sexta-feira, 21 de setembro de 2018

PF PEDE MAIS TEMPO PARA “INVESTIGAR” ATENTADO CONTRA BOLSONARO: ESTÁ EM CURSO UM ARMAÇÃO CONTRA O PT OU UMA MANOBRA PARA FRAGILIZAR A CANDIDATURA DO NEOFASCISTA?


As “investigações” da PF sobre o atendado a Bolsonaro podem gerar desdobramentos em direções distintas no caótico cenário político nacional. Em um quadro tão instável e polarizado como o que marcam as eleições presidenciais brasileiras, recheadas por componentes evidentes de fraudes clássicas e prosaicas no lastro de um cenário de profunda crise do regime político devido ao golpe parlamentar ocorrido em 2016, tudo literalmente pode ocorrer. Se o alto-comando da PF, ligado diretamente a CIA, em conjunto com a Famiglia Marinho, representante do imperialismo ianque em nosso país, resolverem incriminar o PT ao estilo do sequestro de Abílio Diniz em 1989 contra a candidatura Lula, o golpe será contra Haddad, podendo ter vários caminhos políticos a seguir. Como se recorda, nas eleições de 1989, procurou-se vincular ao PT com o sequestro do empresário Abílio Diniz, então dono do grupo Pão de Açúcar. Presos no cativeiro de Diniz usando camisas da campanha de Lula, os envolvidos no sequestro do empresário disseram depois que a Polícia os obrigou a vestir as roupas. O mesmo pode ser feito agora via uma ofensiva policial-midiática contra Haddad e a Frente Popular. A operação Lava Jato tramada pelo imperialismo via o Juiz Moro mostrou bem como esse planejamento da classe dominante é científico ao prenderem e tornarem Lula inelegível com o aval da Corte Suprema. Caso os barões da mídia e os rentistas desejem “substituir” Bolsonaro por Alckmin ou mesmo Ciro (mais estáveis do ponto de vista da classe dominante) na reta final da campanha para em um 2º turno derrotar o PT com mais tranquilidade o alvo será o neofascista, basta acusá-lo de ter fabricado um auto-atentado, com a mídia martelando essa tese dias afins. Por fim, se desejarem apostar na polarização Haddad versus Bolsonaro para melhor chantagear os dois, como vem fazendo até agora os representantes do “Deus Mercado”, fica a versão que tudo não passou de um ato isolado de um “lobo solitário”. O dado novo nesse picadeiro manipulado como um teatro de bonecos mamulengos é que a Polícia Federal pediu à Justiça a prorrogação, por mais 15 dias, do inquérito que investiga o atentado contra o deputado federal Jair Bolsonaro, ocorrido no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora. De acordo com o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais, Rodrigo Morais, perícias ainda estão sendo feitas no material que foi apreendido em posse do agressor confesso Adélio Bispo de Oliveira. Todo material apreendido durante as investigações - um notebook, quatro aparelhos celulares e documentos, além de computadores de uma lan house - está sendo periciado na superintendência da PF, na capital mineira. O agressor de Bolsonaro foi indiciado no dia 7 pela PF pelo crime de “atentado pessoal por inconformismo político” com base no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Nesta semana, a PF voltou a ouvir o agressor, preso em penitenciária de Campo Grande. Já alertamos anteriormente tratar-se de um atentado terrorista envolto em circunstâncias muito “estranhas”, para falar apenas o mínimo. Bolsonaro teria sido alvo de uma “facada”, aparentemente desferida por uma pessoa com “distúrbios” mentais. Não há nada conclusivo neste atentado, sequer podemos afirmar que assumiu a gravidade letal com que a mídia corporativa tratou o fato. Sabemos historicamente que os “barões murdochianos” são capazes de produzir qualquer “fake News”, e esta constatação não faz parte de qualquer adesão as “teorias da conspiração”, utilizada sempre para desqualificar as denúncias feitas pela esquerda revolucionária. Pela grande dimensão política do atentado, só podemos garantir uma questão, se foi “fabricado” artificialmente partiu de uma iniciativa do regime burguês em seu conjunto (polícia, justiça e forças armadas), e com o apoio “logístico” da Rede Globo, não podemos desconsiderar que Bolsonaro reuniu-se com a Famiglia Marinho uma semana antes da suposta agressão a sua integridade física. A grande mídia vem insinuando “levemente” que o autor do ataque ao candidato fascista teria simpatias pela esquerda, embora em outras abordagens faça referência a uma relação com as posições defendidas pelo Cabo Daciolo. Para além das obviedades, é absolutamente lógico que nenhuma organização de esquerda ou mesmo militantes lúcidos do movimento de massas praticaria atos violentos desconectados, sem que correspondesse a uma ação de autodefesa da classe trabalhadora. No dia do atentado declaramos que um ato “tresloucado” como este (no caso de ter sido uma iniciativa pessoal de Adélio), que joga água no moinho da candidatura de Bolsonaro ao Planalto, não poderia contar com o aval político da esquerda revolucionária, outra posição completamente distinta seria solidarizar-se com o fascista, em nome da democracia dos ricos e seu circo eleitoral, como fez grande parte da esquerda naquele momento. Agora, fica evidente que o novo prazo solicitado pela PF tem um claro componente político e golpista. Mais 15 dias para “investigações” significa dizer que a conclusão do inquérito ocorrerá as vésperas das eleições de 07 de Outubro. Tendo um debate na Rede Globo anunciado para o dia 04 de Outubro, tudo pode ocorrer, abater Haddad para consolidar Bolsonaro, abrir caminho para Alckmin ou mesmo Ciro liquidando o neofascista, fechar acordos com o PT ou com o próprio neofascista para garantir um duro ajuste neoliberal. A mídia tem campo livre junto com os institutos de pesquisa para erguer candidaturas assim como para demoli-las, ou seja, a burguesia move seus peões como melhor lhe convém. Como denunciamos, nesse circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos o “voto popular” tem apenas um sentido figurativo não expressa qualquer “soberania cidadã” mesmo que segundo os conceitos burgueses, ainda mais com as urnas eletrônicas que podem alterar o resultado via comando de software. Essa manipulação escandalosa de dados das pesquisas e dos resultados das urnas eletrônicas é resultado do controle que a burguesia e as oligarquias regionais têm dos “institutos de pesquisa” e da própria totalização virtual das urnas, sem que haja qualquer comprovação física dos votos ou possibilidade de recontagem com cédulas de papel impressas. A introdução da urna eletrônica no Brasil, sem a menor comprovação do voto físico (fato ímpar em todo o mundo), facilitou enormemente a fraude eleitoral que tem sua primeira manifestação nas pesquisas dos “institutos”. Brizola que pode demonstrar e desmontar em 1982 a fraude armada contra ele pelo IBOPE e pela empresa “Proconsult”, responsável a época pela totalização das urnas físicas do Rio de Janeiro, não cansava de afirmar o caráter farsesco dos tais "institutos", mesmo que fosse impotente para evitar a recorrência do estelionato político praticado largamente pelos “IBOPE's” que se duplicaram pelo país a fora. Agora em 2018, mais vez podemos constatar facilmente como os “institutos” manipulam os dados reais. Candidatos à presidência da república sem a menor expressão política ou densidade eleitoral aparecem na parte de cima das pesquisas e por consequência acabam induzindo o eleitorado a “ratificar” a fraude. Basta o IBOPE divulgar sua mais nova pesquisa no Jornal Nacional da Globo, para a “mentira logo se tornar verdade”. Desgraçadamente a esquerda reformista, crédula na lisura do regime da democracia dos ricos, “compra” integralmente a versão da “última pesquisa” do mercado e logo sai "teorizando" sobre os resultados. A LBI alerta mais uma vez que o projeto político contemporâneo da burguesia nacional continua sendo o de aprofundar o golpe parlamentar, iniciando a transição para um regime de exceção bonapartista, onde a formalidade institucional das próprias eleições presidenciais podem ser levadas "as favas", como diria o Ministro (coronel) Jarbas Passarinho diante da promulgação do AI 5 em 1968. A Famiglia Marinho e seus satélites, os barões do capital, os representantes dos grandes grupos financeiros e do agronegócio junto com os estrategistas do Departamento de Estado ianque estão nesse momento planejando quem será “ungido” ao governo central para desatar o plano de guerra contra o povo. Cabe aos trabalhadores e sua vanguarda política mais esclarecida tirar as lições do circo montado onde o povo trabalhador é o verdadeiro palhaço eleitoral, denunciando mais um capítulo do golpe em curso. Contra as ilusões na democracia burguesa e seus lacaios de “direita” e “esquerda”, convocamos mais uma vez os agrupamentos políticos classistas e as correntes marxistas que dispersamente denunciam o circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos a somar forças em uma intervenção unitária para combater a direita e a Frente Popular nas ruas e nas lutas, através de uma vigorosa campanha pelo boicote eleitoral ativo!