terça-feira, 18 de setembro de 2018

O PT É O GRANDE AVALISTA DO CIRCO ELEITORAL FRAUDADO: HADDAD SINALIZA PARA O “DEUS MERCADO” UM GOVERNO DE CENTRO-ESQUERDA BURGUÊS ATÉ COM O PSDB, COMPROMETIDO COM O AJUSTE NEOLIBERAL DOS RENTISTAS


As atuais eleições presidenciais brasileiras, que ocorrem dois anos após um golpe parlamentar, são uma fraude completa. Não somente segundo os critérios clássicos do Marxismo (manipulação midiática, total controle dos grandes capitalistas, nenhum traço de soberania popular), mas também em seus aspectos mais concretos e prosaicos. O candidato de maior preferência popular, Lula (PT), encontra-se impedido de ser eleito pela ditadura do Judiciário, com o Juiz Moro e a Lava Jato impondo sua prisão e inelegibilidade. Abaixo dele, o neofascismo cresce apoiado pela mídia e no lastro de um “atentado” nebuloso que garantiu uma vaga para Bolsonaro no 2º turno, deixando-o no hospital desde então. O uso das urnas “roubotrônicas” podem definir quem ganha e quem perde, generais se pronunciam em favor da intervenção direta das FFAA. O PT, em nome da “normalidade democrática”, avaliza esse circo eleitoral e apresenta um homem afinado com o mercado para substituir Lula, um quadro petista que está à direita das próprias posições do partido, como Haddad demonstrou na entrevista na Jornal Nacional e nas sabatinas da Folha de São Paulo-UOL-SBT e hoje na do G1-CBN, sinalizando inclusive para um governo de “união nacional” até mesmo com o PSDB e com homens indicado pelo rentismo. Nesse “vácuo” as pesquisas de opinião completamente manipuladas ditam a “vontade popular” e montam um cenário em que duas candidaturas de “centro” (Haddad e Ciro) se apresentam opções da burguesia para a disputa em 7 de Outubro contra Bolsonaro. Ainda é cedo para “bater o martelo” em um quadro tão instável e polarizado, as supostas “investigações” da PF sobre o atendado a Bolsonaro podem gerar desdobramentos em direções distintas no cenário político. O que fica evidente é que o PT pôs em marcha um movimento não só de legitimar as eleições golpistas como de apresentar seu candidato ultra-moderado como um homem completamente confiável as grandes corporações, com Haddad defendendo abertamente a Lava Jato, sem qualquer crítica como balbucia a direção petista em dias de festa. Nem sequer se comprometer com o indulto a Lula se eleito Haddad o fez. Sempre alertamos que a burguesia e o imperialismo deram o golpe parlamentar porque o governo Dilma patinava nos ritmos do ajuste neoliberal, não fazendo sentido o retorno do PT nas eleições presidenciais atuais, mas apenas após um ciclo de duro ataque aos trabalhadores e suas conquistas, com um governo de direta forte, tipo Alckmin. Essa análise mantém toda sua correção mas deve ser “atualizada” dia a dia. Com Lula fora da disputa e o PT legitimando as eleições golpistas, aliando-se aos estados com as oligarquias reacionários (PSB, PDT, MDB) e quadros que sustentam o governo Temer (Eunício, Renan), fica evidente que a classe dominante se sentiu com mais “liberdade” para escolher seu novo gerente a frente do Planalto, onde os votos populares são apenas um “detalhe”. Com uma crise econômica profunda, um desemprego galopante e um país à deriva é preciso agir com “inteligência” pensam seus estrategistas. Esse é justamente o sentido das pesquisas eleitorais que colocam Bolsonaro na ponta com Haddad e Ciro empatados, com o candidato do PT tendo inclusive um crescimento bem maior em potencial. A Família Marinho e seus satélites, os barões do capital, os representantes dos grandes grupos financeiros e do agronegócio junto com os estrategistas do Departamento de Estado ianque estão nesse momento planejando quem será “ungido” ao governo central para desatar o plano de guerra contra o povo. Aparentemente será um nome de “centro” da burguesia o escolhido, a não ser que a opção seja o frágil Bolsonaro para transitar em breve para um governo neoBonapartista tutelado pelas FFAA e o Judiciário. Se não for esse o caminho, seria mais “lógico” Ciro Gomes, que tem como vice a latifundiária Kátia Abreu e comanda uma oligarquia no Ceará com lanços sólidos com o capital. Entretanto nesse cenário de “centro-esquerda” vem aparecendo com força o nome de Haddad que substituiu Lula. O ex-prefeito de São Paulo não se cansa em se mostrar um “homem de diálogo” inclusive elogiando o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, ligado ao Itaú, além de se comprometer em levar a frente as privatizações, a reforma da previdência e outras pautas chaves para o capital, como Haddad reafirmou na sabatina de hoje da CBN-G1. Não nos surpreenderia que Haddad pudesse ser um nome do PT que no futuro possa até mesmo romper com Lula como ocorreu no Equador, onde Rafael Correia elegeu Lenin Moreno como seu sucessor. Este após assumir a presidência rompeu com seu “padrinho político” e aliou-se incondicionalmente ao imperialismo contra Correia. O ex-presidente tem uma ordem de prisão expedida contra si por um conluio entre Lenin Moreno e a Justiça equatoriana, hoje vive na Bélgica para não ser detido. Nesse jogo burguês sujo nada pode ser descartado a priori. No picadeiro do circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos, Haddad, Ciro, Bolsonaro e seus afins são todas opções da burguesia contra os trabalhadores, tem diferenças de “estilos”, ritmos e graus mas estão unidos no compromisso da aplicação do plano de guerra do capital contra os trabalhadores. Nesse momento em que a Frente Popular faz pressão pelo “voto útil” em Haddad para derrotar o neofascista Bolsonaro nas urnas, os Marxistas Revolucionários declaram em alto e bom som que o fascismo se derrota na luta direta do proletariado e não patrocinando ilusões na democracia burguesa, muito menos no suposto “mal menor” representado pelo PT completamente comprometido com os ditames do grande capital. O “estelionato eleitoral” com Dilma em 2014 que começou a aplicar um duro programa neoliberal contra tudo que prometia em campanha deve ter sido uma lição para os que ainda tinha ilusões na Frente Popular. No curso destas eleições golpistas “tudo pode ocorrer” menos que elas sejam um ponto de apoio da luta dos trabalhadores contra os ataques da burguesia e seus lacaios. Nesse sentido, o chamado ao Boicote ativo ao circo eleitoral é uma tarefa fundamental que se coloca na ordem do dia!