Crise do “default" europeu, uma via estrutural da acumulação financeira
A crise das dividas públicas dos estados que fazem parte da chamada zona do Euro, vem ganhando o foco da mídia burguesa, assim como a "preocupação" central da esquerda que se reclama socialista. Agora não só os países "periféricos" (não imperialistas) como a Grécia, Irlanda e Portugal estão "enforcados" com seus déficits, mas também a Itália enfrenta uma turbulência com uma divida que corresponde a 120% do produto interno bruto. A crise já forçou uma reunião de emergência dos lideres europeus convocada para a próxima sexta feira, na seqüência de um encontro dos ministros das finanças da UE. O ministro da economia da Itália, Giulio Tremonti já anunciou um "pacotaço a la Papandreu" para tentar reduzir o déficit estatal. A situação política é tensa e o BCE já admite absorver um "calote" greco para evitar uma contaminação da crise para as economias centrais européias, o que não agradou os rentistas que pretendem tirar o "sangue" da população, pouco importando se o pais é rico ou pobre.
Um importante debate vem permeando a esquerda "socialista" sobre esta questão, um setor defende o controle do fluxo de capitais e a renegociação das dívidas sob uma redução drástica da taxa de juros. Outra ala aparentemente mais radical advoga a suspensão da dívida e prenuncia uma crise apocalíptica do capitalismo, como se o "default" não fosse um mecanismo intrínseco da própria acumulação financeira, principalmente, em economias semicoloniais. Ambas as "alas" padecem do mesmo mal da reforma capitalista, ou seja, pensam que a crise dos mercados poderá ter resolução pela via do "controle" ou pelo caminho da "auto-destruição". Tanto a vertente social democrata como a revisionista descarta a possibilidade da própria barbárie fascista diante da profunda crise estrutural do capitalismo (com ou sem default), caso não ocorra uma revolução socialista dirigida conscientemente por um partido revolucionário.
A recente greve geral na Grécia contra as medidas de arrocho impostas pela UE para a concessão de um novo empréstimo para a rolagem da dívida, demonstrou que sem uma alternativa de poder operário, pela senda da destruição revolucionária do estado burguês, o capitalismo não cederá o terreno de sua "sangria financeira" sob a mera pressão institucional. Novas crises surgirão ainda mais intensas do que a da Grécia, atingindo inclusive países imperialistas, o mecanismo da primazia financeira da atual etapa histórica necessita destas crises para sua própria dinâmica de acumulação de capital. Os marxistas só não podem esperar o "apocalipse socialista" como um determinismo inexorável da crise vigente.
A crise das dividas públicas dos estados que fazem parte da chamada zona do Euro, vem ganhando o foco da mídia burguesa, assim como a "preocupação" central da esquerda que se reclama socialista. Agora não só os países "periféricos" (não imperialistas) como a Grécia, Irlanda e Portugal estão "enforcados" com seus déficits, mas também a Itália enfrenta uma turbulência com uma divida que corresponde a 120% do produto interno bruto. A crise já forçou uma reunião de emergência dos lideres europeus convocada para a próxima sexta feira, na seqüência de um encontro dos ministros das finanças da UE. O ministro da economia da Itália, Giulio Tremonti já anunciou um "pacotaço a la Papandreu" para tentar reduzir o déficit estatal. A situação política é tensa e o BCE já admite absorver um "calote" greco para evitar uma contaminação da crise para as economias centrais européias, o que não agradou os rentistas que pretendem tirar o "sangue" da população, pouco importando se o pais é rico ou pobre.
Um importante debate vem permeando a esquerda "socialista" sobre esta questão, um setor defende o controle do fluxo de capitais e a renegociação das dívidas sob uma redução drástica da taxa de juros. Outra ala aparentemente mais radical advoga a suspensão da dívida e prenuncia uma crise apocalíptica do capitalismo, como se o "default" não fosse um mecanismo intrínseco da própria acumulação financeira, principalmente, em economias semicoloniais. Ambas as "alas" padecem do mesmo mal da reforma capitalista, ou seja, pensam que a crise dos mercados poderá ter resolução pela via do "controle" ou pelo caminho da "auto-destruição". Tanto a vertente social democrata como a revisionista descarta a possibilidade da própria barbárie fascista diante da profunda crise estrutural do capitalismo (com ou sem default), caso não ocorra uma revolução socialista dirigida conscientemente por um partido revolucionário.
A recente greve geral na Grécia contra as medidas de arrocho impostas pela UE para a concessão de um novo empréstimo para a rolagem da dívida, demonstrou que sem uma alternativa de poder operário, pela senda da destruição revolucionária do estado burguês, o capitalismo não cederá o terreno de sua "sangria financeira" sob a mera pressão institucional. Novas crises surgirão ainda mais intensas do que a da Grécia, atingindo inclusive países imperialistas, o mecanismo da primazia financeira da atual etapa histórica necessita destas crises para sua própria dinâmica de acumulação de capital. Os marxistas só não podem esperar o "apocalipse socialista" como um determinismo inexorável da crise vigente.