segunda-feira, 14 de setembro de 2020

 A TECNOLOGIA DO 5G FOI “DESENHADA” PARA A GUERRA: O QUE ESTÁ REALMENTE POR TRÁS DA DISPUTA ENTRE OS EUA E A CHINA?

As manifestações recentemente ocorridas na Europa com o eixo “Stop 5G” se concentra nas possíveis consequências das emissões electromagnéticas para a saúde e para o meio ambiente, em particular sobre o decreto que retira a autonomia dos prefeitos (Roma, Paris etc.) de regulamentar a instalação de antenas 5G na área municipal, sob determinação da política de segurança nacional, o que no mínimo deve causar estranheza nas pessoas mais atentas. No entanto, os protestos contra efeitos sanitários da tecnologia 5G, embora uma preocupação importante, continuam ignorando um aspecto fundamental desta tecnologia: o seu uso militar. Os programas de segurança lançados pelo Pentágono e  documentados oficialmente, confirmam que está em curso o desenvolvimento de uma nova tecnologia, que vai muito mais além de uma mera “comunicação pessoal mais rápida por celular”.

A “Estratégia 5G”, aprovada em 2 de Maio de 2020 pelo Pentágono, estabelece que “o Departamento de Defesa deve desenvolver e empregar novos conceitos operacionais que utilizem a conectividade ubíqua oferecida pela tecnologia 5G para aumentar a eficácia, resiliência, velocidade e letalidade das nossas forças armadas” O Pentágono já está testando as aplicações militares desta tecnologia em cinco bases aéreas, navais e terrestres: Hill (Utah), Nellis (Nevada), San Diego (Califórnia), Albany (Geórgia), Lewis-McChord (Washington).

Os especialistas da poderosa indústria bélica prevêem que a 5G terá um papel decisivo no desenvolvimento de armas hipersónicas, inclusive as que têm ogivas nucleares: para guiá-las em trajectórias variáveis, a fim de evitar mísseis interceptores, têm de recolher, processar e transmitir muito rapidamente, enormes quantidades de dados. Registre- se o fato de que hoje a Rússia e também a China (por sua parceria com Putin) estarem bem mais avançadas no desenvolvimento dos mísseis e caças hipersônicos. O que tem preocupado o imperialismo ianque, exaurido com um gasto trilionário extensivo de suas Forças Armadas no mundo todo, mas muito atrasado tecnologicamente frente aos avanços científicos e militares da Rússia.

A nova tecnologia 5G também terá um papel fundamental na chamada battle network (rede de batalha), sendo capaz de conectar milhões de equipamentos de rádio bidireccionais numa área circunscrita. A 5G será extremamente importante para os serviços secretos e para as forças especiais: tornará possível sistemas de espionagem muito mais eficazes e aumentará a letalidade dos drones assassinos. Essas e outras aplicações militares dessa nova tecnologia estão sendo estudadas e desenvolvidas há bem mais tempo na China e Rússia. Portanto, o que está em curso sobre a 5G não é só uma guerra comercial por uma tecnologia de celulares, é sim o germinal da disputa pela hegemonia mundial, que muito provavelmente desembocará na III Guerra Planetária.

Esta realidade explica por que os aliados europeus dos EUA excluíram a Huawei e outras empresas chinesas das licitações para o fornecimento de equipamentos de telecomunicações 5G. O controle da tecnologia 5G é vital para manter as frágeis supremacias militares e econômicas do imperialismo ianque, não só contra os seus dois principais adversários, China e a Rússia, mas também contra os próprios aliados europeus e japoneses. Os Marxistas Leninistas não são passivos nesta etapa de prenúncio de um grande conflito mundial, como inimigos viscerais do imperialismo, estaremos taticamente no campo militar da China e Rússia quando e se houver um enfrentamento armado entre estas potências, porém não depositamos nenhuma confiança política na condução deste combate nas mãos das burocracias restauracionistas da Rússia e China. O proletariado mundial deve ter seu próprio programa da revolução socialista, e não criar ilusões na mera substituição de um imperialismo decadente por outro ascendente em gestação.