PF PEDE MAIS TEMPO PARA “INVESTIGAR” ATENTADO CONTRA
BOLSONARO: ESTÁ EM CURSO UM ARMAÇÃO CONTRA O PT OU UMA MANOBRA PARA FRAGILIZAR
A CANDIDATURA DO NEOFASCISTA?
As “investigações” da PF sobre o atendado a Bolsonaro podem
gerar desdobramentos em direções distintas no caótico cenário político nacional.
Em um quadro tão instável e polarizado como o que marcam as eleições
presidenciais brasileiras, recheadas por componentes evidentes de fraudes
clássicas e prosaicas no lastro de um cenário de profunda crise do regime
político devido ao golpe parlamentar ocorrido em 2016, tudo literalmente pode
ocorrer. Se o alto-comando da PF, ligado diretamente a CIA, em conjunto com a
Famiglia Marinho, representante do imperialismo ianque em nosso país,
resolverem incriminar o PT ao estilo do sequestro de Abílio Diniz em 1989
contra a candidatura Lula, o golpe será contra Haddad, podendo ter vários
caminhos políticos a seguir. Como se recorda, nas eleições de 1989, procurou-se
vincular ao PT com o sequestro do empresário Abílio Diniz, então dono do grupo
Pão de Açúcar. Presos no cativeiro de Diniz usando camisas da campanha de Lula,
os envolvidos no sequestro do empresário disseram depois que a Polícia os
obrigou a vestir as roupas. O mesmo pode ser feito agora via uma ofensiva policial-midiática contra Haddad e a Frente Popular. A operação Lava Jato tramada pelo
imperialismo via o Juiz Moro mostrou bem como esse planejamento da classe dominante é científico
ao prenderem e tornarem Lula inelegível com o aval da Corte Suprema. Caso os
barões da mídia e os rentistas desejem “substituir” Bolsonaro por Alckmin ou
mesmo Ciro (mais estáveis do ponto de vista da classe dominante) na reta final da campanha para em um 2º turno derrotar o PT com mais
tranquilidade o alvo será o neofascista, basta acusá-lo de ter fabricado um
auto-atentado, com a mídia martelando essa tese dias afins. Por fim, se
desejarem apostar na polarização Haddad versus Bolsonaro para melhor chantagear
os dois, como vem fazendo até agora os representantes do “Deus Mercado”, fica a
versão que tudo não passou de um ato isolado de um “lobo solitário”. O dado
novo nesse picadeiro manipulado como um teatro de bonecos mamulengos é que a Polícia
Federal pediu à Justiça a prorrogação, por mais 15 dias, do inquérito que
investiga o atentado contra o deputado federal Jair Bolsonaro, ocorrido no dia
6 de setembro, em Juiz de Fora. De acordo com o delegado Regional de Combate ao
Crime Organizado de Minas Gerais, Rodrigo Morais, perícias ainda estão sendo
feitas no material que foi apreendido em posse do agressor confesso Adélio
Bispo de Oliveira. Todo material apreendido durante as investigações - um
notebook, quatro aparelhos celulares e documentos, além de computadores de uma
lan house - está sendo periciado na superintendência da PF, na capital mineira.
O agressor de Bolsonaro foi indiciado no dia 7 pela PF pelo crime de “atentado
pessoal por inconformismo político” com base no artigo 20 da Lei de Segurança
Nacional. Nesta semana, a PF voltou a ouvir o agressor, preso em penitenciária
de Campo Grande. Já alertamos anteriormente tratar-se de um atentado terrorista
envolto em circunstâncias muito “estranhas”, para falar apenas o mínimo.
Bolsonaro teria sido alvo de uma “facada”, aparentemente desferida por uma
pessoa com “distúrbios” mentais. Não há nada conclusivo neste atentado, sequer
podemos afirmar que assumiu a gravidade letal com que a mídia corporativa
tratou o fato. Sabemos historicamente que os “barões murdochianos” são capazes
de produzir qualquer “fake News”, e esta constatação não faz parte de qualquer adesão
as “teorias da conspiração”, utilizada sempre para desqualificar as denúncias
feitas pela esquerda revolucionária. Pela grande dimensão política do atentado,
só podemos garantir uma questão, se foi “fabricado” artificialmente partiu de
uma iniciativa do regime burguês em seu conjunto (polícia, justiça e forças
armadas), e com o apoio “logístico” da Rede Globo, não podemos desconsiderar
que Bolsonaro reuniu-se com a Famiglia Marinho uma semana antes da suposta
agressão a sua integridade física. A grande mídia vem insinuando “levemente”
que o autor do ataque ao candidato fascista teria simpatias pela esquerda,
embora em outras abordagens faça referência a uma relação com as posições
defendidas pelo Cabo Daciolo. Para além das obviedades, é absolutamente lógico
que nenhuma organização de esquerda ou mesmo militantes lúcidos do movimento de
massas praticaria atos violentos desconectados, sem que correspondesse a uma
ação de autodefesa da classe trabalhadora. No dia do atentado declaramos que um
ato “tresloucado” como este (no caso de ter sido uma iniciativa pessoal de
Adélio), que joga água no moinho da candidatura de Bolsonaro ao Planalto, não
poderia contar com o aval político da esquerda revolucionária, outra posição
completamente distinta seria solidarizar-se com o fascista, em nome da
democracia dos ricos e seu circo eleitoral, como fez grande parte da esquerda
naquele momento. Agora, fica evidente que o novo prazo solicitado pela PF tem
um claro componente político e golpista. Mais 15 dias para “investigações”
significa dizer que a conclusão do inquérito ocorrerá as vésperas das eleições
de 07 de Outubro. Tendo um debate na Rede Globo anunciado para o dia 04 de
Outubro, tudo pode ocorrer, abater Haddad para consolidar Bolsonaro, abrir
caminho para Alckmin ou mesmo Ciro liquidando o neofascista, fechar acordos com
o PT ou com o próprio neofascista para garantir um duro ajuste neoliberal. A
mídia tem campo livre junto com os institutos de pesquisa para erguer
candidaturas assim como para demoli-las, ou seja, a burguesia move seus peões
como melhor lhe convém. Como denunciamos, nesse circo eleitoral fraudado da
democracia dos ricos o “voto popular” tem apenas um sentido figurativo não
expressa qualquer “soberania cidadã” mesmo que segundo os conceitos burgueses,
ainda mais com as urnas eletrônicas que podem alterar o resultado via comando
de software. Essa manipulação escandalosa de dados das pesquisas e dos
resultados das urnas eletrônicas é resultado do controle que a burguesia e as
oligarquias regionais têm dos “institutos de pesquisa” e da própria totalização
virtual das urnas, sem que haja qualquer comprovação física dos votos ou
possibilidade de recontagem com cédulas de papel impressas. A introdução da
urna eletrônica no Brasil, sem a menor comprovação do voto físico (fato ímpar
em todo o mundo), facilitou enormemente a fraude eleitoral que tem sua primeira
manifestação nas pesquisas dos “institutos”. Brizola que pode demonstrar e
desmontar em 1982 a fraude armada contra ele pelo IBOPE e pela empresa “Proconsult”,
responsável a época pela totalização das urnas físicas do Rio de Janeiro, não
cansava de afirmar o caráter farsesco dos tais "institutos", mesmo
que fosse impotente para evitar a recorrência do estelionato político praticado
largamente pelos “IBOPE's” que se duplicaram pelo país a fora. Agora em 2018,
mais vez podemos constatar facilmente como os “institutos” manipulam os dados
reais. Candidatos à presidência da república sem a menor expressão política ou
densidade eleitoral aparecem na parte de cima das pesquisas e por consequência
acabam induzindo o eleitorado a “ratificar” a fraude. Basta o IBOPE divulgar
sua mais nova pesquisa no Jornal Nacional da Globo, para a “mentira logo se
tornar verdade”. Desgraçadamente a esquerda reformista, crédula na lisura do
regime da democracia dos ricos, “compra” integralmente a versão da “última
pesquisa” do mercado e logo sai "teorizando" sobre os resultados. A
LBI alerta mais uma vez que o projeto político contemporâneo da burguesia
nacional continua sendo o de aprofundar o golpe parlamentar, iniciando a
transição para um regime de exceção bonapartista, onde a formalidade
institucional das próprias eleições presidenciais podem ser levadas "as
favas", como diria o Ministro (coronel) Jarbas Passarinho diante da promulgação
do AI 5 em 1968. A Famiglia Marinho e
seus satélites, os barões do capital, os representantes dos grandes grupos
financeiros e do agronegócio junto com os estrategistas do Departamento de
Estado ianque estão nesse momento planejando quem será “ungido” ao governo
central para desatar o plano de guerra contra o povo. Cabe aos trabalhadores e
sua vanguarda política mais esclarecida tirar as lições do circo montado onde o
povo trabalhador é o verdadeiro palhaço eleitoral, denunciando mais um capítulo
do golpe em curso. Contra as ilusões na democracia burguesa e seus lacaios de
“direita” e “esquerda”, convocamos mais uma vez os agrupamentos políticos
classistas e as correntes marxistas que dispersamente denunciam o circo
eleitoral fraudado da democracia dos ricos a somar forças em uma intervenção
unitária para combater a direita e a Frente Popular nas ruas e nas lutas,
através de uma vigorosa campanha pelo boicote eleitoral ativo!