com o PCdoB em 80, no qual participou da guerrilha do Araguaia, para empreender a fundação do PRC que viria a se dissolver no PT no início da década de 90 como tendência “Democracia Radical”. O projeto programático do PRC nunca foi revolucionário, apesar da formalidade nominal, quando ganharam a prefeitura de Fortaleza em 1985 pelo PT (elegendo Maria Luiza que depois viria a romper com Genoino e ingressar no PRO) governaram para os empresários locais, reprimindo a luta dos trabalhadores do município que tiveram salários arrochados e perdas de várias conquistas adquiridas. A capital Fortaleza passou a ser o primeiro “laboratório” do que seriam os futuros governos estaduais e nacional do PT, ou seja, gerências da crise capitalista voltadas a atender as demandas da burguesia. Mas se Dirceu e Genoino já há muito tempo não representam os interesses sociais do proletariado, executando no governo central do PT uma plataforma neoliberal em sintonia com as oligarquias dominantes, nem por isso “merecem” ser encarcerados pelo principal foco da reação política no Brasil, a fascistizante aliança entre o PIG e os sinistros ministros do STF. Se foram presos, e isto deve ficar absolutamente cristalino, não foi em função do crime de corrupção, no caso específico do “Mensalão” cobrança de comissões de grandes empresas prestadoras de serviços para o estado desviadas para o “caixa 2” do PT, foram submetidos a este dantesco circo midiático da reação em razão de seu passado militante (socialista ou não pouco importa à burguesia) e o mais importante para depurar o PT e ajudar a impor no partido a uma nova direção totalmente “afinada” com o governo Dilma. Não é demais lembrar que Dirceu seria o candidato do PT à presidência da república em 2010, quando foi “abatido por fogo amigo” na crise do “mensalão”. Agora as hienas abjetas do PIG comemoram as prisões dos dirigentes do PT como um símbolo no marco histórico da “moralidade pública”, como se não fossem uma matilha de corruptos e sonegadores associados aos piores traficantes e bandidos capitalistas deste país. Em completa harmonia com o espetáculo ilusionista do PIG a “oposição de esquerda” (PSOL e PSTU) exige a “faxina completa” pelo STF apontando que a vez agora é do “Mensalão mineiro” e do “Propinoduto” Tucano, nunca assistimos tanto entusiasmo e confiança na “suprema” justiça patronal como esta demonstrada pelos canalhas do PSTU. Como Marxistas Revolucionários jamais defenderíamos que os degradados reformistas do PT (que se privilegiaram materialmente sob o governo da frente popular) fossem entregues aos “modernos” cárceres do fascismo, para quem sabe tirar algum dividendo eleitoral. Como Lenin nos ensinou, somente os organismos independentes do proletariado (Tribunais Populares) devem julgar e condenar a conduta de “companheiros que em algum momento cruzaram nossa rota”, sejam estes “anarquistas, sociais-democratas ou populistas de esquerda”.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013


Direita pinochetista arranca segundo turno e vai para ofensiva contra Bachelet e sua ampla coalizão de centro-esquerda burguesa

Em um resultado inesperado, Evelyn Mathei, da direitista União Democrática Independente (UDI), conquistou 25,01% dos votos e levou as eleições presidenciais do Chile para o segundo turno. A candidata na coalizão “Nova Maioria” (antiga Concertação) e ex-presidente Michele Bachelet, até então prevista para ser vitoriosa já no dia 17, recebeu 46,67% dos votos. Dia 15 de dezembro será a data da nova disputa. Desapontada, Bachelet desabafou: “Sabíamos que o desafio de ganhar no primeiro turno era complicado, fizemos todo o esforço e estivemos muito perto de conseguir”. Já Evelyn Mathei foi para a ofensiva: “O eleitorado está com medo de que a esquerda impulsione seu projeto de desestabilização do país”. O fato é que a votação da UDI foi além de todas as previsões apontadas nas pesquisas eleitorais, indicando que, de fato, houve um reforço no final da campanha para o voto conservador, justamente porque a “Nova Maioria” composta pelo PS, DC e PC em pouco se diferencia do atual governo de Sebastián Piñera, se reduzindo a lembrar demagogicamente a figura de Allende, justamente no ano em que se completou os 40 anos do golpe contrarrevolucionário. O terceiro candidato com maior votação foi Marco Enríquez-Ominami Gumucio, um ex-socialista agora comandando o Partido Progressista (PRO), com 10,9% dos votos, seguido pelo "independente" Franco Parisi, com 10%. As eleições também escolheram senadores, deputados e conselheiros regionais.

domingo, 17 de novembro de 2013


Eleições presidenciais: Há quarenta anos do sangrento golpe o Chile está muito distante do caminho “socialista e popular”

Hoje (17/11) o Chile realiza suas eleições presidenciais, onde muito provavelmente elegerá a favorita Michelle Bachelet já no primeiro turno. A ex-presidenta Bachelet, militante do Partido Socialista, integra uma ampla coalizão política denominada “Nova Maioria”, ainda mais abrangente que a antiga “Concertação Democrática” (incluindo desta vez o Partido Comunista) que praticamente foi vitoriosa em todas as eleições gerais desde a saída de cena do chacal Pinochet em 1990. A exceção fica por conta do atual presidente Sebastian Piñera, herdeiro político do regime militar, eleito no final de 2009 finaliza seu governo direitista completamente desgastado e sem chances de “emplacar” um sucessor com o mesmo perfil ideológico. Bachelet enfrenta como principal adversária Evelyn Mattei, ex-ministra do trabalho de Piñera, escolhida candidata governista após a desistência consecutiva de dois nomes do fascista “Partido Renovação Nacional” e da “UDI”. Além de Bachelet e Matthei, outros sete candidatos disputam a presidência, quantidade inédita na recente história eleitoral chilena. Os 120 assentos da Câmara dos Deputados serão renovados nesta eleição, assim como 20 dos 38 postos do Senado. Mas o fato mais relevante desta “morna” eleição de cartas marcadas, onde pela primeira vez o voto não será obrigatório, é a paternidade de ambas candidatas, filhas de militares que se perfilaram em campos opostos durante o sangrento golpe militar de 1973.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária nº 269, 1ª Quinzena de Novembro/2013



EDITORIAL
Prisão dos “Mensaleiros”: O dantesco circo da mídia “murdochiana” a serviço da reação burguesa


CARTA ABERTA AO PCB E A MAURO IASI
Qual a tarefa dos comunistas frente às eleições de 2014?


UM SARNEYSISTA ENCABEÇARÁ A “FRENTE DE ESQUERDA”?
No dia da proclamação da república PSOL lança Randolfe à presidência


DISPUTA DE “CARTAS MARCADAS” NO PED PETISTA
Rui Falcão comandará PT no giro mais à direita do governo neoliberal da “gerentona” Dilma


BICADAS NO “NINHO” TUCANO
Disputa autofágica no interior do PSDB mina completamente as chances de Aécio “Bovary” em 2014


FAMIGLIA MARINHO ABRE SUA REDE PARA EDUARDO CAMPOS
“Darei segurança aos investidores internacionais”


ATAQUE AO SEGURO-DESEMPREGO
Déficit fiscal recorde do governo Dilma aciona ofensiva patronal contra conquistas operárias


NOVA OFENSIVA DE ALCKMIN/RODAS NA USP
Tropa de Choque desocupa reitoria depois que DCE (PSTU/PSOL) sabotou a resistência!


HÁ 96 ANOS DA TOMADA DO PODER PELO PARTIDO BOLCHEVIQUE
Abstrair as lições de Outubro para retomar o combate da Revolução Socialista mundial
(Exclusivo para a Internet)


O ENVENENAMENTO DE ARAFAT
Dirigente da OLP foi assassinado por Israel para dividir e enfraquecer a resistência palestina


ACORDO NUCLEAR ENTRE EUA E IRÃ
Regime dos Aiatolás dividido frente às negociações do “reformista” Rohani com o imperialismo


“LEY DE MEDIOS” NA ARGENTINA
Uma ação política limitada combatida por “princípios de classe” pela venal oligarquia dominante


LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA


quinta-feira, 14 de novembro de 2013



Carta Aberta ao PCB e a Mauro Iasi,
pré-candidato à Presidência da República: Qual a tarefa dos comunistas frente às eleições de 2014?

O Comitê Central do PCB decidiu lançar a pré-candidatura de Mauro Iasi para a Presidência da República. Dentre as razões para a resolução tomada está “a necessidade de fazermos um contraponto à escancarada antecipação da campanha eleitoral de 2014, um teatro de mau gosto em que predominam falsas divergências entre políticos e partidos burgueses, negociatas, barganhas e toda sorte de cenas da mesma novela bianual da disputa por espaços na máquina estatal” (sítio PCB, 30/10). Desde a LBI consideramos o lançamento da pré-candidatura do PCB uma importante oportunidade para discutir a melhor forma de como os revolucionários devem intervir no processo eleitoral burguês e apresentar um programa proletário de denúncia do circo da “democracia dos ricos”. Esta perspectiva se reforça na medida em que o PCB apresenta também como um dos motivos centrais de sua decisão, “a necessidade de apresentarmos um programa político que denuncie a opressão e a violência do capitalismo e contribua com a construção do Poder Popular, dialogando com todos e todas cujas vozes se levantam nas ruas, respeitando suas formas de luta e sua recusa em participar do jogo institucional burguês”. Nossa corrente política havia publicado, inclusive poucos dias antes da resolução do PCB, um chamado ao conjunto da esquerda que se reivindica marxista e comunista a “lançar a anticandidatura dos revolucionários para publicitar o socialismo”. Pela nossa proposta o melhor caminho para se opor ao circo institucional de cartas marcadas seria o lançamento publicitário de uma anticandidatura dos trabalhadores agrupando o conjunto das organizações comunistas que não se vergaram a esta “democracia dos ricos”. Nesse sentido, compreendemos que, nada mais natural em travar esse debate com os militantes do PCB, camaradas que, apesar das profundas divergências que nos separam, estão lado a lado com nossa organização política em questões candentes da luta de classes, como o combate à ofensiva imperialista na Síria e na denúncia de setores da “esquerda”, em especial o PSTU, que vem adotando posições abertamente reacionárias, chegando a reivindicar alianças táticas com a Casa Branca em nome da vitória da suposta “Revolução Árabe”!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013


“Ley de Medios” na Argentina: Uma ação política limitada combatida por “princípios de classe” pela venal oligarquia dominante

Quatro anos depois de sancionada, a Lei 26.522 de Serviços de Comunicação e Audiovisual, popularmente conhecida como “Ley de Medios” na Argentina, foi votada na Suprema Corte de Justiça e aprovada como constitucional no último dia 29 de outubro. A atual lei, a de número 22.285, era tão anacrônica que estava em vigência desde um decreto imposto durante o regime militar (1976-83) que tinha como objetivo levar a cabo um férreo controle ideológico das informações às massas trabalhadoras através da monopolização dos meios de comunicação. Não por acaso, sob o rastro de sangue deixado pelos militares gorilas é que se edificou todo o poderio da mídia “murdochiana” na Argentina. Os grupos Clarín, La Nación e La Razón se apoderaram de forma criminosa, ajudados pelos militares, de toda a produção de papel do país, o Papel Prensa SA. Mamata que viria a se aprofundar ainda mais sob o período do governo neoliberal de Menem, o qual concedeu inúmeras benesses principalmente ao Grupo Clarín, inclusive dando-lhe de bandeja uma TV estatal, o Canal 13. Cristalizado o monopólio, a mídia murdochiana esteve sempre a frente das tentativas golpistas, de Alfonsin até Cristina Fernandes Kirchner (CFK), ao lado dos setores mais reacionários e retrógrados do país como a oligarquia dos “sojeros” na condição de porta-vozes da Casa Branca. Qualquer analogia em relação à consolidação da Rede Globo no Brasil e sua colaboração com a ditadura militar não é mera coincidência! Tanto é verdade que em 2007 o Grupo Clarín já detinha 90% dos negócios mais lucrativos de TV a cabo no país, dois anos depois CFK lançaria seu “marco regulatório” da mídia que até há pouco vinha sendo propositalmente embargado na justiça, cujos “probos” juízes foram claramente comprados pelos donos do monopólio da comunicação. A “Ley de Medios” é uma ação limitada que de modo algum extingue o monopólio da mídia por grandes grupos econômicos, ao contrário apenas transfere controle a outros monopólios burgueses menores, mais alinhados com o governo, o que nada tem a ver com a “democratização” da mídia, mas que mesmo assim uniu a “direitona” argentina por "princípios de classe" contra o governo Cristina.

terça-feira, 12 de novembro de 2013


Famiglia Marinho abre sua Rede para Eduardo expor seu programa de governo: “Darei segurança aos investidores internacionais”

Foi ontem (11/10) em um Programa especial do Jô, que anteriormente já tinha recebido Marina Silva, que Eduardo Campos pode expor suas “ideias” para governar o país. Com direito a “quatro blocos” no programa da Globo, Eduardo não falou absolutamente nada de “novo”, apenas repetiu o velho mantra neoliberal dando bastante ênfase na “segurança institucional que os investidores internacionais precisam para apostar no Brasil”. O governador de Pernambuco reafirmou seu compromisso com os rentistas, chamados eufemisticamente por ele de “investidores”, além de defender “o controle da inflação pela via da alta dos juros”, revelando que o PSB entrou definitivamente na “folha de pagamento” do ITAÚ, assim como o REDE de sua possível vice Marina. Mas o que realmente identificou Eduardo com o discurso “marineiro” foi a apologia da “era da estabilidade”, protagonizada pelos governos tucanos de FHC. Um possível governo PSB&REDE, segundo Campos, deveria ser a continuidade dos “três ciclos” que viveu o país nos últimos trinta anos, ou seja, a fusão dos governos Sarney, FHC e Lula, somado ao eco-imperialismo exacerbado de Marina. Estamos então diante do melhor “espírito” da burguesia nacional, somar todas as vertentes políticas das classes dominantes em um novo “pacto” de submissão do Brasil aos interesses do capital financeiro internacional.


USP: Tropa de Choque desocupa reitoria depois que DCE (PSTU/PSOL) sabotou a resistência!

Na madrugada desta terça-feira, 12 de novembro, a Tropa de Choque da PM deslocou 4 ônibus lotados de soldados, carros blindados e viaturas para desocupar a reitoria que estava ocupada pelos estudantes. Havia expectativa da polícia que os estudantes resistissem, mas a sabotagem promovida nos últimos dias pelo DCE (PSTU/PSOL) acabou por minar esta perspectiva. Os setores do movimento estudantil que se opunham à política traidora da “frente de esquerda”, como o PCO e estudantes independentes, foram incapazes de sustentar uma política para impedir a aplicação de fato do “acordão” entre Rodas e o DCE. A polícia ocupou todo o espaço em torno dos blocos, até a Praça do Relógio. Dois estudantes foram presos sem sequer estarem na ocupação e indiciados por dano e furto ao patrimônio público, além de formação de quadrilha.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013


Disputa autofágica no interior do PSDB mina completamente as chances de Aécio “Bovary” em 2014

Quem pensou que a disputa interna no ninho tucano estava encerrada com a indicação “unânime” de Aécio Neves para a presidência do PSDB, errou profundamente. É bem verdade que a cúpula tucana em sua esmagadora maioria já “bateu o martelo” fechando questão acerca do nome do senador mineiro para a disputa ao Planalto em 2014. Os decanos do PSDB, FHC, Alckmin, Tasso e Virgílio (além dos governadores de Goiás e Paraná) avaliaram que o “time” político de Serra já tinha sido superado com duas derrotas nacionais e a última na disputa a prefeitura da capital paulista. Serra tinha conhecimento prévio de sua “sentença de morte” decretada pelo tucanato de “alta plumagem” e tentou a saída “honrosa” de criar outro partido, o MD uma fusão do PPS com o PMN. Mas a criação do MD estava condicionada a uma “recompensa” que seria dada por Serra à direção do PMN, este acerto financeiro para a fusão das duas legendas “à venda” por sua vez dependia da liberação do PSDB de uma cota de seu “caixa dois” para a empreitada serrista. FHC, o pai da privataria e, portanto, também do “caixa dois” dos tucanos vetou o “negócio” e a anunciada fusão não se concretizou. Sem a “janela” institucional para sair do PSDB, Serra foi obrigado a permanecer no partido e “engolir” o playpó mineiro como candidato à presidência da república. Mas como Aécio não consegue decolar em pesquisa alguma, ficando nas sondagens de intenções de voto sempre atrás do veterano “descartado”, Serra resolveu voltar a carga e tentar se credenciar como uma alternativa ainda mais reacionária e agressiva contra a Frente Popular. Em um encontro da juventude tucana Serra declarou que seu partido tinha “complexo de bovarismo” em relação ao PT, em uma referência ao romance “Madame Bovary” de Flaubert. O tal complexo, segundo o charlatão psicanalista Serra, seria a “necessidade de ser aceito pelo outro”, no caso “o PSDB pelo PT”. As declarações de Serra contra seu próprio partido causaram imediata indignação no tucanato, FHC o mandou “dar um tempo”, enquanto o tosco Aécio disse que só fala mal do PT e bem do PSDB... Mais além da panaceia criada por Serra e seus “psico-conceitos” o que está por trás de suas afirmações é um claro chamado a reorganização da direita mais recalcitrante no país, que segundo esta ótica não poderia ter a menor semelhança política nem tolerância social com o PT. Em bom português Serra desafiou o PSDB a deixar de ser “frouxo” no combate aos métodos de colaboração de classes da Frente Popular, que poderiam estar estimulando a “desordem e baderna” no Brasil.

domingo, 10 de novembro de 2013


Regime dos Aiatolás dividido frente às negociações do “reformista” Rohani com o imperialismo para celebrar um acordo nuclear

O Irã está sendo palco de uma intensa disputa política entre as diversas alas que compõem o Regime dos Aiatolás. Para se ter uma ideia, na véspera das rodadas de negociações entre o governo Hassan Rohani e o Grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) sobre o programa nuclear do país persa, uma imensa multidão saiu às ruas para celebrar o 34º aniversário da tomada da embaixada americana em Teerã, em sinal de descontentamento em relação à recente aproximação com Washington. Aos gritos de “Morte à América” e “Morte a Israel”, milhares de iranianos atenderam em 4 de novembro ao apelo de grupos políticos que se opõem as conversações e queimaram bandeiras americanas e israelenses. Vários dirigentes do regime estavam presentes incluindo o chefe do Bassidj (milícia islamita) Mohammad Reza Naghdi. Foi uma demonstração de descontentamento com Rohani, um moderado apoiado por reformistas. Desde a sua eleição, o novo presidente tem mantido uma posição mais conciliadora com o imperialismo ianque e as potências ocidentais, sob o pretexto de por um fim às sanções contra o Irã. Em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, Barack Obama telefonou para Hassan Rohani, em um primeiro contato direto entre os líderes dos dois países desde a Revolução de 1979. Essa atitude foi criticada inclusive pelo Guia Supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que considerou “desapropriadas” algumas ações de Rohani. As potências mundiais voltaram a se reunir com os negociadores iranianos em Genebra nos dias 7 e 8 de novembro, depois de um encontro realizado no mês passado entre as duas partes, no qual o Irã apresentou uma nova proposta, mas não se chegou a um acordo porque Rohani alegou que precisava do aval do aiatolá Ali Khamenei, ou seja, chamou as potências capitalistas a pressionarem o Guia Supremo do Irã.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013


O envenenamento de Arafat: Dirigente da OLP foi assassinado por Israel para dividir e enfraquecer a resistência palestina

Nove anos após a morte de Yasser Arafat, ocorrida em novembro de 2004, peritos forenses do Centro de Medicina Legal da Universidade de Lousane, Suíça, revelaram que o ex-dirigente máximo da OLP foi, na verdade, assassinado por envenenamento com o elemento radioativo polônio 210. Análises com amostras de seus restos mortais e objetos pessoais confirmaram a presença deste elemento altamente letal. Abu Yusef, um dos atuais dirigentes da OLP declarou que “os resultados demonstram que Arafat foi envenenado com polônio, uma substância que apenas Estados e não indivíduos a possuem, o que significa que o crime foi cometido por um Estado” (AFP, 6/11). Sobre esta questão a BBC (7/11) acrescenta: “Embora o polônio-210 seja encontrado na natureza, é preciso tecnologia e acesso a um reator nuclear para conseguir extrair a quantidade necessária para matar uma pessoa”, ou seja, papel que coube ao enclave terrorista de Israel e a Casa Branca. No entanto, muito além da “descoberta” deste envenenamento – o que há muito já era alvo de desconfiança entre os militantes palestinos – é a forma como os abutres da Casa Branca lidam com dirigentes e governos que se colocam como obstáculo a seus interesses neocolonialistas em todo o mundo. A opção de matar simples e puramente Arafat, apesar de sua integração aos ditames imperialistas, poderia acirrar ainda mais a revolta palestina contra o gendarme sionista. No entanto, para o imperialismo ianque era necessário elimina-lo porque ainda simbolizava a heroica luta de resistência do povo palestino e, em seu lugar o Pentágono colocaria uma figura mais alinhada e submissa a seus interesses, como foi o caso de Mahmoud Abbas. Algo similar foi feito em relação à forte liderança política e militar de Hugo Chávez que também foi envenenado através de algum artifício letal por agentes do imperialismo. O próprio Chávez costumava afirmar que outras lideranças nacionalistas latino-americanas teriam sido alvos de envenenamentos radioativos provocados pela CIA, a fim de debilita-los em sua saúde e, claro, na atuação política.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013




Estudantes derrotam “acordão” entre Rodas/DCE e mantém a ocupação da reitoria da USP apesar da ameaça da “justiça” e sua PM assassina!
Em assembleia realizada na noite deste dia 06 de outubro, a maioria dos estudantes da USP decidiu pela continuidade da greve e ocupação da reitoria mesmo após a “justiça” determinar a reintegração de posse do local. Desta forma os lutadores derrotaram tanto a chantagem de Rodas via a decisão do TJ com a política traidora do DCE (PSOL/PSTU), que defendeu o acordo vergonhoso com a reitoria em troca de promessas vazias. A qualquer momento a PM pode ocupar a USP para cumprir a ordem judicial, o que exige a mais ampla solidariedade do movimento operário e popular em defesa da ocupação e contra a intervenção policial. O termo de acordo assinado entre Rodas e o DCE foi submetido a votação. 747 estudantes foram contra a assinatura do documento, o fim da greve e a saída voluntária do local e outros 562 votaram a favor diante da pressão do PSOL e do PSTU. Desde a LBI e a Juventude Bolchevique defendemos a continuidade da mobilização e manutenção da ocupação da reitoria até o atendimento das reivindicações, que neste momento se concentra nas luta pelas eleições diretas e universais para um conselho tripartite de estudantes, professores e funcionários.


Há 96 anos da tomada do poder pelo Partido Bolchevique: Abstrair as lições de Outubro para retomar o combate da Revolução Socialista mundial

Há exatamente 96 anos, no dia 07 de novembro de 1917 (pelo calendário gregoriano e 25 de outubro pelo juliano) o partido Bolchevique sob a direção do grande chefe Lenin tomava o poder de estado na Rússia. A história do século XX não pode ser compreendida sem se ter em conta a enorme influência da revolução socialista de Outubro de 1917 na luta dos trabalhadores e dos povos oprimidos de todo o mundo contra a exploração e opressão imperialistas. Falem o que quiserem falar os “historiadores” e “jornalistas” detratores da revolução a soldo do capital e todos os renegados “comunistas” e revisionistas do Leninismo arrependidos que, em nome de “lançar um novo olhar crítico” sobre os fatos, os deformam grotescamente, não há como ocultar que os principais acontecimentos que marcaram o último século estão de alguma maneira relacionados à perspectiva histórica da revolução socialista mundial que se abriu com a vitória bolchevique. De forma inédita, ocorreu uma experiência genuinamente proletária de expropriação da propriedade privada que, em uma vasta extensão territorial, assumiu uma dimensão e duração infinitamente maior que a Comuna de Paris. Até então, a primeira tentativa de “assalto ao céu”, como afirmou Marx na época, e instauração de um governo proletário, durou apenas 72 dias. Por sua vez, os sovietes, os órgãos de democracia operária criados sobre a base de estruturas piramidais de conselhos populares nascidos em meio ao “ensaio geral” de 1905, apresentaram um formato bem mais aprimorado de Estado operário. E, o que assumiu uma importância decisiva: também pela primeira vez na história da humanidade, a classe operária, através de sua vanguarda de quadros comunistas forjados sob as experiências das revoluções de 1905 e de fevereiro de 1917, converteu-se em classe para si e organizou conscientemente a tomada do poder. Assim, por maior que sejam os esforços em contrário de todos os seus inimigos nestes 96 anos, as lições da primeira revolução proletária da etapa imperialista do capitalismo não podem ser esquecidas pelas novas gerações de revolucionários. Na academia, na mídia e nos partidos da esquerda revisionistas reina neste momento uma verdadeira cruzada antibolchevique por exterminar ou pelo menos demonizar todas as referências do grande triunfo proletário de 1917, para confundir os lutadores de hoje e impedi-los de organizar uma saída revolucionária diante das explosivas contradições da dominação imperialista. Não por acaso os charlatães do Marxismo tentam “vender” o conceito de uma suposta revolução como sendo levantes “democráticos” organizados pelo imperialismo contra “ditaduras” nacionalistas.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013


No dia da proclamação da república PSOL lança o sarneysista Randolfe à presidência

No próximo dia 15 de novembro a tendência majoritária do PSOL lançará oficialmente o nome do senador amapaense Randolfe Rodrigues à presidência da república. Randolfe foi eleito senador em 2010 após tentar sem sucesso uma eleição de deputado estadual em 2006 pelo PSOL. A “virada” na carreira política do pernambucano Randolfe (radicado no Amapá desde criança) não “caiu do céu”, foi produto de alianças eleitorais estabelecidas com o ex-presidente Sarney que chefia uma oligarquia regional “intrusa” no estado. O clã dos Sarney além de dominar com “mão de ferro” há mais de meio século o Maranhão, influencia de forma determinante a política do Amapá, com o peso financeiro da corrupção estatal. O PSOL não se furtou a “imitar” a prática do PT no Maranhão, e logo colou seus interesses aos da oligarquia Sarney, conquistando no Amapá, em dois anos, os triunfos da eleição de um senador e da prefeitura da capital do estado. Agora parece que o PSOL quer estender em nível nacional as “vitórias” que Randolfe obteve meteoricamente no Amapá. Mas as “conquistas” eleitorais do PSOL no Amapá não se realizaram sem um amplo arco de alianças com os partidos da burguesia, incluindo até o ultrarreacionário DEM, agora Randolfe pretende “nacionalizar” seu método policlassista agrupando também o PSTU e o PCB. Em entrevista exclusiva concedida ao sítio “247” o jovem senador não dissimulou suas intenções de “ampliar” ainda mais a chamada Frente de Esquerda: “Vamos conversar com o PCB, com o PSTU. Eu acho que são partidos que se propõem a dialogar e debater conosco. Vamos conversar em especial com esses dois e com outros partidos que queiram debater nosso programa.” (sítio “247”, 05/10/13). O PSTU já anunciou publicamente seu desejo de integrar a coligação reformista com o PSOL em 2014, inclusive tendo como cabeça de chapa Randolfe, resta saber o que dirão os Morenistas sobre os possíveis novos “convidados” (burgueses) da Frente, levando em conta que o PCB já lançou um nome próprio do partido ao Planalto.

terça-feira, 5 de novembro de 2013


Disputa de “cartas marcadas” no PED prepara PT para um giro mais à direita do governo neoliberal da “gerentona” Dilma

Em meio a denúncias de compra de votos, filiações em massa, pagamento coletivo de contribuições, o PT realizará no próximo dia 10 de novembro o chamado PED (Processo de Eleição Direta) para as escolhas de suas direções municipais, estaduais e do diretório nacional em todo o país. Seis Candidatos estão inscritos para participar do PED: Rui Falcão, do chamado Campo Majoritário (CNB), antiga Articulação, Paulo Teixeira, ligado ao agrupamento Mensagem ao Partido, apoiado pela DS, Renato Simões, porta-voz de uma série de grupos de centro dentro do PT que se articulam em torno do amálgama Militância Socialista, Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, Markus Sokol (O Trabalho) e Serge Goulart representando a Esquerda Marxista. Também estão inscritas oito chapas para o Diretório Nacional em uma prova das barganhas internas na direção. O próprio PED é a expressão que o PT rompeu há tempos com qualquer estrutura militante e a substitui por um partido de filiados (900 mil) que são controlados no processo de disputa interna pelos diversos grupos de parlamentares e gestores burgueses, sendo a moeda de troca os cargos nos governos petistas e aliados da frente popular. O alinhamento entre as diversas correntes políticas, divididas entre sua ala direita, o “centro” e a chamada esquerda petista não se move por diferenças programáticas estratégicas, mas em função das alianças que as camarilhas que o controlam fazem ou deixam de fazer para garantir o controle de prefeituras, governos estaduais, postos parlamentares e cargos de confiança. Não poderia ser diferente, o PT hoje é o principal pilar de sustentação do regime político burguês, tanto que controla o governo federal e, em aliança com as oligarquias mais reacionárias, mantém sua estabilidade capitalista. A atual estrutura burguesa do PT é financiada tanto pelo Fundo Partidário (o partido recebeu no ano passado o total de aproximadamente R$ 53 milhões) como por “contribuições” das grandes empresas e bancos que patrocinam seus candidatos de todas as alas do partido aos cargos eletivos. O PED é uma reprodução menor deste balcão de negócios próprio do circo eleitoral.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Leia o Editorial do Jornal Luta Operária nº 268, 2ª Quinzena de Outubro/2013


Eleições argentinas: A esquerda revisionista dá um salto em sua integração ao parlamento burguês

Os resultados eleitorais da FIT (Frente de Izquierda y de los Trabajadores) nas eleições parlamentares argentinas de 27 de outubro último foram produto direto da crise por que passa o “kirchnerismo”. A votação foi realizada para renovar metade das cadeiras da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e para eleger legisladores (vereadores) e deputados provinciais (estaduais) nas dez das 24 províncias do país. Apesar da derrota nos maiores colégios eleitorais, os apoiadores do governo de Cristina Fernandes Kirchner (CFK) agrupados na Frente para a Vitória (FpV) manterão a maioria dos assentos nas duas Casas, com 32,23% dos votos. O desgaste do governo CFK se refletiu no terreno eleitoral tanto com o avanço da “nova direita” no país como pela via do crescimento, ainda que em muito menor grau, da “esquerda” profundamente adaptada ao regime político burguês. Ambas vertentes políticas capitalizaram, a seu modo, o descontentamento popular com a gestão K, apesar da tendência do voto à direita ser ultramajoritária. Uma prova do que afirmamos é que a FIT (aliança eleitoral entre PO, PTS e IS) em vários momentos, como nos “cacerolazos” e no “paro” de 20 de novembro de 2012, se aliou à oposição conservadora contra o governo “nacional e popular” de Cristina. Grande parte dos votos que migraram da base do “kirchnerismo” foi para a chamada Frente Renovadora, um racha de centro-direita liderada por Sergio Massa que adotou durante a campanha um discurso reacionário para se aproximar dos setores mais conservadores. No principal colégio eleitoral, a Província de Buenos Aires, Massa alcançou quase 4 milhões de votos e se catapultou como o principal adversário da FpV em 2015. Também foram beneficiados o partido do ultradireitista Macri (PRO) na Capital Federal e “socialista” Binner em Santa Fe, além da centro-esquerda burguesa ligada a Elisa Carrió (ARI) e Pino Solanas (Movimento Projeto Sul-PS), este último eleito Senador da República. No lastro deste deslocamento do eleitorado, a FIT conquistou três deputados nacionais, sendo dois do PO e um do PTS. Apesar de ter chegado a prognosticar que elegeria até seis deputados nacionais, dando como certo o ingresso no parlamento nacional de Jorge Altamira (PO) e Myriam Gregman (PTS), o resultado da FIT foi apresentado com “bumbos e platillos” como uma “votação histórica” por toda família revisionista. Entretanto, este suposto “triunfo” não foi produto de uma campanha revolucionária de denúncia do parlamento burguês e da necessidade da revolução proletária contras as carcomidas instituições do regime, mas de uma linha política de aberta aproximação com a centro-esquerda socialdemocrata, na medida que a FIT tinha como eixo central o slogan “meta deputados de esquerda no congresso”!