O Brasil foi sacudido hoje por manifestações multitudinárias
contra o fascista Bolsonaro, com o eixo “#elenão”. O justo ódio popular contra
o representante da extrema-direita entretanto foi capitalizado para uma
política de conciliação de classes que concretamente significou em um chamado a
todas as candidaturas burguesas, do PT ao PSDB, passado por Ciro e Marina, a se
unirem contra “ele”. Longe de uma frente de luta contra o fascismo vimos nesse
dia 29 de setembro a formação de uma frente burguesa entre as candidaturas da
esquerda e do centro, com PT e PSOL no comando dessa orientação de pacto com os
representantes do capital.
Nos atos massivos, principalmente no Rio de Janeiro e em São
Paulo, essa política foi levada a cabo de forma cristalina, inclusive abrindo-se
o palanque para as falas de representantes da direita como Kátia Abreu e mesmo
Marina Silva. Esse fato demonstra que essa política da Frente Popular é um
bloqueio a luta direta dos trabalhadores contra o fascismo. Trata-se de uma
prévia do que pode ser o governo de Haddad (PT), que chamou até o PSDB para
fazer uma gestão de “união nacional” para levar adiante o ajuste neoliberal.
A LBI interveio nessas manifestações com um eixo político
distinto, denunciando todas as candidaturas burguesas e em especial a política
do PT e do PSOL que bloqueia o enfrentamento da classe operária com os
fascistas (Bolsonaro) e seus aliados (Alckmin, Ciro, Marina, Dias, Meireles, Daciolo). Nossas colunas militantes
distribuíram centenas de panfletos e jornais com o eixo “Saída para crise não é
Eleição nem Conciliação! Nosso combate é pela Revolução!”, que também estava
inscrito em nossa faixa.
Coluna da LBI em defesa de uma política revolucionária
em oposição a colaboração de classes!
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É preciso registrar que outros agrupamentos políticos que se
declaram contrários a essa política de colaboração de classes ficaram
completamente acovardados diante da pressão da frente popular. O MRT, por
exemplo, em momento algum denunciou diretamente o PT e o PSOL como responsáveis
por essa política de sabotagem da luta direta, apenas limitando-se a declarar
diplomaticamente que “Não vamos marchar com golpistas e a direita
latifundiária”. Por sua vez, o PSTU teve como centro a política distracionista
de “#Elenão! Contra Bolsonaro, o machismo e a exploração! Vamos fazer a
Rebelião!”, ou seja, nem sequer nominou os demais candidatos burgueses e, muito
menos, denunciou a política de Haddad (PT) que através destas manifestações
policlassistas visa construir a base para um governo futuro governo de centro
para gerenciar os negócios da burguesia em nosso país. O balanço que os Marxistas Revolucionários fazem desse
“29-S” é que apesar das manifestações multitudinárias que cortaram o país,
esteve ausente uma política revolucionária contra a conciliação de classes.
Dentro de suas modestas forças a LBI marchou independente denunciando o circo
eleitoral fraudado da democracia dos ricos, convocando a vanguarda classista a
levarem adiante um boicote ativo a esta farsa do apodrecido regime burguês!