A FARSA DO FALSO "ESQUERDISMO" DO PCO ACERCA DO
"#ELENÃO": UMA CORTINA DE FUMAÇA PARA ENCOBRIR SUA RENDIÇÃO A
POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO PT
Desde que se deixou corromper materialmente pelo peso
estatal da Frente Popular, o PCO vem criando um cenário politicamente
imaginário, onde o PT e Lula seriam os principais protagonistas da "luta
revolucionária" contra a ofensiva neoliberal que se catalisou
drasticamente com o golpe institucional sofrido pelo governo Dilma Rousseff.
Segundo o PCO, da noite para o dia, os governos centrais do PT passaram de
"representantes dos banqueiros e do FMI" para "a expressão da
luta popular contra o golpe". É neste mundo visionário de ilusões que para
o PCO, Lula teria se transformado de um "burocrata traidor " a uma "liderança popular" que
deve ser seguida incondicionalmente, onde chegam até a acusar a maioria dos
dirigentes petistas de "infidelidade" com o ex-presidente, tal a
devoção que agora prestam a Lula. Como "lulistas de puro sangue" o
PCO tem seguidamente encoberto a política de colaboração de classes do PT e
seus governos, suas alianças com setores mais reacionários das classes
dominantes e fundamentalmente a plataforma neoliberal adotada que escancarou as
portas para o golpe da direita contra sua própria gerência estatal. Nestas
eleições, onde "juraram" que só apoiariam Lula e nenhum outro
candidato a presidente indicado pelo PT, se meteram em um beco sem saída. Como
Lula foi impedido de disputar a corrida pelo Planalto, por uma imposição
autocrática do novo establishment que hoje controla o regime político de
conjunto, ele mesmo apontou seu substituto nas eleições: Haddad tem o perfil
político perfeito do "neoliberal de esquerda" que poderia ser
"digerido" pelo atual regime de exceção. Como passaram o ano todo
repetindo que "eleição sem Lula é fraude" (um bordão criado pelo
próprio PT), o PCO agora se sente "constrangido" em apoiar Haddad,
apesar de estar metido até a medula nestas mesmas eleições fraudulentas, com
uma série de candidatos inexpressivos e "colhidos no pomar" da Frente
Popular. Então para barganhar um apoio indireto a Haddad, já que grande parte
dos seus "militantes" estão engajados na campanha presidencial do
ex-prefeito de São Paulo, o PCO resolveu atirar a esmo em supostos
"adversários" de esquerda e de direita do PT, com o foco principal no
PSOL e no segundo plano no PSDB de Alckmin. Em seu diário virtual na internet o
PCO classificou o movimento "#ELE NÃO" como uma criação política de
tucanos e do PSOL para tirar Haddad do segundo turno, já que não consideram o
ultrarreacionário Bolsonaro como uma ameaça real e tampouco fascista. Nesta
ficção criada pelo PCO, o PT não seria o principal impulsionador do "#ELE
NÃO", escandalosamente também omitem o apelo feito pelo próprio Lula a formação de uma
nova frente de conciliação de classes, onde caberiam Ciro Gomes, os tucanos e
uma grande leva de golpistas da antiga "base aliada". Se é verdade
que Alckmin também quer surfar no "29S", é cômico tentar "tapar
o sol com a peneira" desconhecendo que foram as lideranças sociais do PT
que pariram o "#ELE NÃO" com a concepção de um movimento de mulheres
policlassista e com um tênue conteúdo de combate somente eleitoral a ofensiva
fascista, personificada na candidatura do "Bolsonazi". Mas como o PCO
desconhece historicamente a ofensiva reacionária mundial, na medida que
saudaram a derrubada da antiga URSS como um "fenômeno revolucionário",
apoiaram a queda do regime nacionalista da Líbia pelas mãos da OTAN com a
justificativa que "Kadafi era um ditador", nada mais justo do
desconsiderar o perigo da escalada fascista hoje no Brasil. Neste ponto o PCO e
PSTU convergem na mesma posição, apesar de estarem em pólos antagônicos no
espectro da esquerda: a eleição de Bolsonaro não interessaria a burguesia, já
que seria um "governo fraco" e portanto mais fácil de ser combatido
pelas massas... É onde o falso esquerdismo se encontra com o ultra oportunismo
e nos faz lembrar o "Terceiro Período" da III Internacional
stalinizada. "Os dias em que os estrategistas da I. C. proclamaram que a
vitória de Hitler era apenas um passo em direção à vitória de Thaelmann
(dirigente do Partido Comunista Alemão) estão bem distantes.", nos
lembrava Trotsky no Programa de Transição, agora o "teórico" Rui
Pimenta quer nos convencer que o círculo fascista de Bolsonaro não representa
ameaça alguma ao movimento operário, segundo o PCO é "apenas um
espantalho". Porém os Marxistas sabem muito bem que o terreno de combate
frontal ao fascismo não se dá no campo eleitoral e muito menos com a política
policlassista da Frente Popular, seja no movimento de mulheres ou na luta do
proletariado. Não podemos nos esquecer que o stalinismo após sua fase "esquerdista"
de omissão criminosa do combate ao fascismo, foi quem formulou a
"teoria" da colaboração de classes da Frente Popular, tendo como
porta voz George Dimitrov um dos dirigentes da Internacional Comunista. Por
estas razões não avalizamos o programa sem nenhum conteúdo classista posto para
o "#ELE NÃO", impulsionado pelo PT, porém marcharemos separados e
golpearemos juntos na proporção de debilitar a ofensiva fascista, não somente
na trincheira eleitoral mas sim na perspectiva da revolução socialista!