sexta-feira, 4 de setembro de 2020

CANDIDATA APOIADA PELO PCO A PREFEITURA DE RECIFE QUER “DIALOGAR COM BOLSONARO”: PSOL E PCO EMBARCARAM NA CANOA DA CONCILIAÇÃO DE CLASSES DA PETISTA MARÍLIA ARRAES 

A neopetista Marília Arraes, (neta do falecido governador Miguel Arraes) ex-PSB e atualmente filiada ao PT, será a candidata do partido de Lula a prefeitura de Recife, encabeçando uma Frente Popular de colaboração de classes com o PCO e PSOL na capital pernambucana. Até o momento na dianteira nas pesquisas eleitorais, Marília já emite os primeiros sinais de seu futuro governo municipal, mais conciliação de classes com a burguesia e até aproximação com o neofascista Bolsonaro. A neta de Arraes terá como principal adversário na disputa pela prefeitura do Recife, seu primo João Campos do PSB, antigo partido de Marília, filho do falecido governador Eduardo Campos, vítima de um “acidente” aéreo que beneficiou a candidatura presidencial de Marina Silva em 2014.

Marilia agora no PT, busca compor sua chapa com partidos burgueses e golpistas como a REDE e o PDT, além de já ter conseguido previamente o apoio dos reformistas PCO e PSOL. Segundo a candidata do PT: “Eu acho que seria muito interessante. Eu tenho conversado com a Rede há alguns meses, a gente tem levantado essa possibilidade. Está ainda nessa indefinição porque ainda não sabe qual vai ser de fato o destino do PDT.”

Mas Marília não fica só por aí quando o tópico é conciliação, também pretende manter boas relações e diálogos com o governo neofascista: “Sou oposição ideologicamente, milito num campo totalmente oposto ao do Governo Bolsonaro, discordo de diversas das suas ações, mas minha divergência não pode ser maior do que o interesse do Recife”, explicou em entrevista à TV Nova, ontem. “A gente precisa dialogar, sim, com quem é oposição a nós.Vou ser oposição ao governador (Paulo Câmara),vou ser oposição ao presidente, mas vou ter uma relação que venha a facilitar a nossa gestão, que venha buscar recursos”.

As posições externadas por Marília Arraes não são propriamente uma novidade ou “guinada à direita”, a deputada federal petista representa o fio de continuidade político de uma das oligarquias burguesas mais “tradicionais” de Pernambuco, os Arraes. Marília abandonou o partido do seus primos e avô, o PSB, não por divergências programáticas mais profundas, mas por não aceitar a indicação de Paulo Câmara ao governo, pretendendo ser ela a escolhida na época, quando era parlamentar municipal do Partido Socialista.

O que realmente causa repulsa na esquerda revolucionária são as posições dos revisionistas, como o PCO, que apresenta a burguesa Marília como a “personificação da combatividade dos trabalhadores”, somado ao elogios de sua suposta “postura contra o golpismo”, e que agora se desfaz publicamente ao anunciar sua intenção de “dialogar com Bolsonaro”. Como o PCO há muito tempo não se move por motivações ideológicas, são uma seita corrompida materialmente pela Frente Popular do PT, não se preocupará em rever seu apoio a Marília Arraes, e tampouco a Jilmar Tatto, ambos a excrescência da política burguesa de “esquerda”. Afinal o que interessa para a família Pimenta são os “números do caixa do PCO”, e para quem chamou Lula de “Chefe de Quadrilha” e aceitou mudar radicalmente de posição em troca de um “generoso” aporte financeiro do PT, “engolir” Marília e Tatto não deve ser um grande problema... porque o bônus petista sempre é “vantajoso”...