O DATAFOLHA, outro pseudo "instituto" controlado
pelos barões da mídia corporativa, seguiu à risca a orientação da famiglia
Marinho equiparando seus resultados as últimas pesquisas do IBOPE. Há uma
semana das eleições gerais, a possibilidade é remota de uma brusca reviravolta
dos percentuais dos quatro principais candidatos à presidência (Bolsonaro,
Haddad, Ciro e Alckmin), seguindo esta dinâmica podemos abstrair dois elementos
fundamentais: o primeiro é que o segundo turno está praticamente definido entre
o fascista Bolsonaro e o petista neoliberal Haddad, faltando ainda a definição
de qual dos deles largará em primeiro lugar para a disputa final ao Planalto. O
segundo elemento político central revelado pelas pesquisas é o da eliminação
precoce do candidato tucano, Geraldo Alckmin, o ex-queridinho da burguesia e do
imperialismo para triunfar em outubro sobre os possíveis escombros do PT. Este
cenário não se configurou pelo fato da candidatura de Ciro Gomes ter ocupado
todo o espectro do "centro" político do país e a sua direita o
capitão neofascista ter hegemonizado o imenso corredor direitista que varre o
Brasil desde o completo fiasco do segundo mandato de Dilma Rousseff. Pela primeira vez desde o impeachment de Collor, o PSDB não
enfrenta um adversário forte a sua direita, mesmos os tucanos após a "era
FHC", derrotados consecutivamente em quatro eleições
presidenciais (Serra(2), Alckmin e Aécio Neves), nunca tiveram qualquer
preocupação em demarcar espaço com um competidor que se apresentasse como o
" anti-PT". Mas agora a situação eleitoral e política é bastante
distinta, se Alckmin soube "furtar" de Ciro para a coligação tucana o
arco de partidos reacionários chamado de "Centrão", o mesmo não
ocorreu em relação ao próprio eleitorado de direita, que seguiu firme com
Bolsonaro na perspectiva de uma alternativa mais dura para defenestrar o PT. O
"caldo de cultura" do ódio de classe ao PT, identificado distorcidamente
pela elite dominante como um partido que ainda carrega traços operários,
disseminado fartamente em vários segmentos sociais, catapultou a escalada
fascista de Bolsonaro, mas contraditoriamente também reforçou a defesa
militante do PT diante da brutal ofensiva midiática contra suas principais
lideranças. Neste cenário extremamente polarizado, o partido do eterno "em
cima do muro" e do "príncipe da sociologia", não pode
sobreviver por muito tempo, ameaçado até de perder sua "cidadela"
histórica, o governo de São Paulo. Os tucanos, em guerra fratricida interna,
marcham aceleradamente para um retumbante desastre eleitoral, o que obrigará os
estrategistas da Casa Branca a moverem rapidamente suas fichas em outro
escaninho da mesa do jogo político.