terça-feira, 19 de julho de 2011

Scotland Yard e premier David Cameron executam queima de arquivo no “Murdoch gate”  


Como desdobramento do escândalo dos grampos telefônicos que levou ao fechamento do tablóide "News of the World" do magnata  mundial das comunicações Rupert Murdoch surgiram novos episódios que apontam a participação direta da Scotland Yard e do Primeiro Ministro David Cameron do partido conservador. No último dia 17/07, o chefe da Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard), Paul Stephenson renunciou ao cargo por ter sido responsável pela "contratação" do editor-executivo do tablóide "News of the World", Neil Wallis, como consultor de comunicação da Scotland Yard. A “renúncia” de Paul Stephenson, nada mais representa do que a velha e surrada manobra de individualizar a culpa do crime, decapitando-o como forma de preservar a Scotland Yard, instituição que faz parte do poderoso aparato de inteligência e repressão do decadente império britânico.

O mais recente episódio do "Murdoch gate" envolve a morte de Sean Hoare, o primeiro repórter do tablóide "News of the World" a denunciar o esquema de escutas ilegais. Hoare, encontrado morto na última segunda-feira (18/07) em sua casa, foi também o pioneiro na denuncia da participação de Andy Coulson, então editor do "News of the World" e atual porta voz do premier David Cameron, como um dos mentores do esquema. Ao contrário da versão da polícia, celeremente divulgada grande mídia, de que o caso não era suspeito, a “morte” de Sean Hoare foi uma queima de arquivo, sentenciada pelo que denunciou e por outras informações que tinha ainda com maior grau de "octanagem", tornando-o uma verdadeira ameaça viva ao próprio Cameron e ao Partido Conservador.

Da mesma forma que divulgou as denuncias que gerou o escândalo dos grampos, tendo como start as ferozes pugnas entre frações da burguesia britânica, a mídia capitalista está nesse momento agindo como um verdadeiro partido "ultra centralizado" à serviço da dominação ideológica das massas, após os acordos celebrados no seio do estado burguês para estancar a crise, filtrando as informações e publicitando apenas as “verdades” construídas diretamente no gabinete do premier Cameron , na tentativa de preservar o oligopólio das comunicações chamado sordidamente de "imprensa livre".