O PT É O GRANDE AVALISTA DO CIRCO ELEITORAL FRAUDADO: HADDAD
SINALIZA PARA O “DEUS MERCADO” UM GOVERNO DE CENTRO-ESQUERDA BURGUÊS ATÉ COM O PSDB, COMPROMETIDO COM O AJUSTE NEOLIBERAL DOS RENTISTAS
As atuais eleições presidenciais brasileiras, que ocorrem
dois anos após um golpe parlamentar, são uma fraude completa. Não somente
segundo os critérios clássicos do Marxismo (manipulação midiática, total
controle dos grandes capitalistas, nenhum traço de soberania popular), mas
também em seus aspectos mais concretos e prosaicos. O candidato de maior
preferência popular, Lula (PT), encontra-se impedido de ser eleito pela
ditadura do Judiciário, com o Juiz Moro e a Lava Jato impondo sua prisão e
inelegibilidade. Abaixo dele, o neofascismo cresce apoiado pela mídia e no
lastro de um “atentado” nebuloso que garantiu uma vaga para Bolsonaro no 2º
turno, deixando-o no hospital desde então. O uso das urnas “roubotrônicas”
podem definir quem ganha e quem perde, generais se pronunciam em favor da
intervenção direta das FFAA. O PT, em nome da “normalidade democrática”,
avaliza esse circo eleitoral e apresenta um homem afinado com o mercado para
substituir Lula, um quadro petista que está à direita das próprias posições do
partido, como Haddad demonstrou na entrevista na Jornal Nacional e nas sabatinas da Folha de São Paulo-UOL-SBT e hoje na do G1-CBN, sinalizando inclusive para um
governo de “união nacional” até mesmo com o PSDB e com homens indicado pelo
rentismo. Nesse “vácuo” as pesquisas de opinião completamente manipuladas ditam
a “vontade popular” e montam um cenário em que duas candidaturas de “centro”
(Haddad e Ciro) se apresentam opções da burguesia para a disputa em 7 de
Outubro contra Bolsonaro. Ainda é cedo para “bater o martelo” em um quadro tão
instável e polarizado, as supostas “investigações” da PF sobre o atendado a
Bolsonaro podem gerar desdobramentos em direções distintas no cenário político.
O que fica evidente é que o PT pôs em marcha um movimento não só de legitimar
as eleições golpistas como de apresentar seu candidato ultra-moderado como um
homem completamente confiável as grandes corporações, com Haddad defendendo
abertamente a Lava Jato, sem qualquer crítica como balbucia a direção petista
em dias de festa. Nem sequer se comprometer com o indulto a Lula se eleito
Haddad o fez. Sempre alertamos que a burguesia e o imperialismo deram o golpe
parlamentar porque o governo Dilma patinava nos ritmos do ajuste neoliberal,
não fazendo sentido o retorno do PT nas eleições presidenciais atuais, mas
apenas após um ciclo de duro ataque aos trabalhadores e suas conquistas, com um
governo de direta forte, tipo Alckmin. Essa análise mantém toda sua correção
mas deve ser “atualizada” dia a dia. Com Lula fora da disputa e o PT
legitimando as eleições golpistas, aliando-se aos estados com as oligarquias
reacionários (PSB, PDT, MDB) e quadros que sustentam o governo Temer (Eunício,
Renan), fica evidente que a classe dominante se sentiu com mais “liberdade”
para escolher seu novo gerente a frente do Planalto, onde os votos populares
são apenas um “detalhe”. Com uma crise econômica profunda, um desemprego
galopante e um país à deriva é preciso agir com “inteligência” pensam seus
estrategistas. Esse é justamente o sentido das pesquisas eleitorais que colocam
Bolsonaro na ponta com Haddad e Ciro empatados, com o candidato do PT tendo
inclusive um crescimento bem maior em potencial. A Família Marinho e seus
satélites, os barões do capital, os representantes dos grandes grupos financeiros
e do agronegócio junto com os estrategistas do Departamento de Estado ianque
estão nesse momento planejando quem será “ungido” ao governo central para
desatar o plano de guerra contra o povo. Aparentemente será um nome de “centro”
da burguesia o escolhido, a não ser que a opção seja o frágil Bolsonaro para
transitar em breve para um governo neoBonapartista tutelado pelas FFAA e o
Judiciário. Se não for esse o caminho, seria mais “lógico” Ciro Gomes, que tem
como vice a latifundiária Kátia Abreu e comanda uma oligarquia no Ceará com
lanços sólidos com o capital. Entretanto nesse cenário de “centro-esquerda” vem
aparecendo com força o nome de Haddad que substituiu Lula. O ex-prefeito de São
Paulo não se cansa em se mostrar um “homem de diálogo” inclusive elogiando o
atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, ligado ao Itaú, além de se comprometer
em levar a frente as privatizações, a reforma da previdência e outras pautas
chaves para o capital, como Haddad reafirmou na sabatina de hoje da CBN-G1. Não
nos surpreenderia que Haddad pudesse ser um nome do PT que no futuro possa até
mesmo romper com Lula como ocorreu no Equador, onde Rafael Correia elegeu Lenin
Moreno como seu sucessor. Este após assumir a presidência rompeu com seu
“padrinho político” e aliou-se incondicionalmente ao imperialismo contra
Correia. O ex-presidente tem uma ordem de prisão expedida contra si por um
conluio entre Lenin Moreno e a Justiça equatoriana, hoje vive na Bélgica para
não ser detido. Nesse jogo burguês sujo nada pode ser descartado a priori. No
picadeiro do circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos, Haddad, Ciro,
Bolsonaro e seus afins são todas opções da burguesia contra os trabalhadores,
tem diferenças de “estilos”, ritmos e graus mas estão unidos no compromisso da
aplicação do plano de guerra do capital contra os trabalhadores. Nesse momento
em que a Frente Popular faz pressão pelo “voto útil” em Haddad para derrotar o
neofascista Bolsonaro nas urnas, os Marxistas Revolucionários declaram em alto
e bom som que o fascismo se derrota na luta direta do proletariado e não
patrocinando ilusões na democracia burguesa, muito menos no suposto “mal menor”
representado pelo PT completamente comprometido com os ditames do grande
capital. O “estelionato eleitoral” com Dilma em 2014 que começou a aplicar um
duro programa neoliberal contra tudo que prometia em campanha deve ter sido uma
lição para os que ainda tinha ilusões na Frente Popular. No curso destas
eleições golpistas “tudo pode ocorrer” menos que elas sejam um ponto de apoio da
luta dos trabalhadores contra os ataques da burguesia e seus lacaios. Nesse
sentido, o chamado ao Boicote ativo ao circo eleitoral é uma tarefa fundamental
que se coloca na ordem do dia!