Em um atentado terrorista ainda envolto em circunstâncias
muito "estranhas", para falar apenas o mínimo, o candidato
neofascista Bolsonaro foi alvo de uma "facada", aparentemente
desferida por uma pessoa com "distúrbios" mentais. Não há nada
conclusivo neste atentado, sequer podemos afirmar que assumiu a gravidade letal
com que a mídia corporativa tratou o fato. Sabemos historicamente que os
"barões murdochianos" são capazes de produzir qualquer "fake
news", e esta constatação não faz parte de qualquer adesão as
"teorias da conspiração", utilizada sempre para desqualificar as
denúncias feitas pela esquerda revolucionária. Pela grande dimensão política do
atentado, só podemos garantir uma questão, se foi "fabricado"
artificialmente partiu de uma iniciativa do regime burguês em seu conjunto (polícia,
justiça e forças armadas), e com o apoio "logístico" da Rede Globo,
não podemos desconsiderar que Bolsonaro reuniu-se com a famiglia Marinho uma
semana antes da suposta agressão a sua integridade física. A grande mídia vem
insinuando "levemente" que o autor do ataque ao candidato fascista
teria simpatias pela esquerda, embora em outras abordagens faça referência a
uma relação com as posições defendidas pelo Cabo Daciolo, até o momento a
Polícia Federal não colheu o depoimento de Adélio Bispo, protagonista da
agressão contra o ultrarreacionário candidato a presidente pelo PSL. Para além
das obviedades, é absolutamente lógico que nenhuma organização de esquerda ou
mesmo militantes lúcidos do movimento de massas praticaria atos violentos
desconectados, sem que correspondesse a uma ação de autodefesa da classe
trabalhadora. Porém se um ato "tresloucado" como este (no caso de ter
sido uma iniciativa pessoal de Adélio), que joga água no moinho da candidatura
de Bolsonaro ao Planalto, não pode contar com o aval político da esquerda
revolucionária, outra posição completamente distinta é sair se solidarizando
com o fascista, em nome da democracia dos ricos e seu circo eleitoral. Que o
PT, PCdoB, PSOL e PCO, como partidos de
esquerda totalmente integrados ao regime burguês, façam a apologia da "paz
social" e repudiem genericamente a "violência", como forma de
não abalar a estabilidade do modo de produção capitalista, nada mais coerente e
lógico para reforçar a política da colaboração de classes. Mas para a esquerda
que se reivindica revolucionária, defender Bolsonaro contra um ataque de um
outro energúmeno direitista, ou mesmo um marionete de forças políticas ainda
mais sinistras, revela um altíssimo grau de degeneração ideológica e
programática. Correntes revisionistas como PSTU, MRT, "Resistência" e
CST (estes últimos satélites externos e internos do PSOL), justificaram sua
"condenação" ao ataque imputando um suposto caráter
"democrático" ao fascista Bolsonaro, arrolando o fato do mesmo estar
concorrendo às eleições, por uma via de "normalidade institucional",
em outras palavras Bolsonaro é candidato merecendo portanto um
"tratamento" democrático e republicano. A participação nas eleições
parlamentares produziria uma espécie de "salvo conduto" para estes
fascistas. Nós os Marxistas Revolucionários levantamos posições radicalmente
diferentes das defendidas pela esquerda revisionista, não separamos as eleições
gerais do processo abrangente da luta de classes, por isso mesmo dispensamos o
mesmo tratamento político para um fascista, seja ele candidato ou não. Em uma
situação específica como deste atentado, onde todos os elementos não estão
suficientemente claros, nós Trotskistas adotamos uma posição muito semelhante a
que adotamos no "11 de Setembro de 2001", mais conhecido como o
ataque às torres gêmeas em New York: "Não condenamos e nem apoiamos o
ataque terrorista a um centro da reação", guardadas as proporções
históricas dos dois fatos, a postura política correta no momento deve ser a
mesma. Não podemos fazer nenhuma "deferência" a democracia dos ricos
e a normalidade de suas instituições burguesas.