17 DE SETEMBRO DE 1971: TOMBA O CAPITÃO REVOLUCIONÁRIO
CARLOS LAMARCA CERCADO PELOS FACÍNORAS ASSASSINOS... NOSSA MELHOR HOMENAGEM A
ESSE HERÓI DA LUTA DO POVO BRASILEIRO CONTRA A DITADURA MILITAR É MANTER
VIGOROSO O COMBATE AO CAPITALISMO ENFRENTANDO A FARSA DA DEMOCRACIA DOS RICOS!
Carlos Lamarca, dirigente da VPR (Vanguarda Popular
Revolucionária) e posteriormente militante do MR-8 foi morto com cinco tiros em
uma mega-operação do Exército na Bahia há 47 anos. Depois de caminhar por mais
de 300 quilômetros, Lamarca foi assassinado em 17 de setembro de 1971 por
agentes da ditadura militar no sertão baiano. No comando da caçada reacionária
estava o então major Nilton Cerqueira, que, anos mais tarde foi eleito deputado
federal e trabalhou como secretário de Segurança do Rio de Janeiro. “Ousar
lutar, ousar vencer”. Era assim que Lamarca terminava seus escritos. Foi um dos
símbolos da resistência ao regime militar que morreu antes de completar 34
anos. Carlos Lamarca foi o terceiro entre os seis filhos de Antônio e Gertrudes
Lamarca, uma família modesta da zona norte carioca. Formou-se, em 1960, pela
Escola Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), obtendo a patente de
Capitão em 1967. Mas foi em São Paulo, no quartel de Quitaúna, para onde pediu
transferência em 1965, que Lamarca, fez sua opção revolucionária. Na época,
Lamarca acompanhava com grande interesse o grupo de ex-sargentos que,
inicialmente vinculado ao Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), uniu-se
a um setor dissidente da Política Operária (POLOP) e deu origem à Vanguarda
Popular Revolucionária (VPR). Já como membro da VPR, Lamarca realizou uma ação
de expropriação no quartel de Quitaúna em 24 de janeiro de 1969 em que levou 63
fuzis, metralhadoras e muita munição. Sua ideia era seguir imediatamente para
uma região onde pudesse preparar a guerrilha, o que o obrigou, de imediato, a
separar-se da mulher e dos filhos, enviados para Cuba, via Itália, no mesmo dia
de sua deserção. Em abril de 1971, no processo de "diluição" da VPR,
ingressou no Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). No mês de junho,
Lamarca foi para o sertão da Bahia, no município de Brotas de Macaúbas, com a
finalidade de estabelecer uma base da organização no interior para organizar a
guerrilha camponesa. Com a prisão em Salvador, em agosto, de um militante que
conhecia seu paradeiro e a localização de um aparelho onde encontrava-se sua
companheira, a psicóloga paulista Iara Iavelberg, os órgãos de segurança
iniciaram o cerco à região. A companheira de Lamarca, Iara, foi assassinada por
agentes do governo em um apartamento no bairro da Pituba, em Salvador, no dia
20 de agosto de 1971. O regime militar sempre sustentou que ela cometeu
suicídio após o cerco policial, o que foi desmentido pelas investigações
posteriores. Hoje há provas suficientes de que foi mais uma mentira do governo
da época. Dentre suas ações contra a ditadura, está o sequestro do embaixador
suíço Giovanni Bucher, em 1970, que resultou na libertação de 70 presos
políticos dos porões da ditadura, além de vários assaltos a bancos para financiar
as ações do grupo armado. Viveu quase um ano clandestino em São Paulo,
participando de ações de guerrilha urbana, até se instalar no Vale do Ribeira,
com um reduzido grupo de militantes, para realizar treinamentos militares. O
local foi descoberto pelos órgãos de segurança em abril de 1970 e cercado por
tropas do Exército e da Polícia Militar. Uma gigantesca operação de cerco se
prolongou por 41 dias, mas, após dois choques armados, o pequeno grupo
guerrilheiro, sob a liderança do capitão rebelde, conseguiu escapar rumo a São
Paulo. Em março de 1971, seis meses antes de sua morte, desligou-se da VPR para
se integrar ao Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), que o deslocou
para o sertão da Bahia, no município de Brotas de Macaúbas, com a finalidade de
estabelecer uma base da organização naquela região. Em 17 de setembro de 1971,
Lamarca foi fuzilado por integrantes da “Operação Pajuçara”, em Ipupiara, no
interior da Bahia. Essa operação, iniciada em agosto de 1971, entrou para a
história como uma das mais violentas, sobretudo em Buritis, que se tornou à
época um verdadeiro campo de concentração, com torturas e assassinatos em praça
pública, diante da população. Lamarca tinha 34 anos quando morreu. Apesar de
todas as nossas diferenças com Lamarca, a VPR e o MR-8 o incontestável heroísmo
na luta contra a ditadura militar, fazem dele um herói dos trabalhadores
brasileiros e de sua vanguarda comunista. A LBI, que se mantém firme no combate
por desmascarar a democracia dos ricos como uma face da ditadura do capital e
dedica o melhor de suas forças à construção do Partido Revolucionário,
espelha-se no exemplo inquebrantável de Lamarca que, apesar dos erros
programáticos, não traiu a causa que defendia, morreu em combate e pagou com a
sua própria vida na luta contra os gorilas genocidas! Nossa melhor homenagem a
esse herói da luta do proletariado contra a ditadura militar é manter o combate
ao capitalismo enfrentando a farsa da democracia dos ricos!